quarta-feira, 27 de abril de 2011

Oposição em MG tenta criar CPI sobre repasses a rádio de Aécio


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RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO
A oposição ao governador Antonio Anastasia (PSDB), liderada pelo PT, reúne assinaturas para pedir a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa de Minas para investigar a destinação de dinheiro público em uma rádio da qual o senador Aécio Neves (PSDB) é sócio.
Padrinho político de Anastasia, Aécio foi governador de Minas de 2003 a 2010.
O líder da oposição, Rogério Correia (PT), disse já ter 23 das 26 assinaturas necessárias para entrar com o pedido de CPI. A oposição, porém, só tem os 23 integrantes que já assinaram o pedido entre 77 deputados.
O plano do petista é conseguir as assinaturas que faltam com a bancada do PDT, que, segundo Correia, tem "alguma independência", e tentar tirar proveito de "insatisfações com nomeações" na base do governo.
Além de investigar a injeção de recursos do governo na rádio do tucano, a oposição quer saber se houve ingerência da irmã de Aécio, Andrea Neves, sobre os investimentos.
Também sócia da rádio, Andrea comandou o núcleo de comunicação do governo, que apontava as diretrizes e planos de comunicação durante as gestões do irmão.
O governo de Minas confirma o investimento de verbas públicas na rádio Arco-Íris, que transmite a Jovem Pan em Belo Horizonte, e diz que ele é legítimo. Segundo a assessoria do governo, a rádio recebeu R$ 210.693 em verbas publicitárias em 2010.
O governo afirma que usa critérios técnicos para programar a publicidade. A assessoria de Aécio também afirma isso e nega ingerências de Andrea sobre os gastos.
Documento do governo entregue aos deputados nesta terça-feira afirma que a Jovem Pan teve a sexta maior audiência "na maior parte de 2010", mas só foi a oitava rádio que mais recebeu em publicidade.
O governo afirmou que os critérios de investimento determinam "que todas as emissoras recebam igual número de inserções em cada campanha publicitária".
A oposição espera ter agora o total investido na rádio nos dois governos de Aécio. O governo disse que "está tentando fazer um levantamento" desde 2003.

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