Primeira semana de Maio. Foi a data anunciada pelo próprio governador Raimundo Colombo, de Santa Catarina, para sua saída do DEM e ingresso no PSD do indizível Gilberto Kassab. Mas sua Excelência não desembarca sozinho.
Para usar de suas próprias palavras, ele está promovendo “um arrastão” em seu Estado, para inflar a nova sigla, com dezenas de deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores. Colombo é ligado ao ex-governador Jorge Bornhausen, a principal liderança do DEM no Estado, que não se entende com a direção nacional do partido e preferiu deixar a vaca ir para o brejo.
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), bem como o líder na Câmara Federal, ACM Neto, reconhecem que a saída de Colombo representa a pá de cal. Restaria, agora, a extinção inglória ou a fusão com o PSDB que é para onde ambos provavelmente irão.
Entretanto, nem todas as lideranças nacionais ou locais seguirão este caminho. O que há é uma debandada, onde cada um trata de si, sendo que a maioria está desembarcando no PSD.
Daí os esforços de Maia e do ex-vice-presidente Marco Macial, estes dois líderes da chamada “Direita Civilizada” e herdeiros (envegonhados embora) da Ditadura Militar, para organizar a retirada. Esta é seria a única maneira de negociar, com um mínimo de dignidade, a fusão com o PSDB.
A propósito, vale dizer que no Brasil, salvo raríssimas exceções como a do Jair Bolsonaro, ninguém quer ser de direita, apesar de pesquisas indicarem que há no eleitorado nacional uma fatia, de pelo menos vinte por cento, sempre disposta a votar nessa corrente.
Sobre o féretro do DEM é preciso informar, ainda, que um dos líderes mais prejudicados com esta situação é o ex-prefeito carioca Cesar Maia que corre o risco de ficar sem partido. Logo ele que há um ano praticamente comandava o partido através de seu filho Rodrigo Maia, presidente fomal da agremiação.
É que, há exatamente um ano, ele, ao lado do atual presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra e do ex-senador Tasso Jereissati (CE), outro tucano ilustre, posicionaram-se ao lado de Aécio Neves na luta de foice que este travava, nos bastidores, contra José Serra. Luta esta que prosseguiu, já então como boicote velado, mesmo depois de a candidatura do tucano paulista ter sido formalizada.
Por conta disso, a seção fluminense do PSDB criará dificuldades para o ingresso de Cesar em seus quadros, em caso de fusão. E é provável que o próprio ex-prefeito não queira se submeter a uma situação vexatória, até porque seu peso político-eleitoral no Estado do Rio é maior que o peso somado de todos os líderes tucanos locais.
Finalmente: Além do governador Raimundo Colombo, vão sair do DEM para ingressar no PSD de Kassab, nada menos que cinco vice-governadores (inclusive Afif Domingos de São Paulo) além de 12 deputados federais e da senadora rural Kátia Abreu (TO) que já se despediu.
Para o moribunmdo DEM sobrará apenas a governadora Rosalba Ciarlini, do Rio Grande do Norte, que também está balançando e até já disse que gosta da presidenta Dilma Rousseff.
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