sábado, 16 de agosto de 2008

Coração de violeiro

Naquela tapera véia, que o tempo já destroçôMorou Zé Dunga um pretinho, valente trabaiadôFoi o maior violeiro, que Deus no mundo botôSua viola parecia, um passarinho cantadôTrabaiava o dia inteiro, feliz sem se lastimáMas quando a lua formosa, no céu pegava a briáToda gente arrodiava, pra vê o preto cantáAcontece que a Carolina, cabocla esprito de cãoBonita como a sereia, mais que muié tentaçãoPra judiá do pretinho, fingiu lhe ter afeiçãoQuerendo que nem criança, brincá com seu coraçãoCoração de violeiro, não é como outro qualquerÉ frágil que nem as pétalas, do mimoso mal-me-querQue cai com o vento das asas, do beija flor de tiéPerde a vida quando a abelha, vem pra lhe roubar o méPor isso o pobre Zé Dunga, magoado pela traiçãoNão podendo mais guentá, no peito a grande paixãoAgarrado na viola e debruçado no chãoFoi encontrado com um punhal, cravado no coração

(Rolando Boldrin)

Tinha que ser....

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