Mesmo que você não me ame, te amarei pra sempre... Todos os dias rezo a Deus para que cuide sempre de você, já que não posso estar do seu lado... Agora fico tranqüila, pois sei que está em boas mãos e nada te acontecerá, pois Deus é o Todo Poderoso e nos ama muito, mais do que todos nós... Estou feliz agora, por tudo que existe e, apesar de tudo que aconteceu, eu te amo! Lhe peço perdão por todo mal que eu possa ter causado e os erros que eu cometi... Eu sou humana e erro e me arrependo também... Não preciso ficar com você, só quero sua amizade de volta, ser sua amiga, irmã amada, ser um anjo em sua vida... Te desejo tudo de bom, pois merece... Todo mundo tem defeitos, mas pra mim você é mais que perfeito, anjo mais lindo... Apesar de tanta guerra, meu amor ainda vive, ele ressucitou, quando por algum momento ele parece ter morrido... Estou feliz agora... Apenas uma saudade me tormenta, uma vontade louca de te ver, dizer te amo, olhando no fundo dos teus olhos... Te amo... LOVE OF MY LIFE!!!!
domingo, 31 de agosto de 2008
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Poema do amigo
A qualquer hora em que chegares, sentarás comigo em minha mesa.A qualquer hora em que bateres a minha porta,o meu coração também se abrirá.A qualquer hora em que chamares, eu me apressarei.A qualquer hora em que vieres, será o melhor tempo de te receber.A qualquer hora em que te decidires, estarei pronto para te seguir.A qualquer hora em que quiseres beber, eu irei a fonte.A qualquer hora em que te alegrares, eu bendirei ao Senhor.A qualquer hora em que sorrires,será mais uma graça que o senhor me concede.A qualquer hora em que quiseres partir; eu irei frente nos caminhos.A qualquer hora em que cantares, eu estenderei os braços.A qualquer hora, em que te cansares, eu levarei a cruz.A qualquer hora em que te sentires triste, eu permanecerei contigo.A qualquer hora em que te lembrares de mim, eu acharei a vida mais bela.A qualquer hora em que partires, ficarás com a lembrança de uma flor.A qualquer hora em que voltares, renovarás todas minhas alegrias.A qualquer hora que quiseres uma rosa, eu te darei toda roseira.Eu te digo tudo isso, porque não posso imaginar uma amizadeque não seja total, de todos os instantes e para todo bem.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Brincando de anônimo
O pessoal tava tomando 'umas' num bar de beira de estrada, quando um Paulistinha metido a esperto, diz pra um caipira:- Ô Zé! Vamosbrincar de antônimo?- O que co sor falô?- Brincar de antônimo. Quer dizer, uma coisa contrária da outra!Por exemplo: alto e baixo, forte e fraco...- Ah! ....intindi! - então, vamu brincá!- O que vai valê?- Uma cerveja.
Eu começo tá?Começaram a brincadeira, e o espertalhão disse:
-Gordo?E o caipira:-Magro!- Homem?- Muié!- Preto?- Branco!E o espertalhão:- Verde?- Verde? Nada!Verde num tem antônimo não...- Claro que tem!- Então exprica...- Maduro!- Ai, caraio! pirdi a aposta. Vamo de novo, valendo uma Cx de cerveja?Mas desta vece ieu cumeço.- Pode começar!-Saúde?-Doença!-Molhado?-Seco!Aí o caipira disse:- Agora ocê vai si lascá, seu fiu duma égua! Qué vê só?-Fumo?- Não, não! Para!
Peraí... fumo não tem antônimo!- Claro que tem,uai!- Então diz aí:qual o antônimo de fumo?-Vortemo!!!!
Eu começo tá?Começaram a brincadeira, e o espertalhão disse:
-Gordo?E o caipira:-Magro!- Homem?- Muié!- Preto?- Branco!E o espertalhão:- Verde?- Verde? Nada!Verde num tem antônimo não...- Claro que tem!- Então exprica...- Maduro!- Ai, caraio! pirdi a aposta. Vamo de novo, valendo uma Cx de cerveja?Mas desta vece ieu cumeço.- Pode começar!-Saúde?-Doença!-Molhado?-Seco!Aí o caipira disse:- Agora ocê vai si lascá, seu fiu duma égua! Qué vê só?-Fumo?- Não, não! Para!
Peraí... fumo não tem antônimo!- Claro que tem,uai!- Então diz aí:qual o antônimo de fumo?-Vortemo!!!!
Cracatoa Simplesmente Sumiu
12 séries de 10 barras ou algo assim
Posted: 27 Aug 2008 10:36 AM CDT
Ontem fiz umas 12 séries de 10 barras, ou algo assim, enquanto você dormia.
Não preguei o olho.
Então, fiz as 12 séries de barras. Alternadas com o teclado e a tela do computador. Hoje, meu corpo dói. Ao menos, ao amanhecer, dormi.
Acontece que, como sempre, isso de amar nos coloca em enrascadas. Situações em que precisamos abrir mão de coisas. Ou fazer quem amamos abrir mão de coisas.
A segunda opção certamente é também abrir mão: pois desistimos de estar ao lado de alguém no pleno exercício de sua liberdade. E restringir a liberdade de alguém é sempre optar por menos. Para si e para o outro, apostar nas grades e não no espaço que há entre elas.
O caminho até essa liberdade é marcado pelos pedaços que deixamos ao longo dele. Talvez esses fragmentos não sejam importantes de verdade, mas sempre dói no momento em que os perdemos. Os apêndices se desconectam na busca de um corpo essencial.
Nem sempre o certo é o mais fácil. Quase nunca é. Se fosse, não haveria tantas pessoas agindo errado no exato instante quando têm a oportunidade de agir certo. O errado é aceitável. Somos humanos, somos do mundo.
Mas quero tentar fazer o contrário do que o mundo faria. Esse medo que sinto agora - embora eu esteja repleto das certezas que só o seu olhar me dá - é o medo do mergulhador que salta da pedra, calculando o segundo quando a maré trará maior profundidade para seu mergulho. Ele pode errar, mas ainda assim, salta.
Foda-se o medo.
O que vem depois do encontro com a água é um mistério a que ele se entrega.
Esse receio, que me manteve acordado esta noite, é aquilo que terei de enfrentar. Por isso, talvez, tenha feito tantas barras, erguido meu corpo tantas vezes contra a força da gravidade. Exercícios não fazem muito sentido mesmo. Mas sou forte. E a dor que sinto em meu corpo, agora, e o sono a que cheguei e o despertar, com o seu corpo ao alcance do toque de minha mão, atestam isso.
Lista dos livros mais vendidos
12 séries de 10 barras ou algo assim
12 séries de 10 barras ou algo assim
Posted: 27 Aug 2008 10:36 AM CDT
Ontem fiz umas 12 séries de 10 barras, ou algo assim, enquanto você dormia.
Não preguei o olho.
Então, fiz as 12 séries de barras. Alternadas com o teclado e a tela do computador. Hoje, meu corpo dói. Ao menos, ao amanhecer, dormi.
Acontece que, como sempre, isso de amar nos coloca em enrascadas. Situações em que precisamos abrir mão de coisas. Ou fazer quem amamos abrir mão de coisas.
A segunda opção certamente é também abrir mão: pois desistimos de estar ao lado de alguém no pleno exercício de sua liberdade. E restringir a liberdade de alguém é sempre optar por menos. Para si e para o outro, apostar nas grades e não no espaço que há entre elas.
O caminho até essa liberdade é marcado pelos pedaços que deixamos ao longo dele. Talvez esses fragmentos não sejam importantes de verdade, mas sempre dói no momento em que os perdemos. Os apêndices se desconectam na busca de um corpo essencial.
Nem sempre o certo é o mais fácil. Quase nunca é. Se fosse, não haveria tantas pessoas agindo errado no exato instante quando têm a oportunidade de agir certo. O errado é aceitável. Somos humanos, somos do mundo.
Mas quero tentar fazer o contrário do que o mundo faria. Esse medo que sinto agora - embora eu esteja repleto das certezas que só o seu olhar me dá - é o medo do mergulhador que salta da pedra, calculando o segundo quando a maré trará maior profundidade para seu mergulho. Ele pode errar, mas ainda assim, salta.
Foda-se o medo.
O que vem depois do encontro com a água é um mistério a que ele se entrega.
Esse receio, que me manteve acordado esta noite, é aquilo que terei de enfrentar. Por isso, talvez, tenha feito tantas barras, erguido meu corpo tantas vezes contra a força da gravidade. Exercícios não fazem muito sentido mesmo. Mas sou forte. E a dor que sinto em meu corpo, agora, e o sono a que cheguei e o despertar, com o seu corpo ao alcance do toque de minha mão, atestam isso.
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quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Últimas vontades
Você já se deu conta de que, de modo geral, costumamos doar nossos bens, somente após a morte? Naturalmente, isto equivale a dizer que legamos nosso patrimônio a parentes próximos ou distantes, registrando em testamento as nossas vontades. Estabelecemos divisões eqüitativas ou não, dispondo de bens móveis e imóveis, jóias, títulos financeiros, cédulas e moedas, em favor dos que permanecem na carne. Alguns de nós, mesmo nessas disposições últimas, impomos condições aos herdeiros a fim de que possam colocar as mãos no que lhes legamos. Registramos desejos absurdos que retratam, em síntese, que mesmo partindo para a vida espiritual, pretendemos prosseguir a comandar vidas alheias, graças aos legados que lhes dizemos doar. Por vezes, vamos ao ponto de determinar o que os herdeiros deverão fazer com os valores que lhes dispensamos. Colocamos cláusulas testamentárias estabelecendo que certas porcentagens sejam direcionadas à prática da caridade, de forma direta ou através de instituições. Nesse caso, convenhamos, se somos cristãos sabemos que é nosso dever atender o irmão sofredor, o quanto antes, e por nós mesmos. Pois que Jesus nos ensinou que mais importante do que dar é dar-se. Igualmente temos consciência de que o bem só tem valor real quando parte do coração e ao coração se dirige. O que quer dizer que distribuição do que quer que seja, por imposição, não trará jamais o selo do amor e da doação espontânea. Temos a pensar ainda que, se durante os anos de nossa vida, não nos esmeramos em exemplificar a caridade, se não nos preocupamos em ensinar aos filhos, netos, sobrinhos, ou quem quer que seja, o verdadeiro sentido da caridade, como pretendermos que eles a pratiquem, sob dispositivo de cláusula testamentária? Cumpre-nos revisar nossa postura perante a vida. Primeiro, iniciando a partilha do que excede em nossos armários, sejam roupas, calçados, alimentos, livros, etc. Segundo, educando aqueles por quem somos responsáveis, à meridiana luz do verdadeiro Cristianismo. Tudo isso, enquanto é tempo, enquanto estamos a caminho, enquanto a lucidez nos comanda o raciocínio. Repartir o pão do corpo e da alma, distribuir o de que disponhamos, em favor do nosso irmão, é medida que prescreve o Cristianismo, desde os versos primeiros da Boa Nova. * * * Você sabia que os recursos amoedados devem sempre ser entendidos como meios e não como meta em nossas vidas? E que na Terra, as coisas têm o valor que lhes damos? Entre outras, o dinheiro tem o peso exato que lhe oferecemos.
Redação do Momento Espírita, com frases finais baseadas no verbeteDinheiro, do livro Repositório de sabedoria, v.1, pelo EspíritoJoanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,ed. Leal.Em 27.08.2008.
Você já se deu conta de que, de modo geral, costumamos doar nossos bens, somente após a morte? Naturalmente, isto equivale a dizer que legamos nosso patrimônio a parentes próximos ou distantes, registrando em testamento as nossas vontades. Estabelecemos divisões eqüitativas ou não, dispondo de bens móveis e imóveis, jóias, títulos financeiros, cédulas e moedas, em favor dos que permanecem na carne. Alguns de nós, mesmo nessas disposições últimas, impomos condições aos herdeiros a fim de que possam colocar as mãos no que lhes legamos. Registramos desejos absurdos que retratam, em síntese, que mesmo partindo para a vida espiritual, pretendemos prosseguir a comandar vidas alheias, graças aos legados que lhes dizemos doar. Por vezes, vamos ao ponto de determinar o que os herdeiros deverão fazer com os valores que lhes dispensamos. Colocamos cláusulas testamentárias estabelecendo que certas porcentagens sejam direcionadas à prática da caridade, de forma direta ou através de instituições. Nesse caso, convenhamos, se somos cristãos sabemos que é nosso dever atender o irmão sofredor, o quanto antes, e por nós mesmos. Pois que Jesus nos ensinou que mais importante do que dar é dar-se. Igualmente temos consciência de que o bem só tem valor real quando parte do coração e ao coração se dirige. O que quer dizer que distribuição do que quer que seja, por imposição, não trará jamais o selo do amor e da doação espontânea. Temos a pensar ainda que, se durante os anos de nossa vida, não nos esmeramos em exemplificar a caridade, se não nos preocupamos em ensinar aos filhos, netos, sobrinhos, ou quem quer que seja, o verdadeiro sentido da caridade, como pretendermos que eles a pratiquem, sob dispositivo de cláusula testamentária? Cumpre-nos revisar nossa postura perante a vida. Primeiro, iniciando a partilha do que excede em nossos armários, sejam roupas, calçados, alimentos, livros, etc. Segundo, educando aqueles por quem somos responsáveis, à meridiana luz do verdadeiro Cristianismo. Tudo isso, enquanto é tempo, enquanto estamos a caminho, enquanto a lucidez nos comanda o raciocínio. Repartir o pão do corpo e da alma, distribuir o de que disponhamos, em favor do nosso irmão, é medida que prescreve o Cristianismo, desde os versos primeiros da Boa Nova. * * * Você sabia que os recursos amoedados devem sempre ser entendidos como meios e não como meta em nossas vidas? E que na Terra, as coisas têm o valor que lhes damos? Entre outras, o dinheiro tem o peso exato que lhe oferecemos.
Redação do Momento Espírita, com frases finais baseadas no verbeteDinheiro, do livro Repositório de sabedoria, v.1, pelo EspíritoJoanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,ed. Leal.Em 27.08.2008.
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Cracatoa Simplesmente Sumiu
Ela era Elvis Presley
Posted: 26 Aug 2008 07:52 PM CDT
Ela deu a seta para a direita e entrou na lanchonete. Ao sair da estrada, as rodas levantaram uma nuvem de poeira do chão seco.
Queria um hamburguer.
- Serve pastel? - disse a balconista com uma cara e uma voz engorduradas.
Pensou que Elvis não deveria nunca na vida ter que comer pastel. Tudo bem. Que fosse o pastel. E Coca-cola caçulinha. Comeu enquanto olhava um pouco para o movimento da estrada, um pouco para os cartazes com propaganda de cerveja. Pediu mais um. Comeu. Finalmente, limpou a boca. Levantou, tirou o pente do bolso de trás e ajeitou os cabelos, o topete e as costeletas falsas, no reflexo do vidro onde coxinhas e outros salgados estavam expostos. Pagou e procurou as chaves no bolso para seguir viagem.
Aquele Variant bege não era exatamente o que pretendia para sua fuga. Nos seus sonhos, imaginava-se em um Cadillac conversível vermelho. Conversível não. O vento poderia estragar o topete. E as costeletas falsas.
Aos vinte anos, ligou novamente o motor. Aos vinte anos, pois dali vinte minutos, às quatro e quarenta e cinco da tarde, teria vinte e um.
Então, ainda aos vinte anos, ligou o motor novamente. Aos vinte anos, tudo o que ela queria era ser Elvis Presley. Provavelmente, aos vinte um, continuaria a querer. Pois era isso o que se passava em sua cabeça, não todo o tempo, mas pelo menos várias vezes ao dia, desde que aos oito anos vira a foto do cantor em um poster na casa de uma tia. E, essas coisas de querer ser Elvis Presley não mudam assim. Não em vinte anos, não em vinte minutos.
Havia alguns problemas nisso, porém.
Ela nasceu em uma cidade do interior chamada Astorga. No Paraná, Sul do Brasil. Nada contra as cidades do interior. Mas Elvis, no século 21, já não era muito popular por ali. Muito difícil conseguir CDs, filmes e outros tipos de material sobre ele. O que lhe dava uma crônica sensação de amnésia. Não bastasse, isso, ela era mulher. E, até onde se sabe, o cantor era homem.
Mas o mais sério é que ela não queria ser uma imitadora ou um imitador de Elvis simplesmente. Ela queria ser o Elvis Presley. O próprio.
É fácil imaginar todos os problemas que ela conseguiu com os irmãos, com os pais e com as vizinhas faladeiras por conta disso. Daí a fuga. Roubou o Variant bege e sem graça que nunca esteve nos seus sonhos e, no dia de seu aniversário, decidiu que, de um jeito ou de outro, voltaria para casa - ou seja, Graceland, em Memphis, Tennessee. Voltaria ainda naquele ano.
Quinze minutos depois de ter retornado para o asfalto, um dos pneus furou. Parou no acostamento, puxou o freio de mão e arrumou o topete e as costeletas falsas no retrovisor.
Desceu do carro, abriu o porta malas e, surpresa, não havia estepe.
Paciente, começou a tirar o pneu furado para esperar que passasse alguém disposto a ajudar um cantor sem estepe. Mas depois pensou que aquilo não seria uma boa idéia. Não sabia nem se aquele pneu era do tipo com câmara, que nem se fabrica mais ou se era do tipo sem. Ela era um cantor. Famoso. Não tinha conhecimentos sobre essas coisas. Não devia nem ter tido o trabalho de usar o macaco e as ferramentas. Aquilo não era para ela. Resolveu agir como o Elvis Presley, que era, e colocou-se com a mala e o estojo preto do violão algumas dezenas de metros à frente para pedir carona. O plano era ir para Curitiba e, de lá, para os Estados Unidos. De um jeito ou de outro.
Demorou uns vinte minutos para que um carro parasse.
Era dirigido por outra garota.
- Você também está fugindo? Parece estar… - a garota perguntou, com cabelos loiros - como o campo pronto para a colheita dos dois lados da rodovia, e sem costeletas falsas.
Ela fazia o tipo caladão. Mas respondeu que sim. Que diabos tinha aquela região que todos estavam fugindo? Quem a garota pensava que era? Marylin Monroe?
- Meu nome é Mary. Digo, Maria Helena, mas me chamam de Mary. E o seu nome qual é?
- Elvis.
- Que nome estranho para uma garota.
Isso. As pessoas não entendiam mesmo. Talvez nunca entendessem.
- Sabe, Elvis. Eu gostei de você. Esse seu cabelo, esse seu jeito. Deve ser moda ou coisa assim, certo? Você é quieta mesmo, não?
- Eu sei cantar… digo, eu prefiro cantar…
- Você canta? Que lindo!
- Posso cantar pra você. Quer ouvir?
- Claro! Eu adoraria…
Poucas pessoas tinham disposição para ouvir alguém próximo a elas cantar. A maioria acreditava que cantar, cantar mesmo só aqueles que estavam no rádio ou apareciam na tevê. Os outros, os conhecidos, filhos, parentes, vizinhos, davam dor de barriga e outros males.
- Ok. Depois. Quando nos separarmos em Curitiba.
Em uma viagem longa, sem rádio, as pessoas costumam conversar sobre várias coisas. Sobre cachorros, sobre a paisagem, sobre as comidas preferidas, banalidades, coisas agradáveis. Evitam, de fato, falar sobre problemas e sobre o que as levou a estar ali em fuga. O fato é que às vezes é preciso muito pouco para as pessoas se sentirem próximas. Pouco tempo, pouco assunto, poucos motivos. Às vezes basta que elas sejam a única coisa que se tem naquele instante. Mary, por assim dizer, foi o presente de 21 anos de Elvis Presley. Até então ela era um cara solitário.
Chegaram na cidade à noite. Pegaria já um ônibus para São Paulo e, lá, faria apresentações em bares para comprar sua passagem de avião.
Na rodoviária, a garota parou o carro para ela descer.
- Ei, espera. Você prometeu cantar uma canção pra mim.
Ela tirou o violão do estojo, afinou rapidamente e quando ia começar…
- O que você vai tocar?
- Uma minha.
Tocou Love me tender. Uma parceria dela com Vera Matson.
- Que lindo… sabe… ninguém nunca tocou nada assim pra mim antes…
E, ao final, na hora de se despedir, trocaram um beijo, não no rosto, mas doce, longa e inesperadamente na boca.
Pois em uma viagem longa, sem rádio, sobre várias coisas duas pessoas sozinhas conversam entre si, mas muitas vezes evitam falar sobre os problemas que as levou a estar ali, em fuga.
Mary sabia que nunca mais veria Elvis. Mas não imaginava que lembrança deixar com ela. Por isso, sem maiores explicações deu-lhe a chave da casa para onde não mais voltaria. Finalmente, despediram-se com um último beijo.
O carro acelerou e, novamente só e sem olhar para trás, ela foi em direção ao guichê da companhia de ônibus.
Ela não sabia que Graceland agora era um museu. Nem das dificuldades de se conseguir um visto para os Estados Unidos. Sequer o preço de uma passagem de avião para lá ou se, em São Paulo, conseguiria se apresentar e ser bem paga para comprar uma.
A única coisa que tinha agora era a chave que, em seu bolso, espremia entre os dedos como quem aperta uma certeza. Ela estava certa de que, quando chegasse à porta de seu destino, a enfiaria na fechadura. E em Elvis não havia dúvida de que o tambor, silenciosamente, iria girar e, então, lhe dar passagem.
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Ela era Elvis Presley
A chuva, o sol, as pessoas
Posted: 26 Aug 2008 07:44 PM CDT
A chuva cai e cai para todos. O sol brilha e é para todas as pessoas que ele brilha. Coisas simples essas. Verdades cotidianas. Banalidades.
E, se eu dissesse para este que agora passa por mim para que olhe, olhe para a chuva e para de onde ela vem, lá do céu, daquela nuvem, daquela massa compacta e cinza de vapor, ele riria. O banal é risível quando apresentado como algo formidável.
E, para esta senhora, se eu apresentasse estendendo o braço, em um gesto premeditadamente teatral, o astro que, agora, fura a esfera nublada com seus raios, certamente ela acharia que eu fiquei louco. Afinal, é apenas o sol. E o sol é o sol, oras bolas. Tem sido o sol há alguns milhões de anos e assim será por mais alguns.
A certos pedestres a chuva entristece e o sol alegra. Para a maioria. Para outros, o contrário. O sol deprime e a chuva anima. Uma minoria.
Assim somos no breve período em que mantemos nossos pés solidamente sobre o planeta. Certas reações são tão previsíveis que dão dó. Quando se chega a alguma conclusão a esse respeito e decide-se reagir diferente do que todos esperavam, algo acontece.
- Vou fazer isso, pois eles imaginam que eu faria aquilo - diz o mocinho do filme, aquele que eu queria ser quando crescesse.
O olhar pousa com mais calma sobre si mesmo, mas como faria um bovino a se contemplar refletido na água que beberá a seguir, esquece rapidamente das questões anteriores e tudo acontece nos conformes. A orquestra segue a partitura. E o bovino entretido com a água que agora sorve esquece dos dias que passaram e nem pensa nos que virão.
Mas falo da chuva e do sol e das pessoas que encontro na rua porque tenho sido tomado por uma ansiedade, um sentimento que não chega a ser ruim de todo, e não é, pois seu movimento inicial vem de algo bom. Como se, no primeiro lance do jogo de xadrez, o jogador pudesse prever o final.
Diversas vezes eu fui ao cinema e em quantas dessas vezes lamentei ter ido sozinho, pois o filme era muito bom. Saía com aquela sensação, com aquela vontade de que todos o vissem e como um fanático passava a recomendá-lo a quem quer que encontrasse.
Uns iriam vê-lo e não gostariam, outros nem se dariam ao trabalho e outros ainda veriam e sairiam do escuro felizes. Certas amores são uma questão de fé.
Por isso, passei a recomendar, em vez de a quem quer que encontrasse, apenas para aqueles de quem eu mais gostava. E, como um evangelista, levava as boas novas somente a esses. Certos amores são uma questão de egoísmo. É preciso se preservar.
Porém, acabei mudando de assunto.
Eu olho para a chuva, olho para o sol e, sobretudo, olho para as pessoas nas ruas. E tenho isso, essa ansiedade. Que se resume a uma frase.
Eu gostaria muito que cada uma delas encontrasse em alguém aquilo que eu encontrei em você.
E, se eu segurasse a cada uma delas pelos ombros e olhasse em seus olhos e afirmasse o quanto isso é verdadeiro, muitas iriam pensar:
- Mais um.
Não. Não sou mais um. Assim como essa chuva que cai agora não é apenas mais uma chuva e esse sol não é o mesmo sol de há um milhão de anos.
Certos amores são como o amigo invisível dos filmes, que só você vê e, assim que um estranho se aproxima, é como se ele não estivesse ali. E chega a ser uma agonia pois você sabe que ele está presente e o forasteiro parece não ver. Talvez nunca veja.
Certos amores são como hipóteses a nunca serem comprovadas.
Sou o mendigo com manto do rei. Tenho a vontade irrealizável do milagre de que cada um que encontro enxergue o que para mim é mais que um vislumbre. De uma experiência totalmente individual e quase egoísta, de repente, vejo-me a querer abarcar uma humanidade inteira, o sol e a chuva.
Nesse movimento que julgava impossível, nesse salto mortal de costas e de olhos fechados sobre os punhais, faço caber no restrito, o geral.
E percebo que sou, em realidade, o manto do rei que envolve o mendigo.
Pois sei que poucos no mundo têm a chance de viver o que vivo agora, no jogo da pessoa certa e da hora errada, da hora certa e da pessoa errada.
Agradeço cada segundo do que tive até esse instante e que venha a ter a partir dele, com anseios de que cada minuto se desdobre em mil. Seja o tempo um mero jogo de armar.
Neste exato momento, a chuva cai só em mim. O sol brilha só sobre a minha cabeça.
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A chuva, o sol, as pessoas
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Cracatoa Simplesmente Sumiu
Ela era Elvis Presley
Posted: 26 Aug 2008 07:52 PM CDT
Ela deu a seta para a direita e entrou na lanchonete. Ao sair da estrada, as rodas levantaram uma nuvem de poeira do chão seco.
Queria um hamburguer.
- Serve pastel? - disse a balconista com uma cara e uma voz engorduradas.
Pensou que Elvis não deveria nunca na vida ter que comer pastel. Tudo bem. Que fosse o pastel. E Coca-cola caçulinha. Comeu enquanto olhava um pouco para o movimento da estrada, um pouco para os cartazes com propaganda de cerveja. Pediu mais um. Comeu. Finalmente, limpou a boca. Levantou, tirou o pente do bolso de trás e ajeitou os cabelos, o topete e as costeletas falsas, no reflexo do vidro onde coxinhas e outros salgados estavam expostos. Pagou e procurou as chaves no bolso para seguir viagem.
Aquele Variant bege não era exatamente o que pretendia para sua fuga. Nos seus sonhos, imaginava-se em um Cadillac conversível vermelho. Conversível não. O vento poderia estragar o topete. E as costeletas falsas.
Aos vinte anos, ligou novamente o motor. Aos vinte anos, pois dali vinte minutos, às quatro e quarenta e cinco da tarde, teria vinte e um.
Então, ainda aos vinte anos, ligou o motor novamente. Aos vinte anos, tudo o que ela queria era ser Elvis Presley. Provavelmente, aos vinte um, continuaria a querer. Pois era isso o que se passava em sua cabeça, não todo o tempo, mas pelo menos várias vezes ao dia, desde que aos oito anos vira a foto do cantor em um poster na casa de uma tia. E, essas coisas de querer ser Elvis Presley não mudam assim. Não em vinte anos, não em vinte minutos.
Havia alguns problemas nisso, porém.
Ela nasceu em uma cidade do interior chamada Astorga. No Paraná, Sul do Brasil. Nada contra as cidades do interior. Mas Elvis, no século 21, já não era muito popular por ali. Muito difícil conseguir CDs, filmes e outros tipos de material sobre ele. O que lhe dava uma crônica sensação de amnésia. Não bastasse, isso, ela era mulher. E, até onde se sabe, o cantor era homem.
Mas o mais sério é que ela não queria ser uma imitadora ou um imitador de Elvis simplesmente. Ela queria ser o Elvis Presley. O próprio.
É fácil imaginar todos os problemas que ela conseguiu com os irmãos, com os pais e com as vizinhas faladeiras por conta disso. Daí a fuga. Roubou o Variant bege e sem graça que nunca esteve nos seus sonhos e, no dia de seu aniversário, decidiu que, de um jeito ou de outro, voltaria para casa - ou seja, Graceland, em Memphis, Tennessee. Voltaria ainda naquele ano.
Quinze minutos depois de ter retornado para o asfalto, um dos pneus furou. Parou no acostamento, puxou o freio de mão e arrumou o topete e as costeletas falsas no retrovisor.
Desceu do carro, abriu o porta malas e, surpresa, não havia estepe.
Paciente, começou a tirar o pneu furado para esperar que passasse alguém disposto a ajudar um cantor sem estepe. Mas depois pensou que aquilo não seria uma boa idéia. Não sabia nem se aquele pneu era do tipo com câmara, que nem se fabrica mais ou se era do tipo sem. Ela era um cantor. Famoso. Não tinha conhecimentos sobre essas coisas. Não devia nem ter tido o trabalho de usar o macaco e as ferramentas. Aquilo não era para ela. Resolveu agir como o Elvis Presley, que era, e colocou-se com a mala e o estojo preto do violão algumas dezenas de metros à frente para pedir carona. O plano era ir para Curitiba e, de lá, para os Estados Unidos. De um jeito ou de outro.
Demorou uns vinte minutos para que um carro parasse.
Era dirigido por outra garota.
- Você também está fugindo? Parece estar… - a garota perguntou, com cabelos loiros - como o campo pronto para a colheita dos dois lados da rodovia, e sem costeletas falsas.
Ela fazia o tipo caladão. Mas respondeu que sim. Que diabos tinha aquela região que todos estavam fugindo? Quem a garota pensava que era? Marylin Monroe?
- Meu nome é Mary. Digo, Maria Helena, mas me chamam de Mary. E o seu nome qual é?
- Elvis.
- Que nome estranho para uma garota.
Isso. As pessoas não entendiam mesmo. Talvez nunca entendessem.
- Sabe, Elvis. Eu gostei de você. Esse seu cabelo, esse seu jeito. Deve ser moda ou coisa assim, certo? Você é quieta mesmo, não?
- Eu sei cantar… digo, eu prefiro cantar…
- Você canta? Que lindo!
- Posso cantar pra você. Quer ouvir?
- Claro! Eu adoraria…
Poucas pessoas tinham disposição para ouvir alguém próximo a elas cantar. A maioria acreditava que cantar, cantar mesmo só aqueles que estavam no rádio ou apareciam na tevê. Os outros, os conhecidos, filhos, parentes, vizinhos, davam dor de barriga e outros males.
- Ok. Depois. Quando nos separarmos em Curitiba.
Em uma viagem longa, sem rádio, as pessoas costumam conversar sobre várias coisas. Sobre cachorros, sobre a paisagem, sobre as comidas preferidas, banalidades, coisas agradáveis. Evitam, de fato, falar sobre problemas e sobre o que as levou a estar ali em fuga. O fato é que às vezes é preciso muito pouco para as pessoas se sentirem próximas. Pouco tempo, pouco assunto, poucos motivos. Às vezes basta que elas sejam a única coisa que se tem naquele instante. Mary, por assim dizer, foi o presente de 21 anos de Elvis Presley. Até então ela era um cara solitário.
Chegaram na cidade à noite. Pegaria já um ônibus para São Paulo e, lá, faria apresentações em bares para comprar sua passagem de avião.
Na rodoviária, a garota parou o carro para ela descer.
- Ei, espera. Você prometeu cantar uma canção pra mim.
Ela tirou o violão do estojo, afinou rapidamente e quando ia começar…
- O que você vai tocar?
- Uma minha.
Tocou Love me tender. Uma parceria dela com Vera Matson.
- Que lindo… sabe… ninguém nunca tocou nada assim pra mim antes…
E, ao final, na hora de se despedir, trocaram um beijo, não no rosto, mas doce, longa e inesperadamente na boca.
Pois em uma viagem longa, sem rádio, sobre várias coisas duas pessoas sozinhas conversam entre si, mas muitas vezes evitam falar sobre os problemas que as levou a estar ali, em fuga.
Mary sabia que nunca mais veria Elvis. Mas não imaginava que lembrança deixar com ela. Por isso, sem maiores explicações deu-lhe a chave da casa para onde não mais voltaria. Finalmente, despediram-se com um último beijo.
O carro acelerou e, novamente só e sem olhar para trás, ela foi em direção ao guichê da companhia de ônibus.
Ela não sabia que Graceland agora era um museu. Nem das dificuldades de se conseguir um visto para os Estados Unidos. Sequer o preço de uma passagem de avião para lá ou se, em São Paulo, conseguiria se apresentar e ser bem paga para comprar uma.
A única coisa que tinha agora era a chave que, em seu bolso, espremia entre os dedos como quem aperta uma certeza. Ela estava certa de que, quando chegasse à porta de seu destino, a enfiaria na fechadura. E em Elvis não havia dúvida de que o tambor, silenciosamente, iria girar e, então, lhe dar passagem.
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Ela era Elvis Presley
A chuva, o sol, as pessoas
Posted: 26 Aug 2008 07:44 PM CDT
A chuva cai e cai para todos. O sol brilha e é para todas as pessoas que ele brilha. Coisas simples essas. Verdades cotidianas. Banalidades.
E, se eu dissesse para este que agora passa por mim para que olhe, olhe para a chuva e para de onde ela vem, lá do céu, daquela nuvem, daquela massa compacta e cinza de vapor, ele riria. O banal é risível quando apresentado como algo formidável.
E, para esta senhora, se eu apresentasse estendendo o braço, em um gesto premeditadamente teatral, o astro que, agora, fura a esfera nublada com seus raios, certamente ela acharia que eu fiquei louco. Afinal, é apenas o sol. E o sol é o sol, oras bolas. Tem sido o sol há alguns milhões de anos e assim será por mais alguns.
A certos pedestres a chuva entristece e o sol alegra. Para a maioria. Para outros, o contrário. O sol deprime e a chuva anima. Uma minoria.
Assim somos no breve período em que mantemos nossos pés solidamente sobre o planeta. Certas reações são tão previsíveis que dão dó. Quando se chega a alguma conclusão a esse respeito e decide-se reagir diferente do que todos esperavam, algo acontece.
- Vou fazer isso, pois eles imaginam que eu faria aquilo - diz o mocinho do filme, aquele que eu queria ser quando crescesse.
O olhar pousa com mais calma sobre si mesmo, mas como faria um bovino a se contemplar refletido na água que beberá a seguir, esquece rapidamente das questões anteriores e tudo acontece nos conformes. A orquestra segue a partitura. E o bovino entretido com a água que agora sorve esquece dos dias que passaram e nem pensa nos que virão.
Mas falo da chuva e do sol e das pessoas que encontro na rua porque tenho sido tomado por uma ansiedade, um sentimento que não chega a ser ruim de todo, e não é, pois seu movimento inicial vem de algo bom. Como se, no primeiro lance do jogo de xadrez, o jogador pudesse prever o final.
Diversas vezes eu fui ao cinema e em quantas dessas vezes lamentei ter ido sozinho, pois o filme era muito bom. Saía com aquela sensação, com aquela vontade de que todos o vissem e como um fanático passava a recomendá-lo a quem quer que encontrasse.
Uns iriam vê-lo e não gostariam, outros nem se dariam ao trabalho e outros ainda veriam e sairiam do escuro felizes. Certas amores são uma questão de fé.
Por isso, passei a recomendar, em vez de a quem quer que encontrasse, apenas para aqueles de quem eu mais gostava. E, como um evangelista, levava as boas novas somente a esses. Certos amores são uma questão de egoísmo. É preciso se preservar.
Porém, acabei mudando de assunto.
Eu olho para a chuva, olho para o sol e, sobretudo, olho para as pessoas nas ruas. E tenho isso, essa ansiedade. Que se resume a uma frase.
Eu gostaria muito que cada uma delas encontrasse em alguém aquilo que eu encontrei em você.
E, se eu segurasse a cada uma delas pelos ombros e olhasse em seus olhos e afirmasse o quanto isso é verdadeiro, muitas iriam pensar:
- Mais um.
Não. Não sou mais um. Assim como essa chuva que cai agora não é apenas mais uma chuva e esse sol não é o mesmo sol de há um milhão de anos.
Certos amores são como o amigo invisível dos filmes, que só você vê e, assim que um estranho se aproxima, é como se ele não estivesse ali. E chega a ser uma agonia pois você sabe que ele está presente e o forasteiro parece não ver. Talvez nunca veja.
Certos amores são como hipóteses a nunca serem comprovadas.
Sou o mendigo com manto do rei. Tenho a vontade irrealizável do milagre de que cada um que encontro enxergue o que para mim é mais que um vislumbre. De uma experiência totalmente individual e quase egoísta, de repente, vejo-me a querer abarcar uma humanidade inteira, o sol e a chuva.
Nesse movimento que julgava impossível, nesse salto mortal de costas e de olhos fechados sobre os punhais, faço caber no restrito, o geral.
E percebo que sou, em realidade, o manto do rei que envolve o mendigo.
Pois sei que poucos no mundo têm a chance de viver o que vivo agora, no jogo da pessoa certa e da hora errada, da hora certa e da pessoa errada.
Agradeço cada segundo do que tive até esse instante e que venha a ter a partir dele, com anseios de que cada minuto se desdobre em mil. Seja o tempo um mero jogo de armar.
Neste exato momento, a chuva cai só em mim. O sol brilha só sobre a minha cabeça.
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A chuva, o sol, as pessoas
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Cracatoa Simplesmente Sumiu
Discursos diversos de um fragmento amoroso
Posted: 25 Aug 2008 10:27 AM CDT
Às vezes ela me olha como se eu fosse um estrangeiro. Nessas horas, sou alguém de muito longe, o primeiro de uma outra espécie a pisar em terra inexplorada. Não apenas o chão recebe meus passos, mas também meus pés nus, nas solas, se entregam ao relevo das pequenas pedras.
Pergunto-me, então, como minha ilha - que parecia tão fixa sobre o oceano - foi parar junto aos barcos. Em momentos tais, eu a olho como se ela fosse uma estrangeira. Alguém que veio da distância, que bate à porta. Não sei onde seu primeiro passo foi dado, mas sei o que dizer: entra, entra com os dois pés por minha porta, descansa em minha cama, bebe de minha água, come de minha comida, habita meu coração que ele é boa morada e tem a janela aberta para as montanhas. Abra as vidraças a fim de arejar os ambientes ou voe a picos mais altos, se for o caso.
Às vezes nos olhamos como dois estrangeiros, que não sabem direito quem são, vindos de diferentes lugares e em país desconhecido. Esses encontros não se sabe como explicar, se coincidência, destino ou tramas inconscientes. Apenas que eles acontecem.
Ou será que nos conhecemos de algum lugar?
DecálogoQue me seja dado, vez em quando, partir doidamente - mas de vontade própria - sem maiores explicações para que, assim, sinta mais que nunca a sua falta, descobrindo que, partir, talvez seja bobagem.
Possa eu recusar um prato de comida que me oferece para, então, sentir fome minutos depois.
E que eu tenha algumas noites solitárias para saber a quem pertence o lado esquerdo, ou direito, da cama.
Alguns telefonemas não serão atendidos porque você já dorme, assim terei a chance de confessar meus sentimentos para as lagartixas das paredes.
Embora seja claro para mim o meu desejo, que seja ele claro também para você.
Que eu possa recostar, à noite, e sentir sua presença, mesmo não estando você aqui.
Nenhuma delicadeza seja excessivamente delicada entre nós a ponto de não conseguirmos segurá-la entre o indicador e o polegar, como a um mamilo, sem quebrá-la.
Nenhuma vulgaridade seja suficientemente vulgar a ponto de, na nossa intimidade, nunca deixarmos de ser uns desavergonhados.
Que eu entenda suas renúncias e que você entenda as minhas. Mas que eu saiba inclusive renunciar ao entendimento quando ele não for possível, pois na maior parte das vezes não é.
Que eu dê apenas aquilo que eu tenha e receba apenas aquilo que você pode dar.
Pausa gastronômicaEis que surge em nossa vida o bolo facinho de milho, pois a vida de duas pessoas pode ser marcada por outras coisas que não emoções fortes, agressões, perdões, amores e outras peculiaridades tão humanas. O ser humano é o único animal que sofre por amor e cozinha:
Uma lata de leite condensado.Uma lata de milho.Três ovos.50g de coco ralado.
Bata tudo no liquidificador, de maneira a moer o milho. Ponha o fermento depois e misture com cuidado com uma colher. Asse. Tende a grudar na forma, por isso ela deve estar muito, muito, muito bem untada.
Lembra muito um bolo de fubá, mas é mais cremoso e molhadinho.
Declarações de pessoas que fizeram e experimentaram a eficiência do Bolo Facinho de Milho:“Quando eu li a receita eu não acreditei. Mas resolvi experimentar, guiada por um impulso. Na primeira garfada já senti os efeitos. Perdi dois centímetros de abdômen e minha musculatura ficou mais definida.” Karen Lovecraft, contadora.
“As mulheres não davam bola para mim. Agora que eu conheço os segredos do Bolo Facinho de Milho, tudo mudou. De uma hora para outra tornei-me garanhão.” Denis Leon, arquiteto.
“Não acredito que gastei tanto dinheiro com iscas artificiais, varas de pescar japonesas e plutônio radioativo. Se soubesse que o Bolo Facinho de Milho me ajudaria tanto eu o teria experimentado antes.” Terence Spacey, cardiologista.
Essas e outros milhares de pessoas experimentaram os benefícios do Bolo Facinho de Milho. Experimente você também.
Sobre tempo Em seis meses passam-se duas estações, milhões de pessoas nascem, milhões morrem, flores desabrocham, árvores dão fruto, o vento sopra para todos os lados empurrando navios e bolhas de sabão em diferentes direções, conflitantes ou harmônicas, pessoas se encontram e se separam, crianças aprendem a andar, a falar, a escrever, a vida de tantos dá uma virada, conhece-se novas bandas, compra-se novas roupas e novos livros, vive-se experiências que jamais se imaginaria, adoece-se e melhora-se, anda-se a pé pela cidade como há muito não se fazia, cogita-se colocar plantas em casa, o céu atinge as mais diferentes configurações e as nuvens fazem todos os desenhos… os seus preferidos… seis meses é o tempo suficiente para pular e voltar ao chão bilhões de vezes… mas creio que ainda não voltei.
Lista dos livros mais vendidos
Discursos diversos de um fragmento amoroso
Discursos diversos de um fragmento amoroso
Posted: 25 Aug 2008 10:27 AM CDT
Às vezes ela me olha como se eu fosse um estrangeiro. Nessas horas, sou alguém de muito longe, o primeiro de uma outra espécie a pisar em terra inexplorada. Não apenas o chão recebe meus passos, mas também meus pés nus, nas solas, se entregam ao relevo das pequenas pedras.
Pergunto-me, então, como minha ilha - que parecia tão fixa sobre o oceano - foi parar junto aos barcos. Em momentos tais, eu a olho como se ela fosse uma estrangeira. Alguém que veio da distância, que bate à porta. Não sei onde seu primeiro passo foi dado, mas sei o que dizer: entra, entra com os dois pés por minha porta, descansa em minha cama, bebe de minha água, come de minha comida, habita meu coração que ele é boa morada e tem a janela aberta para as montanhas. Abra as vidraças a fim de arejar os ambientes ou voe a picos mais altos, se for o caso.
Às vezes nos olhamos como dois estrangeiros, que não sabem direito quem são, vindos de diferentes lugares e em país desconhecido. Esses encontros não se sabe como explicar, se coincidência, destino ou tramas inconscientes. Apenas que eles acontecem.
Ou será que nos conhecemos de algum lugar?
DecálogoQue me seja dado, vez em quando, partir doidamente - mas de vontade própria - sem maiores explicações para que, assim, sinta mais que nunca a sua falta, descobrindo que, partir, talvez seja bobagem.
Possa eu recusar um prato de comida que me oferece para, então, sentir fome minutos depois.
E que eu tenha algumas noites solitárias para saber a quem pertence o lado esquerdo, ou direito, da cama.
Alguns telefonemas não serão atendidos porque você já dorme, assim terei a chance de confessar meus sentimentos para as lagartixas das paredes.
Embora seja claro para mim o meu desejo, que seja ele claro também para você.
Que eu possa recostar, à noite, e sentir sua presença, mesmo não estando você aqui.
Nenhuma delicadeza seja excessivamente delicada entre nós a ponto de não conseguirmos segurá-la entre o indicador e o polegar, como a um mamilo, sem quebrá-la.
Nenhuma vulgaridade seja suficientemente vulgar a ponto de, na nossa intimidade, nunca deixarmos de ser uns desavergonhados.
Que eu entenda suas renúncias e que você entenda as minhas. Mas que eu saiba inclusive renunciar ao entendimento quando ele não for possível, pois na maior parte das vezes não é.
Que eu dê apenas aquilo que eu tenha e receba apenas aquilo que você pode dar.
Pausa gastronômicaEis que surge em nossa vida o bolo facinho de milho, pois a vida de duas pessoas pode ser marcada por outras coisas que não emoções fortes, agressões, perdões, amores e outras peculiaridades tão humanas. O ser humano é o único animal que sofre por amor e cozinha:
Uma lata de leite condensado.Uma lata de milho.Três ovos.50g de coco ralado.
Bata tudo no liquidificador, de maneira a moer o milho. Ponha o fermento depois e misture com cuidado com uma colher. Asse. Tende a grudar na forma, por isso ela deve estar muito, muito, muito bem untada.
Lembra muito um bolo de fubá, mas é mais cremoso e molhadinho.
Declarações de pessoas que fizeram e experimentaram a eficiência do Bolo Facinho de Milho:“Quando eu li a receita eu não acreditei. Mas resolvi experimentar, guiada por um impulso. Na primeira garfada já senti os efeitos. Perdi dois centímetros de abdômen e minha musculatura ficou mais definida.” Karen Lovecraft, contadora.
“As mulheres não davam bola para mim. Agora que eu conheço os segredos do Bolo Facinho de Milho, tudo mudou. De uma hora para outra tornei-me garanhão.” Denis Leon, arquiteto.
“Não acredito que gastei tanto dinheiro com iscas artificiais, varas de pescar japonesas e plutônio radioativo. Se soubesse que o Bolo Facinho de Milho me ajudaria tanto eu o teria experimentado antes.” Terence Spacey, cardiologista.
Essas e outros milhares de pessoas experimentaram os benefícios do Bolo Facinho de Milho. Experimente você também.
Sobre tempo Em seis meses passam-se duas estações, milhões de pessoas nascem, milhões morrem, flores desabrocham, árvores dão fruto, o vento sopra para todos os lados empurrando navios e bolhas de sabão em diferentes direções, conflitantes ou harmônicas, pessoas se encontram e se separam, crianças aprendem a andar, a falar, a escrever, a vida de tantos dá uma virada, conhece-se novas bandas, compra-se novas roupas e novos livros, vive-se experiências que jamais se imaginaria, adoece-se e melhora-se, anda-se a pé pela cidade como há muito não se fazia, cogita-se colocar plantas em casa, o céu atinge as mais diferentes configurações e as nuvens fazem todos os desenhos… os seus preferidos… seis meses é o tempo suficiente para pular e voltar ao chão bilhões de vezes… mas creio que ainda não voltei.
Lista dos livros mais vendidos
Discursos diversos de um fragmento amoroso
Enquanto a mídia convoca o mundo a reverberar um coro de protestos contra as violações de direitos humanos promovidas pela China, os EUA, lutam tranquilamente "contra os terroristas" no Afeganistão... Dessa vez foram 60 crianças de uma só vez. Mas, é claro, tudo isso para que o mundo seja um lugar "seguro"...
ONU confirma morte de 90 civis em bombardeio dos EUA no Afeganistão
26/08 - 12:05 - EFE
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Cabul, 26 ago (EFE).- A ONU afirmou hoje que encontrou "provas evidentes" de que 90 civis, entre eles 60 crianças, morreram na última sexta em um ataque aéreo das forças dos Estados Unidos posicionadas no Afeganistão.O enviado especial da ONU ao Afeganistão, Kai Eide, explicou que uma equipe da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama) investigou nos últimos dias o bombardeio, que aconteceu no distrito de Shindand, na província de Herat (oeste)."A destruição causada pelo ataque aéreo era muito evidente. Sete ou oito casas foram totalmente destruídas e muitas outras sofreram danos", declarou Eide."Os aldeães confirmaram o número de vítimas, inclusive seus nomes, idades e sexo", acrescentou o enviado especial da ONU."As investigações da Unama encontraram provas convincentes, baseadas nas declarações das testemunhas, de que 90 civis morreram, entre eles 60 crianças, 15 mulheres e 15 homens", reiterou.As autoridades afegãs também tinham estimado em 90 o número de mortos no ataque aéreo da coalizão liderada pelos EUA no Afeganistão.O comando militar americano afirmou que 30 supostos talibãs morreram no bombardeio, mas um dia depois se prontificou a investigar o ocorrido."Este é um assunto de grande preocupação para a ONU. Deixei várias vezes claro que a segurança e o bem-estar dos civis têm que ser considerados acima de tudo durante o planejamento e a execução de operações militares", afirmou Eide.O enviado da ONU disse que ataques como o de sexta-feira "minam a confiança do povo afegão nos esforços para construir um Estado justo, pacífico e que respeite e lei".Eide pediu que as forças internacionais e afegãs "evitem" novos "incidentes trágicos" e expressou suas condolências às famílias das vítimas.Embora em nenhum momento tenha citado explicitamente a coalizão liderada pelos EUA no Afeganistão, Eide lembrou a "todas as partes envolvidas no conflito" que a proteção dos civis "tem que ser sua máxima preocupação".O Governo do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, decidiu ontem "revisar" a presença das tropas internacionais no país e "regulamentar" sua responsabilidade por meio de um acordo.O Executivo afegão constatou em seu comunicado ter discutido "repetidamente" o assunto das baixas civis com as forças internacionais, às quais pediu que "detenham todos os bombardeios aéreos contra alvos civis, especialmente nos povoados afegãos".Os EUA comandam uma coalizão no Afeganistão dentro da missão antiterrorista Liberdade Duradoura e conta com uma grande maioria de soldados americanos (15 mil), que atuam independentemente da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sob mandato da ONU.
ONU confirma morte de 90 civis em bombardeio dos EUA no Afeganistão
26/08 - 12:05 - EFE
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Cabul, 26 ago (EFE).- A ONU afirmou hoje que encontrou "provas evidentes" de que 90 civis, entre eles 60 crianças, morreram na última sexta em um ataque aéreo das forças dos Estados Unidos posicionadas no Afeganistão.O enviado especial da ONU ao Afeganistão, Kai Eide, explicou que uma equipe da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama) investigou nos últimos dias o bombardeio, que aconteceu no distrito de Shindand, na província de Herat (oeste)."A destruição causada pelo ataque aéreo era muito evidente. Sete ou oito casas foram totalmente destruídas e muitas outras sofreram danos", declarou Eide."Os aldeães confirmaram o número de vítimas, inclusive seus nomes, idades e sexo", acrescentou o enviado especial da ONU."As investigações da Unama encontraram provas convincentes, baseadas nas declarações das testemunhas, de que 90 civis morreram, entre eles 60 crianças, 15 mulheres e 15 homens", reiterou.As autoridades afegãs também tinham estimado em 90 o número de mortos no ataque aéreo da coalizão liderada pelos EUA no Afeganistão.O comando militar americano afirmou que 30 supostos talibãs morreram no bombardeio, mas um dia depois se prontificou a investigar o ocorrido."Este é um assunto de grande preocupação para a ONU. Deixei várias vezes claro que a segurança e o bem-estar dos civis têm que ser considerados acima de tudo durante o planejamento e a execução de operações militares", afirmou Eide.O enviado da ONU disse que ataques como o de sexta-feira "minam a confiança do povo afegão nos esforços para construir um Estado justo, pacífico e que respeite e lei".Eide pediu que as forças internacionais e afegãs "evitem" novos "incidentes trágicos" e expressou suas condolências às famílias das vítimas.Embora em nenhum momento tenha citado explicitamente a coalizão liderada pelos EUA no Afeganistão, Eide lembrou a "todas as partes envolvidas no conflito" que a proteção dos civis "tem que ser sua máxima preocupação".O Governo do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, decidiu ontem "revisar" a presença das tropas internacionais no país e "regulamentar" sua responsabilidade por meio de um acordo.O Executivo afegão constatou em seu comunicado ter discutido "repetidamente" o assunto das baixas civis com as forças internacionais, às quais pediu que "detenham todos os bombardeios aéreos contra alvos civis, especialmente nos povoados afegãos".Os EUA comandam uma coalizão no Afeganistão dentro da missão antiterrorista Liberdade Duradoura e conta com uma grande maioria de soldados americanos (15 mil), que atuam independentemente da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sob mandato da ONU.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
A tecnologia digital, em especial a Internet, tem o imenso potencial de impulsionar a comunicação social, tornando a informação mais democrática e menos sujeita às manipulações dos monopólios privados de TV. Por tudo isso, não é de se admirar que tais emissoras não vejam com bons olhos essa diversificação da mídia. Afinal, estão acostumadinhos em produzir lixo e ganhar fortunas de dinheiro com isso.
"Éramos felizes e não sabíamos", diz diretor da Globo sobre novas mídias
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DIÓGENES MUNIZenviado especial da Folha Online ao Rio A multiprogramação na TV digital não é uma opção para a Rede Globo, pois não trará mais anunciantes. A afirmação é do diretor de engenharia da emissora carioca, Fernando Bittencourt. Segundo o executivo, que debateu o assunto no Rio, os radiodifusores sentem saudades do tempo em que não havia ameaça das novas mídias ao seu modelo de negócios. "No cenário de mídia, falando do passado, nós éramos felizes e não sabíamos. Isso há dez, 15 anos. A única forma de ver televisão era pelo ar", disse, lembrando o avanço da internet. Bittencourt participou na sexta-feira (22) do painel "Grandes Redes no Ambiente Digital", do 5º Fórum Internacional de TV Digital, ao lado de Frederico Nogueira, vice-presidente da Band, José Marcelo do Amaral, diretor de tecnologia da Record e Alexandre Sano, executivo de tecnologia do SBT.
Divulgação
"A TV aberta sobrevive de publicidade", lembra diretor global Fernando BittencourtO diretor global tentou convencer a platéia de que as emissoras não perdem audiência com as novas opções de informação e entretenimento --como DVDs e vídeos pela internet. Apresentando dados dos EUA, afirmou que a porcentagem de pessoas que vêem TV diminui, "mas a pizza da mídia cresce" --ou seja, fatiá-la em mais pedaços não teria afetado o número telespectadores. Hoje, o Brasil tem quase 23 milhões de pessoas acessando a rede de casa. Segundo o Ibope, o crescimento no número de internautas tira pessoas da frente da TV no país. Ao falar sobre a possibilidade de emissoras comerciais transmitirem mais de uma programação no mesmo espectro, o executivo recorreu à mesma metáfora culinária, mas para dizer o contrário. Segundo ele, não há motivo para as TVs oferecerem mais programações já que, neste caso, a "pizza continuará a mesma", com o mesmo número de anunciantes. Milagre Para a Globo, apesar de o sistema nipo-brasileiro de TV digital dar chance de transmitir quatro programações diferentes no mesmo espectro (em definição "standard", em vez de alta definição), isso está fora de cogitação. "A TV aberta sobrevive de publicidade --essa não sabe se é analógica ou digital, quem sabe é a gente. Nós não temos dinheiro novo na TV digital. Então, se você assumir a multiprogramação, significa que o dinheiro que a gente tem é o mesmo para produzir mais de um, dois programas."
Julia Moraes/Folha Imagem
Para Globo, multiprogramação na TV digital não é uma opção comercialmente viávelDe acordo com Bittencourt, "não tem muita razão a multiprogramação". "Com ela, você abre mão da alta definição --isso para mim é fatal. Entre uma e outra fico com a qualidade [de imagem]." Ao optar pela alta definição, as emissoras também evitam que novos "players" entrem em seu mercado. Como de praxe, os representantes dos radiodifusores aproveitaram o evento para defender escolha do sistema nipo-brasileiro de TV digital com afinco, chegando a arrancar risadas da platéia. "É um milagre, gente", disse aos berros o vice-presidente da Band, Frederico Nogueira, sobre a nova transmissão. A possibilidade de transmitir pelo menos quatro canais digitais na mesma radiofreqüência ainda está obscura mesmo para quem pretende empregar essa modalidade: as TVs públicas. Quase nove meses após o início das transmissões, há pouca definição governamental sobre o que pode ser feito para iniciar o uso de programações simultâneas por um mesmo radiodifusor.
"Éramos felizes e não sabíamos", diz diretor da Globo sobre novas mídias
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DIÓGENES MUNIZenviado especial da Folha Online ao Rio A multiprogramação na TV digital não é uma opção para a Rede Globo, pois não trará mais anunciantes. A afirmação é do diretor de engenharia da emissora carioca, Fernando Bittencourt. Segundo o executivo, que debateu o assunto no Rio, os radiodifusores sentem saudades do tempo em que não havia ameaça das novas mídias ao seu modelo de negócios. "No cenário de mídia, falando do passado, nós éramos felizes e não sabíamos. Isso há dez, 15 anos. A única forma de ver televisão era pelo ar", disse, lembrando o avanço da internet. Bittencourt participou na sexta-feira (22) do painel "Grandes Redes no Ambiente Digital", do 5º Fórum Internacional de TV Digital, ao lado de Frederico Nogueira, vice-presidente da Band, José Marcelo do Amaral, diretor de tecnologia da Record e Alexandre Sano, executivo de tecnologia do SBT.
Divulgação
"A TV aberta sobrevive de publicidade", lembra diretor global Fernando BittencourtO diretor global tentou convencer a platéia de que as emissoras não perdem audiência com as novas opções de informação e entretenimento --como DVDs e vídeos pela internet. Apresentando dados dos EUA, afirmou que a porcentagem de pessoas que vêem TV diminui, "mas a pizza da mídia cresce" --ou seja, fatiá-la em mais pedaços não teria afetado o número telespectadores. Hoje, o Brasil tem quase 23 milhões de pessoas acessando a rede de casa. Segundo o Ibope, o crescimento no número de internautas tira pessoas da frente da TV no país. Ao falar sobre a possibilidade de emissoras comerciais transmitirem mais de uma programação no mesmo espectro, o executivo recorreu à mesma metáfora culinária, mas para dizer o contrário. Segundo ele, não há motivo para as TVs oferecerem mais programações já que, neste caso, a "pizza continuará a mesma", com o mesmo número de anunciantes. Milagre Para a Globo, apesar de o sistema nipo-brasileiro de TV digital dar chance de transmitir quatro programações diferentes no mesmo espectro (em definição "standard", em vez de alta definição), isso está fora de cogitação. "A TV aberta sobrevive de publicidade --essa não sabe se é analógica ou digital, quem sabe é a gente. Nós não temos dinheiro novo na TV digital. Então, se você assumir a multiprogramação, significa que o dinheiro que a gente tem é o mesmo para produzir mais de um, dois programas."
Julia Moraes/Folha Imagem
Para Globo, multiprogramação na TV digital não é uma opção comercialmente viávelDe acordo com Bittencourt, "não tem muita razão a multiprogramação". "Com ela, você abre mão da alta definição --isso para mim é fatal. Entre uma e outra fico com a qualidade [de imagem]." Ao optar pela alta definição, as emissoras também evitam que novos "players" entrem em seu mercado. Como de praxe, os representantes dos radiodifusores aproveitaram o evento para defender escolha do sistema nipo-brasileiro de TV digital com afinco, chegando a arrancar risadas da platéia. "É um milagre, gente", disse aos berros o vice-presidente da Band, Frederico Nogueira, sobre a nova transmissão. A possibilidade de transmitir pelo menos quatro canais digitais na mesma radiofreqüência ainda está obscura mesmo para quem pretende empregar essa modalidade: as TVs públicas. Quase nove meses após o início das transmissões, há pouca definição governamental sobre o que pode ser feito para iniciar o uso de programações simultâneas por um mesmo radiodifusor.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Nada Ficou Em Vão - won taylor -
Passei por sua vida tentando vencer o que eu não tinha; e tive medo de ver que tudo que eu consegui foi ficar perdendo tempo; e obriguei a você a ficar ao meu lado pra lutar por um plano que nunca poderia dar certo; já que nele você tinha que estar feliz.Tudo que você tinha era amizade; e eu sonhando com o que você não podia me dar; e o que eu sentia só lhe trazia duvidas e indiferença; e por ser tão pouco o que eu tinha em minhas mãos; você preferiu apenas seguir em frente; sem mim. E enquanto eu sinto dor, eu fico sem força pra reconstuir meu mundo; e por cansaço eu deixo pra depois; vou apenas sonhar teu sonho por enquanto.Ainda que tudo fosse verdade; eu sei que você mentia por vaidade em desespero pra que eu não pudesse ver; que seus sentimentos não eram um mundo inteiro. E em seus olhos eu pude ver que você não queira me ferir; e por amizade você acretitava que eu fosse ver que o amor já não estava mais lá. E por parecer fraqueza me deixei ficar cansado pra ver que o que acabou não vai mais voltar.E o que mais eu quis era continuar vendo você sorrir; e nada mais vinha do seu rosto; a não ser dor e solidão. Então, eu apanhei o que sobrou e deixei as palavras mais duras se tornar real; e mesmo não tendo pra onde ir e me sentindo abandonado, acabamos ali e não ferimos um ao outro com mentiras, e deixamos o gosto se desfazer em nossas gargantas; e sem olhar pra trás deixamos o amor desafiar as nossas vontades e tentamos sair ilesos de uma separação.
Desejo
Letra & música de Luiz Alberto Machado
Quero ficar no seu coraçãoE assim poder sonharToda aventura que pintar da emoçãoTodo fervura que brotar da sua mãoPara iluminar a reticência que aprumou a minha vidaE um dia ser feliz e nada maisQuero ficar no seu coraçãoE assim me agasalharDo frio impune que semeia a solidãoE feito imune repetir a sensaçãoQue vai para lua na volúpia mais fervidaE um dia ser feliz e nada maisE quando o jeito de você virar absoluta adoraçãoSerá o véu perfeito e a ternura abraçará minha ilusãoQuero o meu destino a confundir-se com o seuE sermos um, o que a sina prometeuE o que sobrar de nós será um ninho verdadeiroE um dia ser feliz e nada mais
©Luiz Alberto Machado.
Quero ficar no seu coraçãoE assim poder sonharToda aventura que pintar da emoçãoTodo fervura que brotar da sua mãoPara iluminar a reticência que aprumou a minha vidaE um dia ser feliz e nada maisQuero ficar no seu coraçãoE assim me agasalharDo frio impune que semeia a solidãoE feito imune repetir a sensaçãoQue vai para lua na volúpia mais fervidaE um dia ser feliz e nada maisE quando o jeito de você virar absoluta adoraçãoSerá o véu perfeito e a ternura abraçará minha ilusãoQuero o meu destino a confundir-se com o seuE sermos um, o que a sina prometeuE o que sobrar de nós será um ninho verdadeiroE um dia ser feliz e nada mais
©Luiz Alberto Machado.
Sanha
Letra & música de Luiz Alberto Machado
Não há valia para apreço vale nadaNão há vergonha para cara lavadaToda lisura que se espreme para viverE que viverCadê a honra para quem não tem mais nadaNão há guarida para alma penadaToda usura que sublima o quererE que poderMandar não seja nobre ter rigor assimPisar, varrer da frente algoz e querubimQuem doma a sanha não sabe dormirE mais se ganha para coibirUsar do relho para mais pesarSuor vermelho vibra no cantarNão há mais lance para ser carta marcadaA dura sorte já está lançadaToda estatura que se arrasta pelo chãoTal qual anãoHá riso oculto para ser face veladaA traição devora a madrugadaToda espessura que comove o histriãoNo coraçãoPrivar da sede o pote de quem quer sorrirTraçar a sina o rito de quem vai partirQuem doma a sanha não sabe dormirE mais se ganha para coibirUsar do relho para mais pesarSuor vermelho vibra no cantar
©Luiz Alberto Machado.
Não há valia para apreço vale nadaNão há vergonha para cara lavadaToda lisura que se espreme para viverE que viverCadê a honra para quem não tem mais nadaNão há guarida para alma penadaToda usura que sublima o quererE que poderMandar não seja nobre ter rigor assimPisar, varrer da frente algoz e querubimQuem doma a sanha não sabe dormirE mais se ganha para coibirUsar do relho para mais pesarSuor vermelho vibra no cantarNão há mais lance para ser carta marcadaA dura sorte já está lançadaToda estatura que se arrasta pelo chãoTal qual anãoHá riso oculto para ser face veladaA traição devora a madrugadaToda espessura que comove o histriãoNo coraçãoPrivar da sede o pote de quem quer sorrirTraçar a sina o rito de quem vai partirQuem doma a sanha não sabe dormirE mais se ganha para coibirUsar do relho para mais pesarSuor vermelho vibra no cantar
©Luiz Alberto Machado.
Perdoe-me pelo O Que Eu Nem Sei - won taylor
Sinto tanto a tua falta e isso eu não posso lhe dizer; e tudo acaba machucando demais dentro de mim. Não consigo mais segurar o gatilho e no quarto a luz que vejo é da paz; embora o gosto na minha garganta seja de medo; e não é tão doce assim o que tenho que engulir. E não deveria vir de uma amrgo; de um barulho e nem de um corte; e nem me deixa livre assim. O dia em que você percebeu que não me amava mais; foi o dia que eu deixei de existir em você.Quando você se esqueceu de mim; eu tive que ficar aqui e apanhar uma recompensa que mais parecia um peso pra se carregar e o amargedom cheio de anjos estava lá também. Não é culpa sua e não pode ser de ninguém; porque a vontade de viver não pode ser tirada de ninguém; e o que eu sinto dentro de mim ainda é confuso e solitario; dificil de se entender.Eu que pensei que eu sempre soubesse o que sentir agora sinto que algo se perdeu em mim; e nem eu consigo entender. O que você sente já não chega até a mim; mas o que fazer então, se o que você sentia já se acabou? Quando você ainda tentava segurar a dor de não dizer pra mim não sentir dor; é isso que me doí agora.os pecados eu vou colocando de lado e as pessoas que eu não quero que me veja agora; estão todas em lugar seguro onde eu não possa feri-las; e lá vem a luz. Com o que eu penso pelo coração; o meu erro não é mais do que um mundo perfeito; mas de olhos abertos tudo que eu vejo é que o amor que quero que faça parte do meu mundo; se perdeu e foi embora junto com você ou ficou e eu não consigo ver a beleza em mim, mas vou estar aqui por mais tempo.
Amor
'Vamos brincar, amor? vamos jogar petecaVamos atrapalhar os outros, amor, vamos sair correndoVamos subir no elevador, vamos sofrer calmamente e sem precipitação?Vamos sofrer, amor? males da alma, perigosDores de má fama íntimas como as chagas de CristoVamos, amor? vamos tomar porre de absintoVamos tomar porre de coisa bem esquisita, vamosFingir que hoje é domingo, vamos verO afogado na praia, vamos correr atrás do batalhão?Vamos,amor, tomar thé na Cavé com madame SevignéeVamos roubar laranja, falar nome, vamos inventarVamos criar beijo novo, carinho novo, vamos visitar N. S. do Parto?Vamos, amor? vamos nos persuadir imensamente dos acontecimentosVamos fazer neném dormir, botar ele no urinolVamos, amor?Porque excessivamente grave é a Vida.'
(Vinícius de Morais)
(Vinícius de Morais)
Soneto de aniversário
Passam-se dias, horas, meses, anosAmadureçam as ilusões da vidaProssiga ela sempre divididaEntre compensações e desenganosFaça-se a carne mais envilecidaDiminuam os bens, cresçam os danosvença o ideal de andar caminhos planosMelhor que levar tudo de vencidaQueira-se antes ventura que aventuraÀ medida que a têmpora embranqueceE fica tenra a fibra que era duraE eu te direi : amiga minha, esquece...Que grande é este amor meu de criaturaQue vê envelhecer e não envelhece....
(Vinicius de Moraes)
(Vinicius de Moraes)
Você sabe amar ?Eu estou aprendendo.Estou aprendendo a aceitar as pessoas,mesmo quando elas me desapontam,quando fogem do ideal que tenho para elas,quando me ferem com palavras ásperas ouações impensadas.É difícil aceitar as pessoas assim comoelas são, não como eu desejo que elas sejam.É difícil, muito difícil, mas estou aprendendo.Estou aprendendo a amar.Estou aprendendo a escutar,escutar com os olhos e ouvidos.Escutar com a almae com todos os sentidos.Escutar o que diz o coração;o que dizem os ombros caídos,os olhos, as mãos irrequietas.Escutar a mensagem que se escondepor entre as palavras corriqueiras,superficiais.Descobrir a angústia disfarçada,a insegurança mascarada,a solidão encoberta.Penetrar o sorriso fingido,a alegria simulada, a vangloria exagerada.Descobrir a dor de cada coração.Aos poucos, estou aprendendo a amar.Estou aprendendo a perdoar.Pois o amor perdoa, lança fora as mágoas,e apaga as cicatrizes que a incompreensãoe insensibilidade gravaram no coração ferido.O amor não alimenta mágoas compensamentos dolorosos.Não cultiva ofensas com lástimas eautocomiseração.O amor perdoa, esquece, extinguetodos os traços de dor no coração.Passo a passo, estou aprendendo a perdoar,a amar .Estou aprendendo a descobrir o valor quese encontra dentro de cada vida, de todas as vidas.Valor soterrado pela rejeição, pela falta decompreensão, carinho e aceitação, pelasexperiências duras vividas ao longo dos anos.Estou aprendendo a ver, nas pessoas a suaalma, e as possibilidades que Deus lhes deu.Estou aprendendo,mas como é lenta a aprendizagem !Como, é difícil amar, amar como Cristoamou !Todavia, tropeçando, errando, estouaprendendo...Aprendendo a pôr de lado as minhaspróprias dores, meus interesses,minha ambição, meu orgulho.Quando estes impedem o bem-estarE a felicidade de alguém !Como é duro amar !!!
Rose Vitall
Rose Vitall
Dia desses eu estava sentado numa sala de espera aguardando a minha vez para cortar o cabelo, com o Toninho, da Super Quadra Tupã.Estava muito distraído, lendo uma daquelas revistas que sempre tem em sala de espera, quando entrou uma menina, linda, magra, muito branquinha e aparentemente, de uns sete anos de idade.Ela usava um arco a lhe prender os cabelos finos e lisos que iam até os ombros, roupas que denunciavam a origem pobre, mas que também mostravam um cuidado materno especial, pois estavam muito limpas e cheirosas.Era uma criança impossível de não ser notada, sorriso aberto, carisma a flor da pele e trazia numa das mãos um cartão de loteria instantânea, dessas conhecidas como "raspadinha".Já completamente cativado não me preocupei em disfarçar o meu encanto e fiquei ali torcendo para que ela me dirigisse a palavra.Era como se eu soubesse que algo especial estava para acontecer.- O senhor compra pra ajudar? É dez real...- Reais, disse eu para ver a reação dela.- É mesmo. Minha mãe sempre me corrige: dez reais. Mas o senhor compra?A minha vontade era comprar o cartão, mas não queria acabar logo com a conversa e continuei:- Depende... Pra ajudar o quê?- É pra ajudar a gente lá em casa. Meu pai tá desempregado e a minha mãe tá muito doente. Eu tô vendendo essa raspinha aqui pra poder comprar leite pro meu irmãozinho. Ele tem dois anos e meio.A essa altura eu já tinha certeza de que compraria o cartão. Não que me comovesse além do normal com essa história tão comum do nosso sofrido povo brasileiro. Era puro encantamento com aquela menina.- Como é o seu nome?- Amanda... Nossa! Como o senhor ficou vermelho!- É que eu tive uma filha que se chamava Amanda...A última lembrança que eu tenho dela, ela era assim como você... Sabe? Em todo lugar que eu vou eu sempre encontro uma Amanda.- Onde tá a sua filha agora?- Ela morreu num acidente faz algum tempo. Talvez ela esteja "vendendo cartões" no céu pra ajudar lá em casa..- O senhor ficou triste, né? Desculpa..- Não, eu não estou triste. Mas o que é que a sua mãe tem?- Eu não sei dizer não senhor. Mas o meu pai vive chorando escondido. Ele bem que tenta disfarçar. Eu também finjo que não noto, mas eu sei que ele tá chorando. Eu não gosto de ver meu pai chorando... O senhor vai comprar, não vai? Eu vou contar um segredo: este cartão aqui está premiado, sabia?- É ? Onde você conseguiu este cartão? E como você sabe que ele está premiado?- Foi um anjo que desceu lá do céu e me deu ele pra eu vender. Ele disse que é um cartão premiado.- Um anjo??- É ! Por quê? O senhor não acredita?- Acredito sim. Mas se o anjo lhe deu o cartão e disse que é premiado, por que você o está vendendo? Por que você não raspa ele e fica com o prêmio? Assim você vai poder ajudar toda a sua família, a sua mãe...- Mas eu não posso ficar com ele não senhor.- Por que não?- O anjo me disse que era pra eu vender por dez real.- Reais!- É. Por dez reais. E que não era pra eu raspar ele senão eu estaria sendo gananciosa. Eu não sei o que quer dizer essa palavra "gananciosa", o senhor sabe?- Eu também não sei não. Esse anjo fala muito difícil... Mas eu tenho certeza que você não é isso não...- Ele falou que eu tinha de dar a sorte pra alguém que eu encontrasse e que eu gostasse, e eu gostei do senhor. O senhor compra?- Como você sabia que era um anjo de verdade?- Ele tinha duas asas bem grandes e desceu voando lá do céu.- Como era o nome dele?- Ele não falou o nome dele não senhor.- E você não perguntou?- Se o senhor visse um anjo o senhor ia ficar fazendo pergunta? Eu fiquei foi mudinha.- E por que esse anjo apareceu logo pra você?- É que eu estava rezando pro menino Jesus, pedindo pro meu pai arranjar um emprego e pedindo pra Ele curar a minha mãe, então o anjo apareceu pra mim. Ele disse que se eu vendesse esse cartão que ele me deu, por dez real...- Reais!- É, reais... Se eu vendesse, Jesus já tinha autorizado ele a curar a minha mãe e a arranjar um emprego pro meu pai, mas, que se eu ficasse com o cartão só ia acontecer coisa ruim.- Então se eu comprar o cartão que o anjo deu pra você, só vai me acontecer coisa ruim?- Não. O senhor não entendeu. Eu é que não posso ficar com o cartão. A pessoa que comprar ele, vai tá sendo boa e vai estar acreditando no anjo. Então, pra quem comprar, só vai acontecer coisa boa. O senhor vai receber o prêmio e não vai mais ser triste.- Quem disse pra você que eu sou triste?- O seus olhos e o seu jeito de falar. O senhor parece uma pessoa triste, sabia?- Sabia... Tá bom. Eu compro o seu cartão.Deixando escapar um breve suspiro, Amanda agarrou os dez "real" e, num gesto que me deixou surpreso e muito feliz, me deu um beijo no rosto.Ela parou na minha frente e ficou olhando eu guardar o cartão no bolso, com um sorriso bobo nos meus lábios.Um tanto decepcionada ela perguntou:- O senhor não vai raspar pra ver se está mesmo premiado?- Não. Eu tenho certeza de que está.- Mas se o senhor não raspar não vai poder receber o prêmio.- Eu já recebi quando você entrou aqui.- Eu não entendi o que o senhor quis dizer.- Mas o seu anjo entendeu, minha filha. O seu anjo entendeu, meu anjo...Ela foi embora meio que desconfiada, olhou pra trás algumas vezes e eu nunca mais a vi.Sempre que volto ao Toninho, ou paro na super quadra para alguma coisa, corro os olhos pelas calçadas.Tenho certeza de que a verei um dia.Quero saber se sua mãe está melhor e se seu pai já "arranjou" um emprego.Quanto ao cartão, eu ainda não me atrevi a raspá-lo e creio que nunca o farei. Gosto de acreditar que sou o único homem no mundo que ganhou um cartão de loteria premiado, dado por um anjo e trazido por outro.Quanto ao prêmio, penso que não pode haver um mais valioso do que esta história toda.*Esta crônica foi escrita por um senhor de nome Robson, que mora em Londrina e que perdeu sua filha Amanda - 3anos- no mar, durante as férias)*
Rose Vitall
Rose Vitall
Considero essa leitura muito importante. 1983 foi ontem. A Argentina fica ao lado. Para que todos conheçam uma história muito recente e pensem no nosso futuro.
Esma, ex-campo de concentração na Argentina, vira monumento histórico
22/08 - 18:21 - AFP
O prédio da Escola de Mecânica da Armada (Esma), onde funcionou o mais emblemático campo de detenção e extermínio da ditadura argentina (1976-83), transformado em Museu da Memória em 2004, foi declarado Monumento Histórico pelo governo, nesta sexta-feira.A declaração está em um decreto assinado pela presidente Cristina Kirchner e publicado hoje, no Diário Oficial, que inclui todos os bens do prédio localizado no bairro portenho de Núñez, no norte da cidade.Pela Esma (Marinha de Guerra), passaram, durante a ditadura, mais de 5.000 opositores, como as freiras francesas Léonie Duquet e Alice Domon, dos quais apenas uma centena sobreviveu.O Cassino de Oficiais, onde ficavam os presos, foi "o cenário das mais aberrantes violações dos direitos humanos", aponta o decreto, que lembra que cerca de 600 centros clandestinos de detenção, tortura e extermínio funcionaram em todo o país entre 1976 e 1983.Para declarar o edifício Monumento Histórico, considerou-se que a Esma foi "um dos centros mais importantes" do terrorismo de Estado, onde se cometeram "crimes de lesa-humanidade, como tortura, desaparecimento de pessoas e apropriação de menores".Funcionou na Esma uma maternidade clandestina, onde dezenas de prisioneiras que haviam sido seqüestradas grávidas deram à luz. Os bebês foram arrancados de seus braços e entregues a repressores, ou a seus cúmplices, por meio da adoção ilegal.Cerca de 500 bebês nascidos durante o cativeiro de suas mães desaparecidas foram roubados e criados por outras famílias. Segundo o organismo humanitário Avós da Praça de Maio, 93 recuperaram sua identidade.O prédio pertence à cidade de Buenos Aires, mas foi utilizado pela Marinha durante um século, até que, em 2004, o ex-presidente Néstor Kirchner anunciou sua recuperação para erguer um Museu da Memória no local.O organismo Espaço para a Memória e a Comissão Nacional de Museus e Monumentos foram designados para "estabelecer modalidades de intervenção no prédio", sem modificar, essencialmente, seu aspecto.Desde a anulação, também em 2004, das leis de anistia, reabriu-se um processo pelos crimes cometidos na Esma, que tem entre seus mais emblemáticos réus o ex-capitão Alfredo Astiz, conhecido como "o anjo louro da morte".
Esma, ex-campo de concentração na Argentina, vira monumento histórico
22/08 - 18:21 - AFP
O prédio da Escola de Mecânica da Armada (Esma), onde funcionou o mais emblemático campo de detenção e extermínio da ditadura argentina (1976-83), transformado em Museu da Memória em 2004, foi declarado Monumento Histórico pelo governo, nesta sexta-feira.A declaração está em um decreto assinado pela presidente Cristina Kirchner e publicado hoje, no Diário Oficial, que inclui todos os bens do prédio localizado no bairro portenho de Núñez, no norte da cidade.Pela Esma (Marinha de Guerra), passaram, durante a ditadura, mais de 5.000 opositores, como as freiras francesas Léonie Duquet e Alice Domon, dos quais apenas uma centena sobreviveu.O Cassino de Oficiais, onde ficavam os presos, foi "o cenário das mais aberrantes violações dos direitos humanos", aponta o decreto, que lembra que cerca de 600 centros clandestinos de detenção, tortura e extermínio funcionaram em todo o país entre 1976 e 1983.Para declarar o edifício Monumento Histórico, considerou-se que a Esma foi "um dos centros mais importantes" do terrorismo de Estado, onde se cometeram "crimes de lesa-humanidade, como tortura, desaparecimento de pessoas e apropriação de menores".Funcionou na Esma uma maternidade clandestina, onde dezenas de prisioneiras que haviam sido seqüestradas grávidas deram à luz. Os bebês foram arrancados de seus braços e entregues a repressores, ou a seus cúmplices, por meio da adoção ilegal.Cerca de 500 bebês nascidos durante o cativeiro de suas mães desaparecidas foram roubados e criados por outras famílias. Segundo o organismo humanitário Avós da Praça de Maio, 93 recuperaram sua identidade.O prédio pertence à cidade de Buenos Aires, mas foi utilizado pela Marinha durante um século, até que, em 2004, o ex-presidente Néstor Kirchner anunciou sua recuperação para erguer um Museu da Memória no local.O organismo Espaço para a Memória e a Comissão Nacional de Museus e Monumentos foram designados para "estabelecer modalidades de intervenção no prédio", sem modificar, essencialmente, seu aspecto.Desde a anulação, também em 2004, das leis de anistia, reabriu-se um processo pelos crimes cometidos na Esma, que tem entre seus mais emblemáticos réus o ex-capitão Alfredo Astiz, conhecido como "o anjo louro da morte".
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Maestro russo diz que ataque da Geórgia foi o 11/09 da Ossétia
21/08 - 18:45 - Reuters
Por Dmitry Solovyov TSKHINVALI, Geórgia (Reuters) - O maestro russo de origem ossétia Valery Gergiev regeu na quinta-feira um concerto de Tchaikovsky em meio aos edifícios bombardeados da Ossétia do Sul, querendo, segundo ele, chamar a atenção do mundo para o sofrimento na região. Gergiev, um dos músicos mais reconhecidos da Rússia, comparou os ataques georgianos contra a Ossétia do Sul aos atentados islâmicos de 11 de setembro de 2001 nos EUA.O maestro, criado na vizinha Ossétia do Norte, que pertence à Rússia, visitou o devastado bairro judeu de Tskhinvali, capital da Ossétia do Sul. Em seguida, regeu um concerto na praça central.No dia 7 de agosto, a Geórgia iniciou uma operação militar para tentar recuperar o controle da Ossétia do Sul, uma região etnicamente diversa que desde 1992 goza de autonomia sob a proteção da Rússia. Moscou reagiu enviando tropas e ocupando também outras partes da Geórgia.'Quando os EUA perderam 3,5 mil pessoas no 11 de setembro, a Rússia foi o primeiro país a manifestar seu apoio', disse Gergiev.'Para a Ossétia do Sul, perder 1.500 ou 2.000 pessoas hoje é uma tragédia terrível, mas ninguém sabe disso. Alvejar meninos, crianças de cima de um tanque é uma vergonha, e o mundo deveria saber dessa vergonha.'A Geórgia rejeita esse número de mortos e nega que tenha usado força excessiva na ação. Tbilisi alega ainda que os russos e as milícias separatistas é que cometeram abusos contra pessoas de etnia georgiana na Ossétia do Sul.Vestido de preto, Gergiev regeu a 5a e a 6a Sinfonias de Tchaikovsky em um palco montado em frente ao arruinado Parlamento local.Sob a vigilância de dois blindados e de policiais, crianças sentaram-se com velas na platéia, e algumas pessoas agitavam bandeiras russas.O ponto alto do concerto foi a 7a Sinfonia, dita 'Sinfonia de Leningrado', associada pelos russos à resistência contra o cerco nazista à atual São Petersburgo, durante a Segunda Guerra Mundial.'Torço muito para que a música ajude a evocar as melhores lembranças, e estamos aqui para lembrar dos que morreram nos trágicos dias desta agressão', disse o maestro em inglês.Atualmente diretor do teatro Mariinsky, em São Petersburgo, Gergiev nasceu em Moscou numa família de etnia ossétia e foi criado na Ossétia do Norte.
21/08 - 18:45 - Reuters
Por Dmitry Solovyov TSKHINVALI, Geórgia (Reuters) - O maestro russo de origem ossétia Valery Gergiev regeu na quinta-feira um concerto de Tchaikovsky em meio aos edifícios bombardeados da Ossétia do Sul, querendo, segundo ele, chamar a atenção do mundo para o sofrimento na região. Gergiev, um dos músicos mais reconhecidos da Rússia, comparou os ataques georgianos contra a Ossétia do Sul aos atentados islâmicos de 11 de setembro de 2001 nos EUA.O maestro, criado na vizinha Ossétia do Norte, que pertence à Rússia, visitou o devastado bairro judeu de Tskhinvali, capital da Ossétia do Sul. Em seguida, regeu um concerto na praça central.No dia 7 de agosto, a Geórgia iniciou uma operação militar para tentar recuperar o controle da Ossétia do Sul, uma região etnicamente diversa que desde 1992 goza de autonomia sob a proteção da Rússia. Moscou reagiu enviando tropas e ocupando também outras partes da Geórgia.'Quando os EUA perderam 3,5 mil pessoas no 11 de setembro, a Rússia foi o primeiro país a manifestar seu apoio', disse Gergiev.'Para a Ossétia do Sul, perder 1.500 ou 2.000 pessoas hoje é uma tragédia terrível, mas ninguém sabe disso. Alvejar meninos, crianças de cima de um tanque é uma vergonha, e o mundo deveria saber dessa vergonha.'A Geórgia rejeita esse número de mortos e nega que tenha usado força excessiva na ação. Tbilisi alega ainda que os russos e as milícias separatistas é que cometeram abusos contra pessoas de etnia georgiana na Ossétia do Sul.Vestido de preto, Gergiev regeu a 5a e a 6a Sinfonias de Tchaikovsky em um palco montado em frente ao arruinado Parlamento local.Sob a vigilância de dois blindados e de policiais, crianças sentaram-se com velas na platéia, e algumas pessoas agitavam bandeiras russas.O ponto alto do concerto foi a 7a Sinfonia, dita 'Sinfonia de Leningrado', associada pelos russos à resistência contra o cerco nazista à atual São Petersburgo, durante a Segunda Guerra Mundial.'Torço muito para que a música ajude a evocar as melhores lembranças, e estamos aqui para lembrar dos que morreram nos trágicos dias desta agressão', disse o maestro em inglês.Atualmente diretor do teatro Mariinsky, em São Petersburgo, Gergiev nasceu em Moscou numa família de etnia ossétia e foi criado na Ossétia do Norte.
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Vejam só que notícia estranha. Não sei se o que entendi corresponde ao fato. Também não tive tempo de saber mais. Mas saiu no Estadão.Parece que os EUA estão querendo promover uma flexibilização de regras para pesquisas com seres humanos contidas na Declaração de Helsinque, de 64, que visava coibir os abusos do nazismo... A flexibilização, segundo a proposta, só terá eficácia "fora" do território dos EUA...
EUA decidem não seguir mais regras em pesquisas fora de casa
21/08 - 10:10 - Agência Estado
Médicos reunidos em São Paulo para revisão da Declaração de Helsinque, que orienta as pesquisas científicas com humanos, manifestaram preocupação com a decisão do governo dos Estados Unidos de, a partir de outubro, não exigir mais o cumprimento dessas normas para estudos feitos fora do país. A declaração é um documento de 1964 que surgiu como resposta aos abusos cometidos por cientistas engajados no nazismo durante a 2ª Guerra Mundial.Ela traz orientações, por exemplo, sobre a necessidade de consentimento dos participantes do estudo e de se buscar, em primeiro lugar, benefícios para o paciente. Também trata do uso de placebos, substâncias inócuas aplicadas em pesquisas para comparação com novos remédios. Segundo a declaração, eles devem ser aplicados só quando não houver outro tratamento disponível para comparação.A dispensa de obediência às regras causa preocupação porque, recentemente, estudos antiéticos com placebos foram feitos com crianças portadoras de doenças pulmonares na América Latina. "Eles jogaram fora Helsinque, disseram que as considerações éticas são dispensáveis fora dos EUA", afirmou Dirceu Greco, professor de infectologia da Universidade Federal de Minas Gerais e integrante do comitê brasileiro que revisa a declaração, processo a cargo da Associação Médica Mundial. Ontem, Greco cobrou do presidente da associação, Otmar Kloiber, uma postura contra a posição norte-americana. Kloiber destacou, no entanto, que a posição dos EUA só foi tomada em razão de o país não concordar com restrições ao uso do placebo. As limitações sobre o uso do placebo são a principal polêmica do processo de revisão, que será concluído hoje em São Paulo - e depois referendado em conferência em outubro, na Coréia do Sul."Eles desistiram porque fomos muito longe. Fazemos nosso trabalho primeiro para os médicos; esperamos que os governos sigam, mas se não seguirem é outra questão. Se o governo tem problema ético, ele tem de se explicar", disse Kloiber, ontem, durante fórum para discutir a revisão, promovido pela Associação Médica Brasileira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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Vejam só que notícia estranha. Não sei se o que entendi corresponde ao fato. Também não tive tempo de saber mais. Mas saiu no Estadão.Parece que os EUA estão querendo promover uma flexibilização de regras para pesquisas com seres humanos contidas na Declaração de Helsinque, de 64, que visava coibir os abusos do nazismo... A flexibilização, segundo a proposta, só terá eficácia "fora" do território dos EUA...
EUA decidem não seguir mais regras em pesquisas fora de casa
21/08 - 10:10 - Agência Estado
Médicos reunidos em São Paulo para revisão da Declaração de Helsinque, que orienta as pesquisas científicas com humanos, manifestaram preocupação com a decisão do governo dos Estados Unidos de, a partir de outubro, não exigir mais o cumprimento dessas normas para estudos feitos fora do país. A declaração é um documento de 1964 que surgiu como resposta aos abusos cometidos por cientistas engajados no nazismo durante a 2ª Guerra Mundial.Ela traz orientações, por exemplo, sobre a necessidade de consentimento dos participantes do estudo e de se buscar, em primeiro lugar, benefícios para o paciente. Também trata do uso de placebos, substâncias inócuas aplicadas em pesquisas para comparação com novos remédios. Segundo a declaração, eles devem ser aplicados só quando não houver outro tratamento disponível para comparação.A dispensa de obediência às regras causa preocupação porque, recentemente, estudos antiéticos com placebos foram feitos com crianças portadoras de doenças pulmonares na América Latina. "Eles jogaram fora Helsinque, disseram que as considerações éticas são dispensáveis fora dos EUA", afirmou Dirceu Greco, professor de infectologia da Universidade Federal de Minas Gerais e integrante do comitê brasileiro que revisa a declaração, processo a cargo da Associação Médica Mundial. Ontem, Greco cobrou do presidente da associação, Otmar Kloiber, uma postura contra a posição norte-americana. Kloiber destacou, no entanto, que a posição dos EUA só foi tomada em razão de o país não concordar com restrições ao uso do placebo. As limitações sobre o uso do placebo são a principal polêmica do processo de revisão, que será concluído hoje em São Paulo - e depois referendado em conferência em outubro, na Coréia do Sul."Eles desistiram porque fomos muito longe. Fazemos nosso trabalho primeiro para os médicos; esperamos que os governos sigam, mas se não seguirem é outra questão. Se o governo tem problema ético, ele tem de se explicar", disse Kloiber, ontem, durante fórum para discutir a revisão, promovido pela Associação Médica Brasileira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Quero um novo mundo...Uma nova lei, um novo país,Um novo amanhecer!Quero paz e não guerra...Longe de mim morteO ódio, a raiva, a luta pelo poder.Longe a fome, o desemprego, a miséria.Quero um amanhã mais alegre...Um amanhã onde impere,A lei da paz, do amor, da amizade.Que os homens esqueçam o passadoE comecem um diálogo fraterno de paz.Que os homens comecem a falar de amor,A dialogar fraternalmente.Um diálogo, que leve a todos os homens,Ao encontro do verdadeiro amor,Da verdadeira Paz Universal!Que eu possa levar a todos.A paz, o amor, a alegria, a caridade.Que a fraternidade e a paz,Sejam o meu lema.E, que eu possa levar a todas as pessoas,Uma Mensagem de PazE amor fraternal!Oremos pela PAZ.
Amor ou interesse? Diga-me, Manoel, tua mulher faz sexo com você por amor ou por interesse? Olha, Joaquim, eu acho que é por amor...Como é que você sabe? Porque ela não demonstra nenhum interesse!!!
Manuel na zona
Manuel chega na zona louco por um programinha e pergunta pra cafetina: Quanto está a custaire o coito com uma das meretrizes? Depende do tempo! diz a cafetina.Pois, baim... Suponhamos que chova...
Português no restaurante
O português entra no restaurante e pergunta: Por favor, me dá uma bacalhoada!Ao que o atendente pergunta:Já sei! O senhor é português? Como descobriste? Foi por causa do meu sotaque ou pelo fato de eu ter pedido bacalhoada? Nem um nem outro... É que aqui é o Mc Donald's!!!
Português no BrasilO português estava voltando da viagem que fizera ao Brasil.Chegando no aeroporto, seu amigo Manoel o esperava. E aí Joaquim, como foi de viagem?Muito bom...E o que tu mais gostou no Brasil??Ah, das praias, da mulherada! É uma maravilha!!!! E do que tu não gostou???Ixi, das escadas rolantes...
Tu acreditas que um dia eu estava subindo e acabou a energia elétrica...
Eu fiquei lá parado em pé por mais de 2 horas!!! Ê Joaquim, mas tu és burro hein!!!! Por que tu não sentou???
O português e o leprosoUm português foi preso numa cela em frente à de um leproso. Dia após dia, ele observava o leproso cuidando de suas feridas.
Até que certa vez, caiu um dedo do leproso. Este o pegou e o atirou pela janela. Uma semana depois, caiu outro dedo e o leproso atirou-o pela janela. Algum tempo depois, caiu uma orelha, o leproso atirou-a pela janela.
Uma semana depois, caiu o pé, o leproso atirou-o pela janela.
Aí, o português não agüentou mais e pediu uma audiência com o Diretor.- Olha, senhor diretor, eu não quero ser chamado de dedo duro, mas o gajo que está na cela em frente a minha está fugindo aos pouquinhos...
Manuel na zona
Manuel chega na zona louco por um programinha e pergunta pra cafetina: Quanto está a custaire o coito com uma das meretrizes? Depende do tempo! diz a cafetina.Pois, baim... Suponhamos que chova...
Português no restaurante
O português entra no restaurante e pergunta: Por favor, me dá uma bacalhoada!Ao que o atendente pergunta:Já sei! O senhor é português? Como descobriste? Foi por causa do meu sotaque ou pelo fato de eu ter pedido bacalhoada? Nem um nem outro... É que aqui é o Mc Donald's!!!
Português no BrasilO português estava voltando da viagem que fizera ao Brasil.Chegando no aeroporto, seu amigo Manoel o esperava. E aí Joaquim, como foi de viagem?Muito bom...E o que tu mais gostou no Brasil??Ah, das praias, da mulherada! É uma maravilha!!!! E do que tu não gostou???Ixi, das escadas rolantes...
Tu acreditas que um dia eu estava subindo e acabou a energia elétrica...
Eu fiquei lá parado em pé por mais de 2 horas!!! Ê Joaquim, mas tu és burro hein!!!! Por que tu não sentou???
O português e o leprosoUm português foi preso numa cela em frente à de um leproso. Dia após dia, ele observava o leproso cuidando de suas feridas.
Até que certa vez, caiu um dedo do leproso. Este o pegou e o atirou pela janela. Uma semana depois, caiu outro dedo e o leproso atirou-o pela janela. Algum tempo depois, caiu uma orelha, o leproso atirou-a pela janela.
Uma semana depois, caiu o pé, o leproso atirou-o pela janela.
Aí, o português não agüentou mais e pediu uma audiência com o Diretor.- Olha, senhor diretor, eu não quero ser chamado de dedo duro, mas o gajo que está na cela em frente a minha está fugindo aos pouquinhos...
Cracatoa Simplesmente Sumiu
Fé
Posted: 19 Aug 2008 06:17 AM CDT
Ele virou-se de lado na cama e estendeu o braço num gesto suave mas já automático. O corpo conhecia as distâncias até ela e sabia dar o peso exato para a mão, na medida de se fazer toque percebido, na medida exata de não despertá-la.
Do outro lado, porém, encontrou o lençol apenas. Tateou mais acima e o travesseiro. Tateou mais abaixo e o cobertor.
Algo como a desorientação de acordar em casa estranha e procurar a janela, a luminosidade, os sons em direções em que já não estão.
O susto de não encontrar o corpo dela ali, a ressonar, sabendo de antemão que ali não estaria.
Uma lâmpada. Um botão com uma lâmpada dentro. Um alerta acendeu no painel. Corra. Corra diziam as letras nele impressas. Letras pretas em um botão que piscava, vermelho. Corra.
O corpo que ali não estava não estaria por apenas uma noite. E ele já percebia-se em sobressalto apenas por essas oito horas de solidão.
Corra, dizia o botão. Aperte, inicie o processo de auto-destruição irreversível. E corra.
E se, um dia, daqui a um ano. Dez, vinte, trinta, cem. Precisasse novamente dormir sozinho e estendesse para o lado o braço e esse dia, essa noite, fosse a sucessão de dias e noites de estender para o lado o braço e nada encontrar?
Pensou naquele instante, em que as cobertas estavam especialmente frias, especialmente sem a capacidade de aquecê-lo o suficiente, pensou naquele instante e projetou-o ao infinito e pensou que tratava-se do inferno.
Era isso o inferno.
Conhecer o paraíso, conhecer o paraíso cada vez mais a fundo e deixar-se por ele conhecer. O paraíso se enrodilhar em cada órgão, em cada célula de cada órgão, em cada proteína de cada célula, em cada molécula e átomo.
A delícia a invadir e tornar-se uma só com o organismo e com a alma, cada vez mais em um processo de simbiose sempre crescente. E, um dia, ser tomada, arrancada, partida, aniquilada de uma maneira tão brutal que é necessário conviver com isso para o resto da eternidade.
Conviver com a ausência de um pedaço que não era seu - por força ou sedução assim tornou-se - e que, de repente, cruelmente, simplesmente, extirpa-se a si mesmo. Como uma planta arrancada do vaso, que leva pedaços da terra onde cresceu.
Seria o amor um câncer que confundimos com um coração a mais que nos cresce no peito?
Corra. O dedo a um centímetro do botão que piscava.
Enquanto o estrago não poderá ser tão grande. Corra.
Rolou mais uma vez na cama. Desta vez ficou de barriga para baixo. A cara no próprio travesseiro.
E, se aquilo, aquela noite, a partir daquele instante mesmo, se projetasse para sempre? Não mais quatro ou cinco horas de escuridão, mas quinhentas.
Só isso já seria demais.
E se não fosse apenas uma noite de centenas de horas, mas milhares de noites assim ampliadas?
O que fazer?
Corra. O botão piscava e iluminava o quarto inteiro. Iluminava mesmo por trás dos olhos fechados, apertados por trás das pálpebras, por trás da testa franzida. Corra.
Corra enquanto as raízes não comungaram com o mais íntimos de seus grãos de terra.
Corra.
Virou-se mais uma vez. Olhou para o teto.
Mas não fazia sentido.
Não há garantia de que o sol de fato surgiria na manhã seguinte. Ele já ter feito isso bilhões de vezes na história do mundo com incrível regularidade não é suficiente. Mesmo com todos acreditando que a experiência vivida do sol se pondo e nascendo do outro lado, isso não é garantia. Mesmo o nascer do sol é uma questão de fé. Fé.
E, se naquele instante, o corpo dela ali não estava, o braço ser estendido para tocá-la era uma expressão dessa fé. A verdadeira fé não precisa ser afirmada. É espontânea. Não se exercita e só cresce por fruição natural. Ultrapassa a mera experiência religiosa. A fé, verdadeira, está mais ligada ao crescer do pão, por obra do fermento, que à sua transubstanciação, por obra do milagre. Fé é cotidiana e só existe quando não é percebida.
O sol, de fato, nasceria dali a instantes.
O corpo daquela mulher estaria ali dali a instantes.
Se o sol nascesse então pela última vez na história do Universo, só por mais esse dia viver valeria a pena. E se ele pudesse tocá-la mais uma noite apenas, só esse toque valeria o nascer do sol, os anteriores e os próximos, até que a engrenagem do mundo cedesse exausta.
Fé.
Corra, dizia o botão.
E, do lado desse botão, havia outro.
E, nesse, não estava escrito nada.
Foi o que apertou.
Fé é acreditar que o lugar onde nada há escrito está reservado para a melhor das palavras, ainda que ela seja impronunciável.
Virou-se mais uma vez na cama e, finalmente, adormeceu.
Lista dos livros mais vendidos
Fé
Fé
Posted: 19 Aug 2008 06:17 AM CDT
Ele virou-se de lado na cama e estendeu o braço num gesto suave mas já automático. O corpo conhecia as distâncias até ela e sabia dar o peso exato para a mão, na medida de se fazer toque percebido, na medida exata de não despertá-la.
Do outro lado, porém, encontrou o lençol apenas. Tateou mais acima e o travesseiro. Tateou mais abaixo e o cobertor.
Algo como a desorientação de acordar em casa estranha e procurar a janela, a luminosidade, os sons em direções em que já não estão.
O susto de não encontrar o corpo dela ali, a ressonar, sabendo de antemão que ali não estaria.
Uma lâmpada. Um botão com uma lâmpada dentro. Um alerta acendeu no painel. Corra. Corra diziam as letras nele impressas. Letras pretas em um botão que piscava, vermelho. Corra.
O corpo que ali não estava não estaria por apenas uma noite. E ele já percebia-se em sobressalto apenas por essas oito horas de solidão.
Corra, dizia o botão. Aperte, inicie o processo de auto-destruição irreversível. E corra.
E se, um dia, daqui a um ano. Dez, vinte, trinta, cem. Precisasse novamente dormir sozinho e estendesse para o lado o braço e esse dia, essa noite, fosse a sucessão de dias e noites de estender para o lado o braço e nada encontrar?
Pensou naquele instante, em que as cobertas estavam especialmente frias, especialmente sem a capacidade de aquecê-lo o suficiente, pensou naquele instante e projetou-o ao infinito e pensou que tratava-se do inferno.
Era isso o inferno.
Conhecer o paraíso, conhecer o paraíso cada vez mais a fundo e deixar-se por ele conhecer. O paraíso se enrodilhar em cada órgão, em cada célula de cada órgão, em cada proteína de cada célula, em cada molécula e átomo.
A delícia a invadir e tornar-se uma só com o organismo e com a alma, cada vez mais em um processo de simbiose sempre crescente. E, um dia, ser tomada, arrancada, partida, aniquilada de uma maneira tão brutal que é necessário conviver com isso para o resto da eternidade.
Conviver com a ausência de um pedaço que não era seu - por força ou sedução assim tornou-se - e que, de repente, cruelmente, simplesmente, extirpa-se a si mesmo. Como uma planta arrancada do vaso, que leva pedaços da terra onde cresceu.
Seria o amor um câncer que confundimos com um coração a mais que nos cresce no peito?
Corra. O dedo a um centímetro do botão que piscava.
Enquanto o estrago não poderá ser tão grande. Corra.
Rolou mais uma vez na cama. Desta vez ficou de barriga para baixo. A cara no próprio travesseiro.
E, se aquilo, aquela noite, a partir daquele instante mesmo, se projetasse para sempre? Não mais quatro ou cinco horas de escuridão, mas quinhentas.
Só isso já seria demais.
E se não fosse apenas uma noite de centenas de horas, mas milhares de noites assim ampliadas?
O que fazer?
Corra. O botão piscava e iluminava o quarto inteiro. Iluminava mesmo por trás dos olhos fechados, apertados por trás das pálpebras, por trás da testa franzida. Corra.
Corra enquanto as raízes não comungaram com o mais íntimos de seus grãos de terra.
Corra.
Virou-se mais uma vez. Olhou para o teto.
Mas não fazia sentido.
Não há garantia de que o sol de fato surgiria na manhã seguinte. Ele já ter feito isso bilhões de vezes na história do mundo com incrível regularidade não é suficiente. Mesmo com todos acreditando que a experiência vivida do sol se pondo e nascendo do outro lado, isso não é garantia. Mesmo o nascer do sol é uma questão de fé. Fé.
E, se naquele instante, o corpo dela ali não estava, o braço ser estendido para tocá-la era uma expressão dessa fé. A verdadeira fé não precisa ser afirmada. É espontânea. Não se exercita e só cresce por fruição natural. Ultrapassa a mera experiência religiosa. A fé, verdadeira, está mais ligada ao crescer do pão, por obra do fermento, que à sua transubstanciação, por obra do milagre. Fé é cotidiana e só existe quando não é percebida.
O sol, de fato, nasceria dali a instantes.
O corpo daquela mulher estaria ali dali a instantes.
Se o sol nascesse então pela última vez na história do Universo, só por mais esse dia viver valeria a pena. E se ele pudesse tocá-la mais uma noite apenas, só esse toque valeria o nascer do sol, os anteriores e os próximos, até que a engrenagem do mundo cedesse exausta.
Fé.
Corra, dizia o botão.
E, do lado desse botão, havia outro.
E, nesse, não estava escrito nada.
Foi o que apertou.
Fé é acreditar que o lugar onde nada há escrito está reservado para a melhor das palavras, ainda que ela seja impronunciável.
Virou-se mais uma vez na cama e, finalmente, adormeceu.
Lista dos livros mais vendidos
Fé
Nasce o poeta
Em solo humano
O nome é lançado
(Ou cai do acaso)
Uma aurora
Oculta num barulho
Uma pedra
Turva
A palavra
Dita entre ráfagas
De chuva
E lampejos na noite
Lobo
Um sopro
Um susto
Um nome
Sem coisa
O uivo
Na treva
O golpe
Na vidraça
É o vento?
É o lobo
A palavra sem rosto
Que se busca no espelho
Ou se busca um espelho?
Na lâmina das vozes
Perdidas no sonho
Na
Lâmina
Do
Sono
Da água
Sonora
Das coisas velozes
Só sabia o nome
Só sabia o medo
Que esse nome dava
Se era um mendigo
Um gigante um bicho
Isso não sabia
Mas fosse o que fosse
Viria do escuro
Viria da noite
Que oculta o mundo
A Rua da Alegria
E a mobília da casa
O que era aquilo
Debaixo da cama?
Uma coisa branca
Molhada asquerosa
O que era aquilo
Que não tinha nome?
Parecia um lobo
Mas não era um lobo
Parecia um bicho
Parecia um vômito
E que me espiava
Sem olho nem nada
Aquilo era o lobo
(A palavra lobo enfim encarnada)
A palavra
Estava
Dentro da folha
(Na quinta do Caga Osso)
Estava dentro
Da margarida
Uma
Borboleta
Dentro (a palavra)
Estava
Dentro
Do fruto
(na alva noite do açúcar)
E a folha
Dizia
Folha
A rosa
Dizia rosa
E a água
Em si mesma
Refletida
Seu próprio nome dizia
Rindo
Entre as pedras
Mas não havia
Ninguém ali
Para ouvi-las
E só por isso
Falavam
Se vinha alguém
Calavam-se
A manhã apaga
As perguntas da noite
As coisas são claras
As coisas são sólidas
O mundo se explica
Só por existir
A memória dorme
O presente ri
A moça baunilha
Uma flama negra
Na quitanda morna
Confunde o sorriso
Com o sorrir das frutas
Seu cabelo de aço
Era denso e bicho
Seu olhar menina
Vinha da floresta
Sua pele nova
Um carvão veludo
Sua noite púlis
Uma festa azul
Misturada ao mel
No calor da tarde
Duraram dois segundos?
Uma eternidade?
Era aquele cheiro
De casa de negros
De roupa engomando
Rua do Coqueiro?
Era sua saia
De chita vermelha?
Hoje é uma pantera
Guardada em perfume
No princípio
Era o verso
Alheio
Disperso
Em meio
Às vezes
E às coisas
O poeta dorme
Sem se saber
Ignora o poema
Não tem nada a dizer
O poema péssimo
Revela
Ao ser lido
Que há no leitor
Um poeta adormecido
O poema péssimo
(por péssimo) pode
Ser comovido
Inda que errado
Em sua emoção
Inda que trancado
Em sua dicção
Ele guarda um barulho
De quinta, de sala,
De vento ou de chuva
De gente que fala:
Ivo viu a uva
O poeta ao ler
O péssimo poema
Nele não se vê
Na palavra ou verso
Onde não se lê
Lê-se ao reverso
Em seu vir a ser
E assim vira ser
Já que a escrita cria
O escrevinhador
Soletra na pétala
O seu nome flor
O mundo que é fácil
De ver ou pegar
É difícil de ter!
Difícil falar
A fala que o dá
E a fala vazia
Nem é bom falar
Se a fala não cria
É melhor calar
Ou – à revelia
Do melhor falar –
Falar: que a poesia
É saber falhar
Descubro a estranheza
Do mundo
Num jardim destroçado
Da Rua dos Prazeres
Esquina de Afogados
Num relance, o banal,
Revela-se denso e
Os galhos as folhas
São assombro e silêncio
O que era segurança
Se esquiva – perdido
Falo: planta jasmim
Mas a voz não alcança
O fundo do abismo
A boca não fala
O ser
(que está fora de toda linguagem):
Só o ser diz o ser
A folha diz folha
Sem nada dizer
O poema não diz
O que a coisa é
Mas diz outra coisa
Que a coisa quer ser
Pois nada se basta
Contente de si
O poeta empresta
Às coisas
Sua voz – dialeto –
E o mundo
No poema
Sonha-se
Completo
(Ferreira Gullar)
O nome é lançado
(Ou cai do acaso)
Uma aurora
Oculta num barulho
Uma pedra
Turva
A palavra
Dita entre ráfagas
De chuva
E lampejos na noite
Lobo
Um sopro
Um susto
Um nome
Sem coisa
O uivo
Na treva
O golpe
Na vidraça
É o vento?
É o lobo
A palavra sem rosto
Que se busca no espelho
Ou se busca um espelho?
Na lâmina das vozes
Perdidas no sonho
Na
Lâmina
Do
Sono
Da água
Sonora
Das coisas velozes
Só sabia o nome
Só sabia o medo
Que esse nome dava
Se era um mendigo
Um gigante um bicho
Isso não sabia
Mas fosse o que fosse
Viria do escuro
Viria da noite
Que oculta o mundo
A Rua da Alegria
E a mobília da casa
O que era aquilo
Debaixo da cama?
Uma coisa branca
Molhada asquerosa
O que era aquilo
Que não tinha nome?
Parecia um lobo
Mas não era um lobo
Parecia um bicho
Parecia um vômito
E que me espiava
Sem olho nem nada
Aquilo era o lobo
(A palavra lobo enfim encarnada)
A palavra
Estava
Dentro da folha
(Na quinta do Caga Osso)
Estava dentro
Da margarida
Uma
Borboleta
Dentro (a palavra)
Estava
Dentro
Do fruto
(na alva noite do açúcar)
E a folha
Dizia
Folha
A rosa
Dizia rosa
E a água
Em si mesma
Refletida
Seu próprio nome dizia
Rindo
Entre as pedras
Mas não havia
Ninguém ali
Para ouvi-las
E só por isso
Falavam
Se vinha alguém
Calavam-se
A manhã apaga
As perguntas da noite
As coisas são claras
As coisas são sólidas
O mundo se explica
Só por existir
A memória dorme
O presente ri
A moça baunilha
Uma flama negra
Na quitanda morna
Confunde o sorriso
Com o sorrir das frutas
Seu cabelo de aço
Era denso e bicho
Seu olhar menina
Vinha da floresta
Sua pele nova
Um carvão veludo
Sua noite púlis
Uma festa azul
Misturada ao mel
No calor da tarde
Duraram dois segundos?
Uma eternidade?
Era aquele cheiro
De casa de negros
De roupa engomando
Rua do Coqueiro?
Era sua saia
De chita vermelha?
Hoje é uma pantera
Guardada em perfume
No princípio
Era o verso
Alheio
Disperso
Em meio
Às vezes
E às coisas
O poeta dorme
Sem se saber
Ignora o poema
Não tem nada a dizer
O poema péssimo
Revela
Ao ser lido
Que há no leitor
Um poeta adormecido
O poema péssimo
(por péssimo) pode
Ser comovido
Inda que errado
Em sua emoção
Inda que trancado
Em sua dicção
Ele guarda um barulho
De quinta, de sala,
De vento ou de chuva
De gente que fala:
Ivo viu a uva
O poeta ao ler
O péssimo poema
Nele não se vê
Na palavra ou verso
Onde não se lê
Lê-se ao reverso
Em seu vir a ser
E assim vira ser
Já que a escrita cria
O escrevinhador
Soletra na pétala
O seu nome flor
O mundo que é fácil
De ver ou pegar
É difícil de ter!
Difícil falar
A fala que o dá
E a fala vazia
Nem é bom falar
Se a fala não cria
É melhor calar
Ou – à revelia
Do melhor falar –
Falar: que a poesia
É saber falhar
Descubro a estranheza
Do mundo
Num jardim destroçado
Da Rua dos Prazeres
Esquina de Afogados
Num relance, o banal,
Revela-se denso e
Os galhos as folhas
São assombro e silêncio
O que era segurança
Se esquiva – perdido
Falo: planta jasmim
Mas a voz não alcança
O fundo do abismo
A boca não fala
O ser
(que está fora de toda linguagem):
Só o ser diz o ser
A folha diz folha
Sem nada dizer
O poema não diz
O que a coisa é
Mas diz outra coisa
Que a coisa quer ser
Pois nada se basta
Contente de si
O poeta empresta
Às coisas
Sua voz – dialeto –
E o mundo
No poema
Sonha-se
Completo
(Ferreira Gullar)
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina de mão...À medida que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, coisas que você pensa que são importantes...A um determinado ponto do caminho, começa a ficar insuportável carregar tantas coisas; pesa demais...Então, você pode escolher:Ficar sentado a beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos que passarem por ali já terão sua própria bagagem...Você pode ficar a vida inteira esperando, até que seus dias acabem, ou pode aliviar o peso, esvaziar a mala.Mas, o que tirar?Você começa tirando tudo para fora...Veja o que tem dentro:Amor, amizade... Nossa!Tem algo pesado... Você faz força para tirar...Era a raiva - como ela pesa!Aí, você começa a tirar, tirar e aparecem a incompreensão, o medo, o pessimismo...Nesse momento, o desânimo quase te puxa pra dentro da mala.Mas você puxa-o para fora com toda a força e, no fundo, aparece um sorriso, sufocado no fundo da bagagem...Pula para fora outro sorriso e mais outro. E aí, sai a felicidade...Então, você coloca as mãos dentro da mala de novo e tira pra fora a tristeza...Agora, você vai ter que procurar a paciência dentro da mala, pois vai precisar bastante...Procure então o resto: força, esperança, coragem, entusiasmo, equilíbrio, responsabilidade, tolerância e o bom e velho humor.Tire a preocupação também.Deixe-a de lado. Depois, você pensa o que fazer com ela...Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo.Mas, pense bem o que vai colocar lá dentro de novo, hein?Agora, é com você!E não se esqueça de fazer isso mais vezes,Pois o caminho é muito longo...
Mentiras e falcidades
Como eu odeio pessoas falsas e mentirosas
E quando eu olho a você
Eu sinto nojo da pessoa que és
Tão pequena em espírito
Sinto ódio de mim mesma
Um arrependimento tão grande
De um dia ter te conhecido
Ah, se o passado voltasse
Eu nunca que teria ido a sua casa
Eu nunca que ia querer te conhecer
Não ia nem querer saber de você
Se estava viva ou morta
Talvez com isso
Tivesse evitado tantas brigas
Confusões por nada
Apenas dor e tristeza
Minha cabeça cheia de nó
Como fui ingênua esse tempo todo
Como pude acreditar em você?
Acreditei nas suas mentiras
Acreditei que fosse minha amiga
E deixei de acreditar em quem mais amo
Que arrependimento de não ter acreditado nele
Ele sim dizia a verdade
Hoje vejo
O quanto foi falsa e mentirosa
O quanto me usou, me sugou
E quando não mais precisou
Me jogou de escanteio
Como se joga uma bola de futebol furada
Não te culpo por tudo
Eu tive os meus erros
Mas você foi uma das grandes culpadas
Das brigas ocorridas
Que levou a mais dolorosa separação
Até hoje
Eu não sei da sua intenção
O que realmente querias
Às vezes parece que você queria
Que nós sempre brigássemos
Que eu ficasse bem longe do meu amor
Se era essa a sua intenção
Parabéns, você conseguiu
Hoje luto para ter meu amor de volta
Ter a amizade e o companheirismo que eu tinha
Luto para reconquistar a confiança que ele tinha em mim
Hoje, eu lhe peço
Não me procure mais
Esqueça que eu exista
Não queira saber de mim
Pense que eu morri
Eu não quero mais brigas
Não quero mais confusões
Eu só quero paz
Poder ser feliz eternamente
Ter o amor de volta na minha vida...
E quando eu olho a você
Eu sinto nojo da pessoa que és
Tão pequena em espírito
Sinto ódio de mim mesma
Um arrependimento tão grande
De um dia ter te conhecido
Ah, se o passado voltasse
Eu nunca que teria ido a sua casa
Eu nunca que ia querer te conhecer
Não ia nem querer saber de você
Se estava viva ou morta
Talvez com isso
Tivesse evitado tantas brigas
Confusões por nada
Apenas dor e tristeza
Minha cabeça cheia de nó
Como fui ingênua esse tempo todo
Como pude acreditar em você?
Acreditei nas suas mentiras
Acreditei que fosse minha amiga
E deixei de acreditar em quem mais amo
Que arrependimento de não ter acreditado nele
Ele sim dizia a verdade
Hoje vejo
O quanto foi falsa e mentirosa
O quanto me usou, me sugou
E quando não mais precisou
Me jogou de escanteio
Como se joga uma bola de futebol furada
Não te culpo por tudo
Eu tive os meus erros
Mas você foi uma das grandes culpadas
Das brigas ocorridas
Que levou a mais dolorosa separação
Até hoje
Eu não sei da sua intenção
O que realmente querias
Às vezes parece que você queria
Que nós sempre brigássemos
Que eu ficasse bem longe do meu amor
Se era essa a sua intenção
Parabéns, você conseguiu
Hoje luto para ter meu amor de volta
Ter a amizade e o companheirismo que eu tinha
Luto para reconquistar a confiança que ele tinha em mim
Hoje, eu lhe peço
Não me procure mais
Esqueça que eu exista
Não queira saber de mim
Pense que eu morri
Eu não quero mais brigas
Não quero mais confusões
Eu só quero paz
Poder ser feliz eternamente
Ter o amor de volta na minha vida...
sábado, 16 de agosto de 2008
Coração de violeiro
Naquela tapera véia, que o tempo já destroçôMorou Zé Dunga um pretinho, valente trabaiadôFoi o maior violeiro, que Deus no mundo botôSua viola parecia, um passarinho cantadôTrabaiava o dia inteiro, feliz sem se lastimáMas quando a lua formosa, no céu pegava a briáToda gente arrodiava, pra vê o preto cantáAcontece que a Carolina, cabocla esprito de cãoBonita como a sereia, mais que muié tentaçãoPra judiá do pretinho, fingiu lhe ter afeiçãoQuerendo que nem criança, brincá com seu coraçãoCoração de violeiro, não é como outro qualquerÉ frágil que nem as pétalas, do mimoso mal-me-querQue cai com o vento das asas, do beija flor de tiéPerde a vida quando a abelha, vem pra lhe roubar o méPor isso o pobre Zé Dunga, magoado pela traiçãoNão podendo mais guentá, no peito a grande paixãoAgarrado na viola e debruçado no chãoFoi encontrado com um punhal, cravado no coração
(Rolando Boldrin)
Tinha que ser....
(Rolando Boldrin)
Tinha que ser....
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Fake plastic trees
A green plastic watering can
For a fake chinese rubber plant
In the fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself
It wears her out, it wears her out
It wears her out, it wears her out
She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns
He used to do surgery
On girls in the eighties
But gravity always wins
And it wears him out, it wears him out
It wears him out, it wears him out
She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run
And it wears me out, it wears me out
It wears me out, it wears me out
And if I could be who you wanted
If I could be who you wanted
All the time, all the time
(Radiohead)
Amo demais essa música e a banda nem se fala...
Essa música me faz lembrar alguém...
For a fake chinese rubber plant
In the fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself
It wears her out, it wears her out
It wears her out, it wears her out
She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns
He used to do surgery
On girls in the eighties
But gravity always wins
And it wears him out, it wears him out
It wears him out, it wears him out
She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My fake plastic love
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run
And it wears me out, it wears me out
It wears me out, it wears me out
And if I could be who you wanted
If I could be who you wanted
All the time, all the time
(Radiohead)
Amo demais essa música e a banda nem se fala...
Essa música me faz lembrar alguém...
Soneto do amor como um rio
(Vinícius de Moraes)
Este infinito amor de um ano fazQue é maior do que o tempo e do que tudoEste amor que é real, e que, contudoEu já não cria que existisse mais.Este amor meu é como um rio; um rioNoturno, interminável e tardioA deslizar macio pelo ermoEm que seu curso sideral me levaIluminado de paixão na trevaPara o espaço sem fim de um mar sem termo.
Este infinito amor de um ano fazQue é maior do que o tempo e do que tudoEste amor que é real, e que, contudoEu já não cria que existisse mais.Este amor meu é como um rio; um rioNoturno, interminável e tardioA deslizar macio pelo ermoEm que seu curso sideral me levaIluminado de paixão na trevaPara o espaço sem fim de um mar sem termo.
Faça como os passarinhos. Comece o dia cantando. A música é o alimento para o espírito. Cante qualquer coisa, cante desafinado, mas cante! Cantar dilata os pulmões e abre a alma para tudo de bom que a vida tem por oferecer. Se insistir em não cantar, ao menos ouça muita música e deixe-se absorver por ela. Ria da vida. Ria dos problemas. Ria de você mesmo. Ria das coisas boas que lhe acontecem. Ria das besteiras que fez. Ria abertamente para que todos possam se contagiar com a sua alegria. Não se deixe abater pelos problemas. Se você se convencer de que está bem, vai acabar acreditando e se sentindo bem. O bom humor, assim como o mau humor, é contagiante. Qual deles você escolhe? Leia coisas positivas. Leia bons livros, poesias, pois a poesia é a arte de aceitar a alma. Pratique algum esporte. O peso da cabeça é muito grande e ter que ser contrabalançado com alguma coisa. Você certamente vai se sentir bem disposta, mais animada e mais jovem. Encare suas obrigações com satisfação. É maravilhoso quando se gosta do que faz. Ponha amor em tudo o que estiver ao seu alcance. Quando for fazer alguma coisa, mergulhe de cabeça. Não viva emoções mornas, próprias de pessoas mornas. Não deixe as oportunidades que a vida oferece. Elas não voltam. Nenhuma barreira é intransponível se você estiver disposto a lutar. Não deixe que os problemas acumulem. Resolva-os logo! Fale. Converse. Escute. Brigue. O que mata é o silêncio e o rancor. Exteriorize tudo, deixe que as pessoas saibam que você as estima, as ama, precisa delas, principalmente em família. Amar não é vergonha.
"Sempre haja de maneira correta, seja sincero com tudo e com todos, mas principalmente consigo mesmo, assim, quando a vida lhe der uma prova, você pode ter a esperança que tudo vai correr bem, poderá esperar e batalhar tranqüilo na arena das dificuldades, pois você já terá um passado inteiro de glórias."Mas para isso devemos ser aplicados, destimidos e sobre tudo ter fé
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Perfeita simetria
Toda vez que toca o telefone
Eu penso que é você
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
Pra dizer
Que o teu silêncio me agride
E não me agrada ser
Um calendário do ano passado
Prá dizer que teu crime me cansa
E não compensa entrar na dança
Depois que a música parou
A música parou (parou)
Toda vez que toca o telefone
Eu penso que é você
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
Escrever uma carta definitiva
Que não dê alternativa
Prá quem lê
Te chamar de carta fora do baralho
Descartar, embaralhar você
E fazer você voltar
Ao tempo em que nada
Nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
Éramos duas metades iguais
Ao tempo em que nada
Nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
Éramos duas metades iguais
O teu maior defeito
Talvez seja a perfeição
Tuas virtudes
Talvez não tenham solução
Então pegue o telefone
Ou um avião
Deixe de lado
Os compromissos marcados
Perdoa o que puder ser perdoado
Esquece o que não tiver perdão
E vamos voltar aquele lugar
vamos voltar
refrão
Vamos voltar
Vamos voltar
Vamos voltar
Vamos voltar
Ao tempo em que nada
Nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
(Engenheiros do Hawaii)
Eu penso que é você
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
Pra dizer
Que o teu silêncio me agride
E não me agrada ser
Um calendário do ano passado
Prá dizer que teu crime me cansa
E não compensa entrar na dança
Depois que a música parou
A música parou (parou)
Toda vez que toca o telefone
Eu penso que é você
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
Escrever uma carta definitiva
Que não dê alternativa
Prá quem lê
Te chamar de carta fora do baralho
Descartar, embaralhar você
E fazer você voltar
Ao tempo em que nada
Nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
Éramos duas metades iguais
Ao tempo em que nada
Nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
Éramos duas metades iguais
O teu maior defeito
Talvez seja a perfeição
Tuas virtudes
Talvez não tenham solução
Então pegue o telefone
Ou um avião
Deixe de lado
Os compromissos marcados
Perdoa o que puder ser perdoado
Esquece o que não tiver perdão
E vamos voltar aquele lugar
vamos voltar
refrão
Vamos voltar
Vamos voltar
Vamos voltar
Vamos voltar
Ao tempo em que nada
Nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
(Engenheiros do Hawaii)
Desejo
Letra & música de Luiz Alberto Machado
Quero ficar no seu coraçãoE assim poder sonharToda aventura que pintar da emoçãoTodo fervura que brotar da sua mãoPara iluminar a reticência que aprumou a minha vidaE um dia ser feliz e nada maisQuero ficar no seu coraçãoE assim me agasalharDo frio impune que semeia a solidãoE feito imune repetir a sensaçãoQue vai para lua na volúpia mais fervidaE um dia ser feliz e nada maisE quando o jeito de você virar absoluta adoraçãoSerá o véu perfeito e a ternura abraçará minha ilusãoQuero o meu destino a confundir-se com o seuE sermos um, o que a sina prometeuE o que sobrar de nós será um ninho verdadeiroE um dia ser feliz e nada mais
Quero ficar no seu coraçãoE assim poder sonharToda aventura que pintar da emoçãoTodo fervura que brotar da sua mãoPara iluminar a reticência que aprumou a minha vidaE um dia ser feliz e nada maisQuero ficar no seu coraçãoE assim me agasalharDo frio impune que semeia a solidãoE feito imune repetir a sensaçãoQue vai para lua na volúpia mais fervidaE um dia ser feliz e nada maisE quando o jeito de você virar absoluta adoraçãoSerá o véu perfeito e a ternura abraçará minha ilusãoQuero o meu destino a confundir-se com o seuE sermos um, o que a sina prometeuE o que sobrar de nós será um ninho verdadeiroE um dia ser feliz e nada mais
A família em primeiro lugar
O administrador Stephen Kanitz, colunista da revista Veja, escreveu em edição de fevereiro de 2002 mais ou menos o seguinte: Há vinte anos presenciei uma cena que modificou radicalmente minha vida. Foi num almoço com um empresário respeitado e bem mais velho que eu. O encontro foi na própria empresa. Ele não tinha tempo para almoçar com a família em casa, nem com os amigos num restaurante. Os amigos tinham de ir até ele. Seus olhos estavam estranhos. Achei até que vi uma lágrima no olho esquerdo. “Bobagem minha”, pensei. Homens não choram, especialmente na frente dos outros. Mas, durante a sobremesa, ele começou a chorar copiosamente. Fiquei imaginando o que eu poderia ter dito de errado. Supus que ele tivesse se lembrado dos impostos pagos no dia. “Minha filha vai se casar amanhã”, disse sem jeito, “e só agora a ficha caiu. Percebo que mal a conheci. Conheço tudo sobre meu negócio, mal conheço minha própria filha. Dediquei todo o tempo à minha empresa e me esqueci de me dedicar à família.” Voltei para casa arrasado. Por meses, me lembrava dessa cena e sonhava com ela. Prometi a mim mesmo e a minha esposa que nunca aceitaria seguir uma carreira assim. Colocar a família em primeiro lugar não é uma proposição tão aceita por aí. Normalmente, a grande discussão é como conciliar família e trabalho. Será que dá? O cinema americano vive mostrando o clichê do executivo atarefado que não consegue chegar a tempo para a peça de teatro da filha ou ao campeonato mirim de seu filho. Ele se atrasou justamente porque tentou conciliar trabalho e família. Só que surgiu um imprevisto de última hora, e a cena termina com o pai contando uma mentira ou dando uma desculpa esfarrapada. Se tivesse colocado a família em primeiro lugar, esse executivo teria chegado a tempo. Teria levado pessoalmente a criança ao evento. Teria dado a ela o suporte psicológico necessário nos momentos de angústia que antecedem um teatro ou um jogo. A questão é justamente essa. Se você, como eu e a grande maioria das pessoas, tem de conciliar família com amigos, trabalho, carreira ou política, é imprescindível determinar quem você coloca em primeiro lugar. Colocar a família em primeiro lugar tem um custo com o qual nem todos podem arcar. Implica menos dinheiro, fama e projeção social. Muitos de seus amigos poderão ficar ricos, mais famosos que você e um dia olhá-lo com desdém. Nessas horas, o consolo é lembrar um velho ditado que define bem por que priorizar a família vale a pena: “Nenhum sucesso na vida compensa um fracasso no lar.” Qual o verdadeiro sucesso de ter um filho drogado por falta de atenção, carinho e tempo para ouvi-lo no dia-a-dia? De que adianta ser um executivo bem-sucedido e depois chorar durante a sobremesa porque não conheceu sequer a própria filha?
* * *
O lar constitui o cadinho redentor das almas. Merece nosso investimento em recursos de afeto, compreensão e boa vontade, a fim de dilatar os laços da estima. Os que compõem o lar são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do Espírito encarnado. Assim, acima de todas as contingências de cada dia, compete-nos ser o cônjuge generoso e o melhor pai, o filho dedicado e o companheiro benevolente. Afinal, na família consangüínea, temos o teste permanente de nossas relações com toda a Humanidade.
Redação do Momento Espírita, baseado no artigo de Stephen Kanitz,revista Veja, seção Ponto de vista, de 20 de fevereiro de 2002 e no cap.19 do livro Conduta espírita, do Espírito André Luiz, psicografia de Waldo Vieira, ed. Feb.Em 13.08.2008.
* * *
O lar constitui o cadinho redentor das almas. Merece nosso investimento em recursos de afeto, compreensão e boa vontade, a fim de dilatar os laços da estima. Os que compõem o lar são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do Espírito encarnado. Assim, acima de todas as contingências de cada dia, compete-nos ser o cônjuge generoso e o melhor pai, o filho dedicado e o companheiro benevolente. Afinal, na família consangüínea, temos o teste permanente de nossas relações com toda a Humanidade.
Redação do Momento Espírita, baseado no artigo de Stephen Kanitz,revista Veja, seção Ponto de vista, de 20 de fevereiro de 2002 e no cap.19 do livro Conduta espírita, do Espírito André Luiz, psicografia de Waldo Vieira, ed. Feb.Em 13.08.2008.
Coitado, não teve como escapar do inferno...
Desertor americano radicado no Canadá será deportado
13/08 - 21:00 - EFE
Toronto (Canadá), 13 ago (EFE).- O soldado americano Jeremy Hinzman, que fugiu para o Canadá para evitar ser enviado ao Iraque, será expulso de território canadense antes de 23 de setembro, informou hoje o grupo War Resisters Support Campaing.O grupo, que afirma prestar socorro a cerca de 200 soldados americanos que fugiram para o Canadá, assinalou que solicitou ao Governo federal "que intervenha para evitar que a família Hinzman seja enviada aos Estados Unidos para serem castigados".A menos que as autoridades canadenses intervenham, o que é bastante improvável diante das declarações públicas do Governo do primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, Hinzman se tornará o segundo soldado americano deportado do país nessas circunstâncias.Hinzman está no Canadá desde 2004 junto com sua mulher, Nga Nuyen, e seus dois filhos.Em 2002, Hinzman serviu no Afeganistão, mas deixou sua unidade no ano seguinte, quando foi informado que iria ser destinado ao Iraque.
Desertor americano radicado no Canadá será deportado
13/08 - 21:00 - EFE
Toronto (Canadá), 13 ago (EFE).- O soldado americano Jeremy Hinzman, que fugiu para o Canadá para evitar ser enviado ao Iraque, será expulso de território canadense antes de 23 de setembro, informou hoje o grupo War Resisters Support Campaing.O grupo, que afirma prestar socorro a cerca de 200 soldados americanos que fugiram para o Canadá, assinalou que solicitou ao Governo federal "que intervenha para evitar que a família Hinzman seja enviada aos Estados Unidos para serem castigados".A menos que as autoridades canadenses intervenham, o que é bastante improvável diante das declarações públicas do Governo do primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, Hinzman se tornará o segundo soldado americano deportado do país nessas circunstâncias.Hinzman está no Canadá desde 2004 junto com sua mulher, Nga Nuyen, e seus dois filhos.Em 2002, Hinzman serviu no Afeganistão, mas deixou sua unidade no ano seguinte, quando foi informado que iria ser destinado ao Iraque.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Violeiro triste
Rolando Boldrin
Composição: Alvarenga / Ranchinho
Canta, canta bentivi
Pra mim ouvir
Canta, canta sabiá
Pra me consolá
Que a tristeza e a sodade
Tão me fazendo chorar.
Tem uma viola
Que nas noite de luar
Quando pego a pontear
Chora inté os passarinhos
E quando a lua, lá no céu
Me vê sozinho
Põe a sua luz prateada
Clareando o meu ranchinho.
Canta, canta bentivi
Pra mim ouvir
Canta, canta sabiá
Pra me consolá
Que a tristeza e a sodade
Tão me fazendo chorar.
Aqui na mata
Tenho tudo que eu quero
Tenho o canto do bodero
Tenho o céu e a natureza
E quando a lua vem saindo
Que beleza
Só me falta um amor
Pra matar minha tristeza.
Composição: Alvarenga / Ranchinho
Canta, canta bentivi
Pra mim ouvir
Canta, canta sabiá
Pra me consolá
Que a tristeza e a sodade
Tão me fazendo chorar.
Tem uma viola
Que nas noite de luar
Quando pego a pontear
Chora inté os passarinhos
E quando a lua, lá no céu
Me vê sozinho
Põe a sua luz prateada
Clareando o meu ranchinho.
Canta, canta bentivi
Pra mim ouvir
Canta, canta sabiá
Pra me consolá
Que a tristeza e a sodade
Tão me fazendo chorar.
Aqui na mata
Tenho tudo que eu quero
Tenho o canto do bodero
Tenho o céu e a natureza
E quando a lua vem saindo
Que beleza
Só me falta um amor
Pra matar minha tristeza.
Amor de violeiro
No braço de uma viola
Eu faço meu cativeiro
Eu choro, a dor me consola
E doa a quem doa, parceiro
Eu vim de um mundo levado
Misturado por inteiro
Vejo o amor mais procurado
Que moeda, que dinheiro
Vejo a vela que se apaga
Vejo a luz, vejo o cruzeiro
Vejo a dor, vejo a vontede
No amor de um violeiro
No braço de uma viola
Verdade seja bem-vinda
Que acabe o choro, e que seja
O amor a coisa mais linda
Eu sou de agora e de sempre
Cantador de mundo afora
Padeço se estou contente
Me dói a dor de quem chora
Por isso eu sou violeiro
E num braço de uma viola
Quem quiser me abraçe forte
Ou eu abraço primeiro
Sinto a vida, sinto a morte
No amor de um violeiro
Salve a vida, salve a morte
Salve a hora de eu cantar
Deus me deu tamanha sorte
Não sair do meu lugar
No braço de uma viola
Eu faço o meu cativeiro.
Rolando Boldrin
Eu faço meu cativeiro
Eu choro, a dor me consola
E doa a quem doa, parceiro
Eu vim de um mundo levado
Misturado por inteiro
Vejo o amor mais procurado
Que moeda, que dinheiro
Vejo a vela que se apaga
Vejo a luz, vejo o cruzeiro
Vejo a dor, vejo a vontede
No amor de um violeiro
No braço de uma viola
Verdade seja bem-vinda
Que acabe o choro, e que seja
O amor a coisa mais linda
Eu sou de agora e de sempre
Cantador de mundo afora
Padeço se estou contente
Me dói a dor de quem chora
Por isso eu sou violeiro
E num braço de uma viola
Quem quiser me abraçe forte
Ou eu abraço primeiro
Sinto a vida, sinto a morte
No amor de um violeiro
Salve a vida, salve a morte
Salve a hora de eu cantar
Deus me deu tamanha sorte
Não sair do meu lugar
No braço de uma viola
Eu faço o meu cativeiro.
Rolando Boldrin
O dia da criação
(Macho e fêmea os criou. Gênese, 1, 27)
I
Hoje é sábado, amanhã é domingoA vida vem em ondas, como o marOs bondes andam em cima dos trilhosE Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.Hoje é sábado, amanhã é domingoNão há nada como o tempo para passarFoi muita bondade de Nosso Senhor Jesus CristoMas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.Hoje é sábado, amanhã é domingoAmanhã não gosta de ver ninguém bemHoje é que é o dia do presenteO dia é sábado.Impossível fugir a essa dura realidadeNeste momento todos os bares estão repletos de homens vaziosTodos os namorados estão de mãos entrelaçadasTodos os maridos estão funcionando regularmenteTodas as mulheres estão atentasPorque hoje é sábado.
II
Neste momento há um casamentoPorque hoje é sábadoHoje há um divórcio e um violamentoPorque hoje é sábadoHá um rico que se mataPorque hoje é sábadoHá um incesto e uma regataPorque hoje é sábadoHá um espetáculo de galaPorque hoje é sábadoHá uma mulher que apanha e calaPorque hoje é sábadoHá um renovar-se de esperançasPorque hoje é sábadoHá uma profunda discordânciaPorque hoje é sábadoHá um sedutor que tomba mortoPorque hoje é sábadoHá um grande espírito-de-porcoPorque hoje é sábadoHá uma mulher que vira homemPorque hoje é sábadoHá criançinhas que não comemPorque hoje é sábadoHá um piquenique de políticosPorque hoje é sábadoHá um grande acréscimo de sífilisPorque hoje é sábadoHá um ariano e uma mulataPorque hoje é sábadoHá uma tensão inusitadaPorque hoje é sábadoHá adolescências seminuasPorque hoje é sábadoHá um vampiro pelas ruasPorque hoje é sábadoHá um grande aumento no consumoPorque hoje é sábadoHá um noivo louco de ciúmesPorque hoje é sábadoHá um garden-party na cadeiaPorque hoje é sábadoHá uma impassível lua cheiaPorque hoje é sábadoHá damas de todas as classesPorque hoje é sábadoUmas difíceis, outras fáceisPorque hoje é sábadoHá um beber e um dar sem contaPorque hoje é sábadoHá uma infeliz que vai de tontaPorque hoje é sábadoHá um padre passeando à paisanaPorque hoje é sábadoHá um frenesi de dar bananaPorque hoje é sábadoHá a sensação angustiantePorque hoje é sábadoDe uma mulher dentro de um homemPorque hoje é sábadoHá uma comemoração fantásticaPorque hoje é sábadoDa primeira cirurgia plásticaPorque hoje é sábadoE dando os trâmites por findosPorque hoje é sábadoHá a
perspectiva do domingoPorque hoje é sábado
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens,ó Sexto Dia da Criação.De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevasE depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terraE depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terraMelhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.Na verdade, o homem não era necessárioNem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres comoas plantas, imovelmente e nunca saciadaTu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos diasTrinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesaDescansasse o Senhor e simplesmente não existiríamosSeríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicasem queda invisível naterra.Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixesNão seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada diaNão sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximoNão teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a rendae missa desétimo dia.Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e daságuas em núpciasA paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquioA pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticosPrecisamos encarar o problema das colocações morais e estéticasSer sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontadeTudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no SétimoE para não ficar com as vastas mãos abanandoResolveu fazer o homem à sua imagem e semelhançaPossivelmente, isto é, muito provavelmentePorque era sábado.
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I
Hoje é sábado, amanhã é domingoA vida vem em ondas, como o marOs bondes andam em cima dos trilhosE Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.Hoje é sábado, amanhã é domingoNão há nada como o tempo para passarFoi muita bondade de Nosso Senhor Jesus CristoMas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.Hoje é sábado, amanhã é domingoAmanhã não gosta de ver ninguém bemHoje é que é o dia do presenteO dia é sábado.Impossível fugir a essa dura realidadeNeste momento todos os bares estão repletos de homens vaziosTodos os namorados estão de mãos entrelaçadasTodos os maridos estão funcionando regularmenteTodas as mulheres estão atentasPorque hoje é sábado.
II
Neste momento há um casamentoPorque hoje é sábadoHoje há um divórcio e um violamentoPorque hoje é sábadoHá um rico que se mataPorque hoje é sábadoHá um incesto e uma regataPorque hoje é sábadoHá um espetáculo de galaPorque hoje é sábadoHá uma mulher que apanha e calaPorque hoje é sábadoHá um renovar-se de esperançasPorque hoje é sábadoHá uma profunda discordânciaPorque hoje é sábadoHá um sedutor que tomba mortoPorque hoje é sábadoHá um grande espírito-de-porcoPorque hoje é sábadoHá uma mulher que vira homemPorque hoje é sábadoHá criançinhas que não comemPorque hoje é sábadoHá um piquenique de políticosPorque hoje é sábadoHá um grande acréscimo de sífilisPorque hoje é sábadoHá um ariano e uma mulataPorque hoje é sábadoHá uma tensão inusitadaPorque hoje é sábadoHá adolescências seminuasPorque hoje é sábadoHá um vampiro pelas ruasPorque hoje é sábadoHá um grande aumento no consumoPorque hoje é sábadoHá um noivo louco de ciúmesPorque hoje é sábadoHá um garden-party na cadeiaPorque hoje é sábadoHá uma impassível lua cheiaPorque hoje é sábadoHá damas de todas as classesPorque hoje é sábadoUmas difíceis, outras fáceisPorque hoje é sábadoHá um beber e um dar sem contaPorque hoje é sábadoHá uma infeliz que vai de tontaPorque hoje é sábadoHá um padre passeando à paisanaPorque hoje é sábadoHá um frenesi de dar bananaPorque hoje é sábadoHá a sensação angustiantePorque hoje é sábadoDe uma mulher dentro de um homemPorque hoje é sábadoHá uma comemoração fantásticaPorque hoje é sábadoDa primeira cirurgia plásticaPorque hoje é sábadoE dando os trâmites por findosPorque hoje é sábadoHá a
perspectiva do domingoPorque hoje é sábado
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens,ó Sexto Dia da Criação.De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevasE depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terraE depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terraMelhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.Na verdade, o homem não era necessárioNem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres comoas plantas, imovelmente e nunca saciadaTu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos diasTrinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesaDescansasse o Senhor e simplesmente não existiríamosSeríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicasem queda invisível naterra.Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixesNão seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada diaNão sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximoNão teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a rendae missa desétimo dia.Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e daságuas em núpciasA paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquioA pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticosPrecisamos encarar o problema das colocações morais e estéticasSer sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontadeTudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no SétimoE para não ficar com as vastas mãos abanandoResolveu fazer o homem à sua imagem e semelhançaPossivelmente, isto é, muito provavelmentePorque era sábado.
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A criança e o segredo
Num bonde de Botafogo, Rio de Janeiro, conversam uma jovem senhora, mãe de uma menininha que a acompanha, e sua amiga. As duas vão falando animadamente sobre assuntos diversos, e no meio delas, a criança se sente um tanto desnorteada. Volta a cabeça de um lado para outro, ao mesmo tempo que sublinha cada frase com uma expressão de inteligência ou incompreensão. Quando o assunto está em plena efervescência, a criança intervém com um aparte. E daí em diante a conversa, passando de um lado para o outro, inevitavelmente pára, a uma objeção da pequena interlocutora. A certa altura da conversa, a mamãe começa a ficar um tanto inquieta em relação às observações da menina. Mais adiante, já aponta para a paisagem, a ver se ela se distrai. Mas a menina está muito interessada no assunto, e a amiga da mãe parece estar muito satisfeita com isso. O bonde anda mais um pouco, enquanto a criança faz seu comentário pertinente. Então, a mamãe sorri para a amiga, como quem diz Você sabe, é preciso calar a boca desta tagarela...; e pondo a mão em concha no ouvido da menina, diz qualquer coisa para a amiga, acompanhada de um olhar muito confidencial. Como é? - a menina não entendeu bem. E torna a mãe a repetir o segredinho, enquanto a mão enluvada diz que não, com o indicador autoritário e irritado. Como conclusão do armistício, um beijinho rápido e inesperado nos caracoizinhos dourados enrolados na testa. A amiga sorri, a mamãe sorri, e a menina olha para uma e para outra, meio desconfiada e desapontada, sem dizer mais nada. A criança pode ter uns cinco anos. Quando tiver mais dez a mamãe um dia lhe perguntará, entristecida: Mas, minha filha, que segredo é esse que você me esconde? Já não se lembrará que ela mesma lhe ensinou a calar... Que dividiu a vida em duas partes: uma que se pode, outra que não se pode mostrar. E a menina, que antigamente assistia aos exemplos de casa, está praticando, agora, aqueles exemplos... Quem nos traz tais preocupações com a educação infantil é a ilustre poetisa brasileira, Cecília Meireles, em uma de suas muitas crônicas sobre educação. A autora é muito feliz em apontar um costume muito comum nas famílias, e que gera conseqüências desastrosas, em muitas ocasiões. Por vezes, sem perceber, pais e educadores ensinam os filhos a calar, a esconder sentimentos e a mentir. Seus exemplos ensinam sempre mais do que qualquer retórica inflamada. As crianças fitam a conduta dos pais, e se inspiram nela, já que são sempre seu primeiro e maior referencial. Precisamos redobrar o cuidado, e manter com os filhos, desde tenra idade, uma relação franca, sem segredos e sem mistérios. Explicar sempre a razão dos não e dos sim, que serão freqüentes e naturais, faz-se condição indispensável para construir uma boa relação de respeito e amizade. O caminho do porque sim e pronto, ou do porque não e chega, é mais cômodo para os educadores, porém, é perda de oportunidade de educar com profundidade. Cultivar o diálogo aberto e franco sempre, é cultivar o amor em sua expressão mais bela e luminosa.
Redação do Momento Espírita com base no cap. A criança e o segredo, do livro Crônicas de educação, de Cecília Meireles, ed. Nova fronteira.Em 12.08.2008.
Redação do Momento Espírita com base no cap. A criança e o segredo, do livro Crônicas de educação, de Cecília Meireles, ed. Nova fronteira.Em 12.08.2008.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
O teu riso
Tira-me o pão, se quiseres,tira-me o ar,mas não me tires o teu riso.Não me tires a rosa,a lança que desfolhas,a água que de súbitobrota da tua alegria,a repentina ondade prata que em ti nasce.A minha luta é dura e regressocom os olhos cansadosàs vezes por verque a terra não muda,mas ao entrar teu risosobe o céu a procurar-mee abre-me todasas portas da vida.Meu amor, nos momentosmais escuros soltao teu riso e se de súbitovires que o meu sangue manchaas pedras da rua,ri, porque o teu risoserá para as minhas mãoscomo uma espada fresca.À beira do mar, no outono,teu riso deve erguersua cascata de espuma,e na primavera, amor,quero teu riso comoa flor que esperava,a flor azul, a rosada minha pátria sonora.Ri-te da noite,do dia, da lua,ri-te das ruastortas da ilha,ri-te deste grosseirorapaz que te ama,mas quando abroos olhos e os fecho,quando meus passos vão,quando voltam meus passos,nega-me o pão, o ar,a luz, a primavera,mas nunca o teu riso,porque então morreria.
Pablo Neruda
Pablo Neruda
Vinicius de Moraes
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Procura-se um amigoNão precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
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Procura-se um amigoNão precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
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