domingo, 24 de outubro de 2010

O manifesto de artistas e intelectuais Pró-Dilma

Manifesto de artistas e intelectuais Pró-Dilma

Nós, que no primeiro turno votamos em distintos candidatos e em diferentes partidos, nos unimos para apoiar Dilma Rousseff.

Fazemos isso por sentir que é nosso dever somar forças para garantir os avanços alcançados. Para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimento econômico que signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens e serviços da natureza, um país socialmente justo, que continue acelerando a inclusão social, que consolide, soberano, sua nova posição no cenário internacional.

Um país que priorize a educação, a cultura, a sustentabilidade, a erradicação da miséria e da desiguladade social. Um país que preserve sua dignidade reconquistada.

Entendemos que essas são condições essenciais para que seja possível atender às necessidades básicas do povo, fortalecer a cidadania, assegurar a cada brasileiro seus direitos fundamentais.

Entendemos que é essencial seguir reconstruindo o Estado, para garantir o desenvolvimento sustentável, com justiça social e projeção de uma política externa soberana e solidária.

Entendemos que, muito mais que uma candidatura, o que está em jogo é o que foi conquistado.

Por tudo isso, declaramos, em conjunto, o apoio a Dilma Rousseff. É hora de unir nossas forças no segundo turno para garantir as conquistas e continuarmos na direção de uma sociedade justa, solidária e soberana.

1. Leonardo Boff
2. Chico Buarque de Holanda
3. Oscar Niemeyer
4. Aderbal Freire Filho – diretor de teatro
5. Alcides Nogueira – dramaturgo e roteirista
6. Alcione – cantora
7. Aldir Blanc – compositor e escritor
8. Álvaro Caldas – jornalista
9. André Klotzel – cineasta
10. André Luiz Oliveira – cineasta
11. Anne Pinheiro Guimarães – cineasta
12. Antonio Grassi – ator
13. Argemiro Ferreira – jornalista
14. Armando Freitas Filho – poeta
15. Beth Carvalho – cantora
16. Beth Formaggini – cineasta
17. Carlos Augusto Brandão – crítico de cinema
18. Carlos Brandão
19. Celso Frateschi – ator e diretor
20. Chico Cesar – cantor e compositor
21. Chico Diaz – ator
22. Claudia Furiati – historiadora e escritora
23. Cláudio Baltar – diretor
24. Cristina Buarque de Hollanda – cantora
25. Daniel Sroulevich – produtor cultural
26. Daniel Souza – designer e empresário
27. Dau Bastos
28. Débora Duboc – atriz
29. Dira Paes – atriz
30. Domingos de Oliveira – diretor teatral, cineasta
31. Edgar Vasques – cartunista
32. Ednardo – cantor
33. Eduardo A. Russo – crítico de cinema
34. Eduardo Figueiredo – produtor teatral
35. Eric Nepomuceno – jornalista e escritor
36. Eryk Rocha – cineasta
37. Fátima Lacerda – jornalista e escritora
38. Felipe Radicetti – compositor
39. Geraldo Moraes – cineasta
40. Geraldo Sarno – cineasta
41. Helena Sroulevich – produtora cultural
42. Helvécio Ratton – cineasta
43. Hermano Figueiredo – cineasta e cineclubista
44. Hugo Carvana – ator e cineasta
45. Janaina Diniz – cineasta
46. Jesus Chediak – cineasta e produtor cultural
47. João Bosco – cantor e compositor
48. João Carlos Couto – dramaturgo e produtor teatral
49. Joel Pizzini – cineasta
50. Jorge Furtado – cineasta
51. José Joffily – cineasta
52. José Roberto Filippelli
53. Karen Acioly – diretora teatral
54. Leopoldo Nunes – cineasta e agente cultural
55. Lucélia Santos – atriz
56. Lucia Murat – cineasta
57. Lúcia Rocha – curadora do Tempo Glauber
58. Lucília Garcez – escritora
59. Lucy Barreto – produtora
60. Luiz Antonio de Assis Brasil – escritor
61. Luiz Carlos Barreto – produtor
62. Luiz F. Taranto – jornalista e cineasta
63. Luiz Fernando Lobo – diretor artístico e ator
64. Luiz Fernando Lobo – diretor teatral
65. Maíra Santafé – compositora e cantora
66. Manfredo Caldas – cineasta
67. Marcelo Laffitte – cineasta
68. Marcos Souza – músico e jornalista
69. Mariana Lima – atriz
70. Marieta Severo – atriz
71. Marília Alvim – cineasta
72. Mario Prata – escritor e dramaturgo
73. Marquinhos de Oswaldo Cruz
74. Maurice Capovilla – cineasta
75. Maurício Machado – ator
76. Miguel Paiva – escritor e humorista
77. Miúcha – cantora
78. Monarco – compositor
79. Monique Gardenberg – cineasta e diretora de teatro
80. Murilo Salles – cineasta
81. Nelson Sargento – compositor
82. Nei Lopes – compositor e escritor
83. Noilton Nunes – cineasta
84. Orã Figueiredo – ator
85. Otto – cantor e compositor
86. Paloma Rocha – cineasta
87. Paula Gaitán – cineasta e artista plástica
88. Paulo Betti – ator
89. Paulo Halm – roteirista e cineasta
90. Pedro Cardoso – ator
91. Raquel Karro – atriz
92. Ricardo Cota – Secretário de Comunicação do Governo do RJ
93. Ricardo Cravo Albin – jornalista, historiador e pesquisador da MPB
94. Ricardo Gontijo – jornalista
95. Roberto Berliner – cineasta
96. Roberto Gervitz – cineasta
97. Roberval Duarte – cineasta e produtor cultural
98. Rodrigo Targino – cineasta
99. Rogério Correa – cineasta
100. Rosa d`Aguiar Furtado – jornalista, tradutora (viúva de Celso Furtado)
101. Rosemary – cantora
102. Rosemberg Cariry – cineasta
103. Rubens Rewald
104. Ruth Rocha – escritora
105. Ruy Guerra – cineasta
106. Sandra Werneck – cineasta
107. Sara Rocha – produtora de cinema
108. Sérgio Sá Leitão – cineasta e administrador público
109. Silvia Buarque de Hollanda – atriz
110. Silviano Santiago – escritor
111. Sylvia Moreira – arquiteta, cenógrafa
112. Tata Amaral – cineasta
113. Tia Surica -sambista
114. Toni Venturi – cineasta
115. Tuca Moraes – atriz e produtura
116. Vania Cattani – cineasta
117. Vicente Amorim – cineasta
118. Vinícius Reis – cineasta
119. Vladimir Santafé – cineasta e professor de filosofia
120. Vladimir Carvalho – cineasta
121. Wagner Tiso – músico
122. Walter Carvalho – cineasta
123. Walter Lima Júnior – cineasta
124. Wolney Oliveira – cineasta
125. Ziraldo – desenhista, escritor, pintor
126. Frei Betto
127. Emir Sader
128. Álvaro Caldas – jornalista
129. Ricardo Gontijo – jornalista
130. Regina Zappa – jornalista e escritora
131. Padre Ricardo Rezende
132. Paulo Sergio Niemeyer
133. Vera Niemeyer
134. Tulio Mariante – designer

Carta Aberta da ABGLT

Carta Aberta da ABGLT

Introdução: Fábio Portela

Autor: ABGLT

Fonte: Aborto em Debate

Temos perdido a oportunidade, neste segundo turno, de discutir questões a respeito das quais o presidente da República a ser eleito poderia realmente decidir. Já discutimos aborto, sinal da cruz ou se o SUS pode custear tomografia em razão de lesão causada por bolinha de papel. Brincadeiras à parte, muitas questões que têm sido deixadas de lado são muito relevantes para o futuro do país nos próximos 4 anos. Por essa razão, considero importantíssimo que todos leiam a carta aberta da Associação Brasileiras de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais aos dois candidatos. É uma obra prima de respeito aos direitos fundamentais das minorias, e deveria ser levada muito a sério por Serra e Dilma.


Segue a carta:

“Prezada Dilma e Prezado Serra,

A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, é uma entidade que congrega 237 organizações da sociedade civil em todos Estados do Brasil. Tem como missão a promoção da cidadania e defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero.

Assim sendo, nos dirigimos a ambas as candidaturas à Presidência da República para pedir respeito: respeito à democracia, respeito à cidadania de todos e de todas, respeito à diversidade sexual, respeito à pluralidade cultural e religiosa.

Respeito aos direitos humanos e, principalmente, respeito à laicidade do Estado, à separação entre religião e esfera pública, e à garantia da divisão dos Poderes, de tal modo que o Executivo não interfira no Legislativo ou Judiciário, e vice-versa, conforme estabelece o artigo 2º da Constituição Federal: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

Nos últimos dias, temos assistido, perplexos, à instrumentalização de sentimentos religiosos e concepções moralistas na disputa eleitoral.

Não é aceitável que o preconceito, o machismo e a homofobia sejam estimulados por discursos de alguns grupos fundamentalistas e ganhem espaço privilegiado em plena campanha presidencial.

“O progresso não pode parar.”

O Estado brasileiro é laico. O avanço da democracia brasileira é que tem nos permitido pautar, nos últimos anos, os direitos civis dos homossexuais e combater a homofobia. Também tem nos permitido realizar a promoção da autonomia das mulheres e combater o machismo, entre os demais avanços alcançados. O progresso não pode parar.

Por isso, causa extrema preocupação constatar a tentativa de utilização da fé de milhões de brasileiros e brasileiras para influir no resultado das eleições presidenciais que vivenciamos. Nos últimos dias, ficou clara a inescrupulosa disposição de determinados grupos conservadores da sociedade a disseminar o ódio na política em nome de supostos valores religiosos. Não podemos aceitar esta tentativa de utilização do medo como orientador de nossos processos políticos. Não podemos aceitar que nosso processo eleitoral seja confundido com uma escolha de posicionamentos religiosos de candidatos e eleitores. Não podemos aceitar que estimulem o ódio entre nosso povo.

“Queremos ter o direito à igualdade proclamada pela Constituição Federal, queremos ter nossos direitos civis, queremos o reconhecimento dos nossos direitos humanos.”

O que o movimento LGBT e o movimento de mulheres defendem é apenas e tão somente o respeito à democracia, aos direitos civis, à autonomia individual. Queremos ter o direito à igualdade proclamada pela Constituição Federal, queremos ter nossos direitos civis, queremos o reconhecimento dos nossos direitos humanos. Nossa pauta passa, portanto, entre outras questões, pelo imediato reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo e pela criminalização da discriminação e da violência homofóbica.

Cara Dilma e Caro Serra

Por favor, voltem a conduzir o debate para o campo das ideias e do confronto programático, sem ataques pessoais, sem alimentar intrigas e boatos.

Nós da ABGLT sabemos que o núcleo das diferenças entre vocês (e entre PT e PSDB) não está na defesa dos direitos da população LGBT ou na visão de que o aborto é um problema de saúde pública.

Candidato Serra: o senhor, como ministro da saúde, implantou uma política progressista de combate à epidemia do HIV/Aids e normatizou o aborto legal no SUS. Aquele governo federal que o senhor integrou também elaborou os Programas Nacionais de Direitos Humanos I e II, que já contemplavam questões dos direitos humanos das pessoas LGBT. Como prefeito e governador, o senhor criou as Coordenadorias da Diversidade Sexual, esteve na Parada LGBT de São Paulo e apoiou diversas iniciativas em favor da população LGBT.

Candidata Dilma: a senhora ajudou a coordenar o governo que mais fez pela população LGBT, que criou o programa Brasil sem Homofobia, e o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, com diversas ações. A senhora assinou, junto com o presidente Lula, o decreto de Convocação da I Conferência LGBT do mundo. A senhora já disse, inúmeras vezes, que o aborto é uma questão de saúde pública e não uma questão de polícia.

Portanto, candidatos, não maculem suas biografias e trajetórias. Não neguem seu passado de luta contra o obscurantismo.

A ABGLT acredita na democracia, e num país onde caibam todos seus 190 milhões de habitantes e não apenas a parcela que quer impor suas ideias baseadas numa única visão de mundo. Vivemos num país da diversidade e da pluralidade.

É hora de retomar o debate de propostas para políticas de governo e de Estado, que possam contribuir para o avanço da nação brasileira, incluindo a segurança pública, a educação, a saúde, a cultura, o emprego, a distribuição de renda, a economia, o acesso a políticas públicas para todos e todas!

Eleições 2010, segundo turno, em 15 de outubro de 2010.

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais”

Sobre PT e Farc: quem espalhou o boato foi punido

As tentativas de relacionar o partido da candidata Dilma Rousseff e do presidente Lula às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) já renderam várias punições jurídicas a quem ajudou a inventar ou espalhou este boato.
Quem espalha ou inventa que a candidata Dilma Rousseff, o presidente Lula e o PT mantêm relações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pode ser punido pela Justiça.
O PSDB, partido de José Serra, tentou em diversas ocasiões fazer essa acusação sem fundamento, mas acabou tendo de arcar com pesadas multas. Caminho diferente seguiu a ex-candidata do PV à presidência Marina Silva, que chamou as acusações de “gratuitas”.

A primeira punição que o PSDB recebeu foi ainda nas eleições de 2002. No segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, Serra vinculou o PT às Farc em sua propaganda eleitoral. Foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Agora, nestas eleições de 2010, Índio da Costa, candidato a vice de Serra, fez o mesmo: relacionou indevidamente o PT à organização colombiana e ao narcotráfico em uma entrevista concedida para a revista Veja. A publicação pagou o pato e foi obrigada pela Justiça a se retratar.
Mas a punição não os inibiu. Neste mês de outubro, a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul aceitou denúncia contra José Serra por suspeita de calúnia e difamação. Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora, ele mentiu de novo afirmando que o PT teria ligação com as Farc.

Aos fatos:

A verdade é que, ainda na década de 1990, as Farc fizeram uma tentativa de abandonar as armas e de participar do processo eleitoral na Colômbia. Nessa época, procuraram se aproximar de partidos políticos e de governos na América Latina. Isso incluiu o governo brasileiro, na época comandado pelo PSDB, e legendas de oposição, entre elas o PT.

Integrantes das Farc chegaram a se reunir com Arthur Virgílio, que era líder do PSDB no governo. Afinal, mesmo nos conflitos militares, há momentos em que o diálogo é necessário para a construção da paz. Porém, as negociações na Colômbia não avançaram e as Farc decidiram fortalecer a guerrilha. A partir de então, todos esses contatos foram rompidos.

Um exemplo disso é que, em julho de 2005, a guerrilha foi impedida pelo PT de participar formalmente de uma reunião do Foro em São Paulo, entidade que reúne organizações de esquerda de toda a América Latina e na qual as Farc participava quando tentava abandonar as armas.

As relações diplomáticas do Brasil com outras nações são internacionalmente reconhecidas pelo respeito às suas políticas internas e pelo protagonismo na resolução de conflitos. O atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, elogiou o governo Lula quanto a este tema.

Espalhe a verdade!

As loucuras de nossa época. Por Fidel Castro

Reflexões de Fidel Castro, no Granma
As loucuras de nossa época
Não há outra saída senão chamar as coisas por seu nome. Aqueles que conservam um mínimo de sentido comum podem observar sem grande esforço quão pouco resta de realismo no mundo atual.
Quando o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, Michael Moore declarou: “agora seja digno dele!”. Muitas pessoas gostaram do engenhoso comentário pela agudeza da frase, embora muitos não viessem outra coisa na decisão do Comitê norueguês mais do que demagogia e a exaltação à aparentemente inofensiva politicagem do novo presidente dos Estados Unidos da América, um cidadão afro-norte-americano, bom orador e político inteligente, liderando um império poderoso envolvido numa profunda crise econômica.
A reunião mundial de Copenhague começaria em breve e Obama despertou as esperanças de um acordo vinculador, onde os Estados Unidos da América se somariam a um consenso mundial para evitar a catástrofe ecológica que ameaça a espécie humana. O que lá aconteceu foi decepcionante, a opinião pública internacional foi vítima de um doloroso engano.
Na recente Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra, realizada na Bolívia, foram expressas respostas cheias da sabedoria das antigas nacionalidades indígenas, invadidas e virtualmente destruídas pelos conquistadores europeus que, em busca de ouro e riquezas fáceis, impuseram durante séculos suas culturas egoístas e incompatíveis com os interesses mais sagrados da humanidade.
Duas notícias recebidas ontem expressam a filosofia do império tentando fazer com que acreditemos em seu caráter “democrático”, “pacífico”, “desinteressado” e “honesto”. É suficiente ler o texto dessas informações procedentes da capital dos Estados Unidos da América.
“WASHINGTON, 23 de abril de 2010.— O presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, avalia a possibilidade de desdobrar um arsenal de mísseis com ogivas convencionais, não nucleares porém capazes de atingir alvos em qualquer lugar do mundo em aproximadamente uma hora e com capacidade explosiva potentíssima.
“Se bem a nova superbomba, montada em mísseis do tipo Minuteman, não terá ogivas atômicas, sua capacidade de destruição será equivalente, tal como confirma o fato de que sua dispersão está prevista no acordo START 2, assinado recentemente com a Rússia.
“As autoridades de Moscou reclamaram, e conseguiram que constasse no acordo, que em cada um destes mísseis, os Estados Unidos da América deve eliminar um de seus foguetes providos de ogivas nucleares.
“Segundo as notícias do New York Times e da rede de televisão CBS, a nova bomba, batizada PGS (Prompt Global Strike) deverá ser capaz de matar o líder de Al Qaeda, Ossama Bin Laden, em uma gruta do Afeganistão, destruir um míssil norte-coreano em plena preparação ou atacar um silo nuclear iraniano, ‘tudo isso sem trespassar o umbral atômico’.
“A vantagem de dispor como opção militar de um arma não nuclear, que tenha os mesmos efeitos de impacto localizados de uma bomba atômica é considerada interessante pelo governo de Obama.
“O projeto foi colocado inicialmente pelo predecessor de Obama, o republicano George W. Bush, mas foi bloqueado pelos protestos de Moscou. Tendo em conta que os Minuteman também transportam ogivas nucleares, as autoridades de Moscou disseram que era impossível estabelecer que o lançamento de um PGS não fosse o início de um ataque atômico.
“Contudo, o governo de Obama considera que pode dar à Rússia ao à China garantias necessárias para evitar mal-entendidos. Os silos dos mísseis da nova arma serão instalados em lugares distantes dos depósitos de ogivas nucleares e poderão ser inspecionados periodicamente por especialistas de Moscou ou de Pequim.
“A superbomba poderia ser lançada com um míssil Minuteman, capaz de voar através da atmosfera à velocidade do som e carregando quinhentos quilos de explosivos. Equipamentos ultrasofisticados permitirão ao míssil largar a bomba e fazer com que caia com extrema precisão nos alvos escolhidos.
“A responsabilidade do projecto PGS — com um custo estimado de US$ 250 milhões, somente em seu primeiro ano de experiências — foi encarregada ao general Kevin Chilton, que tem sob seu comando o arsenal nuclear norte-americano. Chilton explicou que o PGS cobrirá um buraco no leque de opções com que o Pentágono conta atualmente.
“Neste momento, podemos atacar com armas não nucleares qualquer recanto do mundo, em um espaço de tempo não menor a quatro horas’, disse o general. ‘Para uma ação mais rápida — reconheceu — contamos somente com opções nucleares’.
“No futuro, com a nova bomba, os Estados Unidos da América poderão atuar rapidamente e com recursos convencionais, tanto contra um grupo terrorista quanto contra um país inimigo, em um período ainda mais curto e sem provocar a ira internacional pelo emprego de armas nucleares.
“Prevê-se que os primeiros testes começarão em 2014, e que em 2017 estaria disponível no arsenal estadunidense. Obama já não estará no poder, no entanto a superbomba pode ser a herança não nuclear deste presidente, que obteve o prêmio Nobel da Paz.”
“WASHINTON, 22 de Abril de 2010. — Uma nave espacial não tripulada da Força Aérea dos Estados Unidos da América descolou nesta quinta-feira na Flórida, em meio de um véu de segredo sobre sua missão militar.
“A nave-robô espacial, X-37B, foi lançada de Cabo Cañaveral mediante um foguete Atlas V, às 19h52 locais (23h52 GMT), segundo um vídeo distribuído pelo exército.
“’ O lançamento é iminente’, disse à AFP o major da Força Aérea, Angie Blair.
“Parecido com uma nave espacial em miniatura, o avião tem 8,9 metros de comprimento e 4,5 metros de envergadura.
“A fabricação do veículo espacial reutilizável demorou anos e o exército tem dado poucas explicações sobre seu objetivo ou seu papel no arsenal militar.
“O veículo está desenhado para ‘proporcionar o meio ambiente de um ‘laboratório em órbita’, a fim de testar novas tecnologias e componentes antes que estas tecnologias sejam designadas a programas de satélites em funcionamento’, disse a Força Aérea em um comunicado recente.
“Alguns funcionários informaram que o X-37B aterrisará na base da Força Aérea Vandenberg, na Califórnia, mas no disseram quanto durará a missão inaugural.
“’Para ser honestos, não sabemos quando voltará’, disse esta semana aos jornalistas o segundo subsecretário de programas espaciais da Força Aérea, Gary Payton.
“Payton assinalou que a nave poderia permanecer no espaço até nove meses.
“O avião, fabricado pela Boeing, começou como um projeto da agência espacial estadunidense (NASA), em 1999 e depois foi transferido à Força Aérea, que visa o lançamento de um segundo X-37B em 2011.”
Será que é necessária mais alguma coisa?
Hoje se encontram num colossal obstáculo: a mudança climática já incontível. Faz-se referência ao inevitável aumento de calor em mais de dois graus centígrados. Suas conseqüências serão catastróficas. A população mundial em apenas 40 anos se incrementará em dois bilhões de habitantes, e atingirá a cifra de nove bilhões de pessoas, nesse breve tempo: cais, hotéis, balneários, vias de comunicação, indústrias e instalações próximas aos portos, ficaram sob a água em menos tempo do que se precisa para desfrutar a metade de sua existência a geração de um país desenvolvido e rico, que hoje de maneira egoísta se recusa a fazer o menor sacrifício para preservar a sobrevivência da espécie humana. As terras agrícolas e a água potável diminuirão consideravelmente. Os mares ficarão poluidos; muitas espécies marinhas deixarão de ser consumíveis e outras desaparecerão. Isto não é afirmado pela lógica, mas sim pelas pesquisas científicas.
O ser humano conseguiu incrementar, através da genética natural e a transferência de variedades de espécies de um continente para o outro, a produção por hectare de alimentos e outros produtos úteis ao homem, que aliviaram durante um tempo a escassez de alimentos como o milho, a batata, o trigo, as fibras e outros produtos necessários. Mais tarde, a manipulação genética e o uso de fertilizantes químicos contribuíram também para a solução de necessidades vitais, porém estão chegando ao limite de suas possibilidades para produzir alimentos sadios e aptos para serem consumidos. Por outro lado, em apenas dois séculos estão se esgotando os recursos do petróleo que a natureza demorou 400 milhões de anos em formar. Do mesmo modo esgotam-se os recursos minerais vitais não renováveis dos quais precisa a economia mundial. Por sua vez, a ciência criou a capacidade de autodestruir o planeta várias vezes em questão de horas. A maior contradição em nossa época é, precisamente, a capacidade da espécie para se autodestruir e sua capacidade para se governar.
O ser humano conseguiu aumentar as possibilidades de vida até limites que ultrapassam sua própria capacidade de sobreviver. Nessa batalha consome aceleradamente as matérias-primas ao alcance de suas mãos. A ciência tornou possível a conversão da matéria em energia, como aconteceu com a reação nuclear, ao custo de enormes investimentos, mas não se vislumbra sequer a viabilidade de converter a energia em matéria. O gasto infinito dos investimentos nas pesquisas pertinentes, vem demonstrando a impossibilidade de conseguir em umas poucas dezenas de anos o que o universo demorou dezenas de bilhões de anos em criar. Será necessário que a criança pródiga Barack Obama nos explique? A ciência cresceu extraordinariamente, mas a ignorância e a pobreza também crescem. Por acaso, alguém pode demonstrar o contrário?
Fidel Castro Ruz
25 de Abril de 2010
18h30.

Serra: vários pregos, sempre a mesma ferradura. Por Flávio Aguiar

Fica evidente que o teor programático das intervenções do candidato tucano é não ter teor algum. Serra não pode expor o “verdadeiro” programa que se trama no seu bastidor. Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.
Flávio Aguiar na Carta Maior

O incômodo de Serra com a entrevista de dois de seus agentes econômicos revelando como a coligação tuco-dema vai ferrar o Brasil, impondo-lhe uma recessão como a que o FMI e UE agora fazem cair sobre a Grécia é muito expressivo.
Mas não só do passa-moleque que se está preparando para o eleitor. É claro que a função do candidato, nessa altura, fica sendo mais a de espalhar uma cortina de cinzas sobre o verdadeiro Cavalo de Tróia que querem por de volta na economia brasileira, além do freio nos dentes do povão brasileiro – essa eterna “fonte de inflação” para os economistas desse grupo.
Também fica evidente que o teor programático das intervenções do candidato é não ter teor algum. Serra não pode expor o “verdadeiro” programa que se trama no seu bastidor, ou até nas suas costas. Então suas frases e intervenções ficam assim como desossadas, sem esqueleto que as sustente, como uma geléia exposta ao sol e sem prato que a sustente pelas laterais.
O candidato vai a Minas e desqualifica o Mercosul. Diante da grita dos nossos vizinhos, mais a que certamente ouviu de alguns empresários de seu apoio, apressa-se a correr para a Folha de S. Paulo para dizer que pretende “flexibilizar” o Mercosul para permitir mais acordos bilaterais. Quer dizer: diz e não diz, sofisma, tergiversa, quer convencer os ouvintes/leitores que vinho, vinagre, e ainda água e azeite são a mesma coisa

Lula diz que episódio de Serra é 'uma mentira mais grave que a do Rojas'

Por: Redação da Rede Brasil Atual
Publicado em 21/10/2010, 16:45
Última atualização em 23/10/2010, 11:47

Presidente Lula durante inauguração do Polo Naval de Rio Grande (RS) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o episódio em que o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, foi atingido por uma bola de papel no Rio de Janeiro, como uma "mentira descarada". Lula afirmou que o candidato deve pedir desculpas ao povo se tiver "um minuto de bom senso".

"Primeiro bateu uma bola de papel na cabeça do candidato, ele nem deu toque para a bola, olhou para o chão e continuou andando. Vinte minutos depois esse cidadão recebe um telefonema, deve ser o diretor de produção dele que orientou que ele tinha que criar um factóide, deve ter lembrado do jogo do Chile com o Brasil", relembrou Lula, após inaugurar um estaleiro em Rio Grande (RS) na tarde dessa quinta-feira (21).

Leia também: » PSDB desce o tom, mas move ação contra manifestantes
Nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1990, o goleiro chileno Rojas fingiu ser atingido por um foguete no Maracaná. Rojas chegou a cortar o próprio rosto com uma gilete escondida na luva, assim incrementando a farsa. Depois de revelada a mentida, a Fifa puniu o goleiro e excluiu a seleção chilena de duas copas do mundo seguintes, além de outras competições internacionais.

Para Lula, a mentira de Serra é mais grave que a de Rojas. "Pelo que aconteceu (na quarta-feira), ontem deveria ser denominado o 'dia da mentira'. Quem não viu, deveria assistir ao vídeo para ver uma mentira mais grave que a do Rojas. A mentira tem perna curta", afirmou.

O presidente chegou a cogitar a ideia de ligar a Serra para se solidariza pela agressão, mas segundo ele, desistiu após ver o noticiário em canais de televisão. "Espero que o candidato tenha um minuto de bom senso e peça desculpas ao povo brasileiro pela mentira descarada", sugeriu Lula.

Lula afirmou ainda que o médico procurado por Serra, Jacob Kligerman, foi diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca) na época que o presidenciável era ministro da Saúde e é ex-secretário de Saúde do Cesar Maia.

Agressão a Dilma
Em Curitiba, a candidata Dilma Rousseff (PT) sofreu uma tentativa de agressão. Durante caminhada pelo centro da cidade, duas bexigas cheias com um líquido foram arremessadas do alto de um prédio. Mas ao contrário do tucano, Dilma reagiu com bom humor ao episódio. “Não sou o Rojas para ficar fazendo firula com isso porque, ao contrário dele, me esquivei", explicou ao jornal O Estado de S. Paulo. Da capital paranaense, a candidata seguiu para Porto Alegre, onde participou de uma passeata pela rua da Praia.

Especialista vê manipulação em imagens de agressão a Serra no Jornal Nacional

Por: Patrícia Ferreira, especial para a Rede Brasil Atual
Publicado em 22/10/2010, 19:50
Última atualização em 23/10/2010, 11:36

Análise quadro a quadro das imagens feitas pelo especialista aponta conclusão distinta da exibida pelo telejornal da Globo (Foto: Reprodução)

São Paulo - O especialista em videografismo José Antônio Meira afirma, nesta sexta-feira (22), que houve manipulação nas imagens divulgadas na edição de quinta-feira (21) do Jornal Nacional, da TV Globo. A reportagem tratou sobre um segundo objeto que teria atingido a cabeça do candidato à Presidência da República, José Serra (PSDB), durante confronto entre cabos eleitorais do PSDB e do PT, na zona oeste do Rio de Janeiro.

A emissora sustentava que, depois da bolinha de papel, um rolo de fita adesiva teria atingido a cabeça do candidato, fazendo com que ele sentisse tontura e fosse hospitalizado. Após ter feito uma sequência quadro-a-quadro, em seu próprio computador, Meira não encontrou qualquer vestígio de fita crepe nas imagens. Inicialmente, a análise do coordenador do curso de relações públicas multimídia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi publicada no portal Nova-E.

Leia também: » Para Lula, Serra armou uma "mentira maior que a de Rojas"
"Foi golpe baixo em época de eleição", resume, em entrevista por telefone à Rede Brasil Atual. "O que aparece é um artifact, um efeito, que mais pode ser chamado de defeito, resultante de muita compressão de um vídeo digital. Era apenas a cabeça de uma pessoa ao lado do Serra. Se fosse um objeto em movimento, teria aparecido em outros planos sequenciais, chegando, voando, caindo. Não tem nada disso", detalha o especialista..

O vídeo, em qualidade ruim, foi feito por um repórter do jornal Folha de S. Paulo. A verificação quadro-a-quadro pode ser feita por qualquer pessoa, segundo o especialista. Para isso, é necessário ter um programa específico de edição de imagens instalado em um computador, além de placa de vídeo compatível com a tarefa. Por isso, Meira qualifica como "prepotência" a decisão da TV Globo de mostrar imagens com o que ele considera ser uma falsa versão – já que ela poderia ser desmascarada facilmente.

"Na minha opinião, foi manipulação de imagens, o que sempre houve na TV Globo", acusa. "A diferença é que, agora, temos o recurso das redes de relacionamento na internet. A informação está em todo lugar, publicada por qualquer pessoa. Assim, a polêmica ganha uma proporção bem maior. Não dá mais pra se dar ao luxo de manipular na grande mídia e achar que vai ficar por isso mesmo. Estão jogando fora a credibilidade em função do partidarismo”, afirma Meira.

Em nota, a Central Globo de Comunicação atribui a responsabilidade pelo material e pela análise aos autores das imagens e ao perito consultado, Ricardo Molina. Segundo a emissora, as imagens exibidas foram colhidas do SBT e a da Folha.com, "enviadas sem edição ao perito Ricardo Molina".

"A TV Globo se baseou também no relato de sua repórter e de outras testemunhas que relataram ter visto o candidato José Serra ser atingido por um objeto semelhante a um rolo de fita adesiva", prossegue a nota. A emissora afirma que um laudo técnico, "com informações mais detalhadas" está em produção por Molina, "que, também, pode ser procurado para responder as perguntas a nós dirigidas", completa o texto.

Dom Angélico critica bispo da regional Sul 1 e o uso eleitoreiro do aborto

Por: Redação da Rede Brasil Atual
Publicado em 23/10/2010, 19:25
Última atualização às 22:13
São Paulo - O bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino leu na manhã deste sábado (23), em São Paulo, uma carta pela 'verdade e justiça nas eleições' deste ano. O ato ocorreu durante evento promovido por leigos da Igreja Católica, na região Brasilândia, zona norte. Na carta, Dom Angelico critica a atitude da Regional Sul 1 e a utilização eleitoreira do tema aborto.

Leia abaixo

Os cristãos e a defesa da verdade e da justiça nas eleições 2010

1. SINTO-ME honrado em estar com vocês e , nesta mesa, com a meu amado irmão, irmão dos pobres, Pe. Júlio Lancelotti,cuja mamãe Wilma Ferrari Lancellotti partiu para junto de Deus não faz muitos dias e a quem presto homenagem. Saúdo,de maneira particular,meus irmãos militantes nos diversos Partidos Políticos . Tal militância,na afirmação de Paulo VI, “ é forma superior de solidariedade”.

2. Venho a este importante Ato na qualidade de Bispo emérito de Blumenau,na bela e Santa Catarina e,nesta condição, lhes falo,não em nome de Partido Político ou de candidata ou candidato.

3. Alem da importância de esclarecimento de alguns fatos “na defesa da verdade e da justiça “, fui motivado para esta reunião, pelo encontro que tive, após celebração da santa Missa, na comunidade Nossa Senhora Aparecida, Guaimim, no dia 10 último. Fui então procurado por Carlinhos e Sandra, apaixonado e jovem casal,acompanhado por meu irmão Néri e pai de Sandra A querida MARILI no céu, é a mãe de Carlinhos e de nosso valoroso Pe. Aécio! Eles estavam perplexos diante da atitude de alguns Bispos,nas presentes eleições, que vetavam candidatos (as) do PT,,atribuindo-lhes apoio ao aborto! E o jovem casal,com entusiasmo, me perguntava “ o que fazer ?” e,ao mesmo tempo, entre sugestões várias, apresentava a de uma reunião como esta,perguntando-me se a ela, eu compareceria, tendo lhes eu respondido, imediatamente, SIM ! Eis porque aqui estou!

Que Jesus Cristo, Caminho,Verdade e Vida esteja conosco e,com o PAI,no envie o Espírito Santo para nossa iluminação.

A bem da verdade, da justiça,devo lhes dizer:

1. A atual campanha eleitoral está marcada, viciada, por muita mentira, falsificação e distorção de fatos. A internet, de modo especial, tem sido palco de verdadeiras ações articuladas por redes sociais de difamação, em atentado à democracia, à liberdade de comunicação que não pode ser confundida com libertinagem a serviço da mentira.

2. A IGREJA , OFICIALMENTE, em âmbito nacional, nestas eleições, se pronunciou três vezes :
- ‘”DECLARAÇÃO SOBRE O MOMENTO POLITICO NACIONAl” , Assembléia Geral, 11 de maio de 2010.
- “ NOTA DA CNBB NA PROXIMIDADE DAS ELEIÇÕES”, assinada pela Presidência da CNBB. Dom Geraldo Lyrio, Dom Luiz Soares Vieira, Dom Dimas Lara Barbosa, dia l6 de setembro de 2 010.
-“NOTA DA CNBB EM RELAÇÃO AO MOMENTO ELEITORAL “, de 8 de outubro 2010, assinada pela Presidencia já citada.

O REGIONAL SUL 1 DA CNBB , no dia 29 e junho de 2010 publicou a declaração “ VOTAR BEM “, assinada por sua Presidência, Dom Nelson Westrupp, Dom Benedito Beni dos Santos e Dom Airton José dos Santos.

Estas são DECLARAÇÕES, NOTAS, OFICIAIS DOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA, no Brasil,no Estado de São Paulo.

Elas insistem :

a) na urgência de Programas que estejam compromissados com a defesa da vida em todas as suas fases, desde a sua concepção até sua morte natural, bem como com a realização de Reforma Agrária, Reforma Política, Preservação do meio ambiente e com os direitos sociais fundamentais, como a criação de empregos e geração de rendas, melhoria da saúde e educação, da segurança pública, da habitação,justiça para todos....

b) Na linha destas orientações oficiais da Igreja. O senhor Cardeal D. Odilo P. Scherer, em carta de 20 agosto de 2010, aos Padres da Arquidiocese de São Paulo, entre outras, dá-lhes as seguintes orientações:
· Fique claro que a Igreja não tem opção oficial por Partidos ou Candidatos (as). Por isso,o Clero não deve envolver-se publicamente na campanha partidária ( cfr. Can. 287 ; 572)
· Nas missas e outras celebrações ( homilias,cursos) não deve ser feita campanha explicita para candidatos ou partidos “.

c) A Igreja deve sim apresentar princípios,valores, critérios para que,lucidamente, o eleitor possa votar em candidatos com “ ficha limpa”, comprometidos em seus programas com a promoção do bem comum, com a construção de sociedade justa e solidária.

INFELIZMENTE, destoando da orientação oficial da CNBB Nacional e Sul 1, irmão Bispo de Diocese localizada na grande São Paulo, na publicação , no início de julho de 2010, “ EM QUEM NÃO VOTAR “, após considerações sobre o aborto e posicionamentos do PT, afirma “ recomendamos a todos os verdadeiros cristãos a que não dêem seu voto à sra. Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam liberação do aborto”.

Na mesma linha, sem citar nome explicitamente mas implicitamente sim, o inoportuno ‘ ‘APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS “ de 3 de julho de 2010, da Comissão em defesa da vida do Regional Sul 1 da CNBB,c. Este “ Apelo”, foi abraçado pela

Presidência e Comissão Representativa do Regional Sul 1 que “ o acolhem e recomendam sua difusão”, no dia 26 de agosto de 2010.

Foi o prato cheio de que a oposição à candidata à Presidência da República se serviu, de maneira facciosa,parcial, para instrumentalizar a Igreja, dividir comunidades, tornar temas religiosos, o aborto, focos principais de debates, levando muitos a crerem que votar em Dilma , é contrariar a orientação da Igreja Católica. Ora,isto é mentira uma vez que a Igreja oficialmente não se posicionou a respeito de NOMES e PARTIDOS, PODENDO,POIS,O CATÓLICO CONSCIENTEMENTE VOTAR em Dilma, em candidatos do PT. Contra a instrumentalização do aborto para fins eleitorais, ergueu-se valorosa a voz profética de D. Demétrio Valentini, Bispo de Jales, no artigo “ DESMONTE DE UMA FALÁCIA”.

FELIZMNETE, os BISPOS da Igreja Católica do Estado de São Paulo – Reg. Sul 1 da CNBB, na Assembléia de suas Igrejas, nos dias 15 a 17 de outubro, desfazem ambigüidades, dizem categórico basta à instrumentalização da religião na discussão eleitoral e deixam claro que :

a) – Não indicam nem vetam candidatos ou partidos e respeitam a decisão livre e autônoma de cada eleitor;

b) - Desaprovam a instrumentalização de suas Declarações e Notas e enfatizam que não patrocinam a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos. (Recorde-se a impressão-difusão de um destes folhetos se tornou caso de Polícia!).

Dom Milton Kenan Junior, querido vigário episcopal para a Região Brasilândia, em carta aos Padres desta Região, recomenda a leitura desta última Declaração dos Bispos do Estado de São Paulo nas celebrações de hoje e amanhã.

AINDA,DUAS OBSERVAÇÕES:

1. A realidade do ABORTO não pode ser transformada em questão eleitoreira! Pode e deve ser estudada,debatida, em profundidade .O aborto é atentado à vida, É crime. O Estado efetivamente deve promover políticas públicas a favor da VIDA, não da MORTE. Quanto a nós discípulos missionários de Jesus, lutemos contra a descriminalização do abrto. Mas,não paremos somente no debate da defesa da lei! Pode ser cômodo! Há mulheres que são colocadas em grande constrangimento, sofrimento,pobreza, desespero e que recorrem ao aborto, em LAMENTÁVEL E ERRADA OPÇÃO! O trabalho árduo de PREVENÇÃO é fundamental ! Elas estão a nosso lado,não podemos desconhecê-las,em degradante omissão. Discípulos do Verbo de Deus que se fez CARNE, COMPROMETAMO-NOS COM ESTA REALIDADE. Estas mulheres – nossas irmãs – , para o Estado,frequentemente omisso em políticas públicas a favor da vida, se tornam problema de saúde pública e, de nossa parte, precisam ser tratadas com misericórdia,compreensão. A CAMPANHA DA FRATERNIDADE,no próximo ano,com seu tema: “ Fraternidade e a vida no planeta” e o lema: “ A criação geme como em dores de parto” vai aprofundar os temas aborto,eutanásia e todo desdobramento sagrado da vida,em nosso planeta,afirmou D Geraldo Lyrio,Presidente da CNBB,em entrevista,na última quinta feira,dia 21 de outubro.

Como seria ótimo se as Dioceses,a exemplo com o que acontece com a Arquidiocese de São Paulo, oferecessem às mulheres sofridas e tentadas pela pseudo-solução do aborto, braços abertos em realizações como a do AMPARO MATERNAL !

2. Às vésperas das eleições,peçamos à padroeira e Mãe do Brasil,Nossa Senhora Aparecida que proteja nosso País,o Povo brasileiro. Que as eleições não sejam ocasião para violências,ódios,divisões. Que os embates e debates nos amadureçam e nos façam crescer na compreensão mútua,na fraternidade. Nos meus 77 anos,gosto de repetir diante do destempero de muitos a respeito do Brasil , que confio na grandeza deste País, na maravilhosa fibra do Povo brasileiro . Diante de ataques apaixonados a nosso Presidente da República, não desconhecendo falhas em seu Governo, gosto de verificar que ele termina seu mandato com a admirável aprovação de 79% da população ; é tido no Exterior, entre as “dez mais importantes personalidade do mundo”: é respeitado em sua política econômica e , em época de crise econômica que atinge a Europa e EE.UU de maneira profunda,conduz o Brasil em sério crescimento,com considerável aumento de empregos . Sem desconhecer os graves problemas que ainda nos atingem,sobretudo aos Pobres, insisto contra pessimistas e derrotistas, em repetir as palavras do poeta: “ adora a terra em que nasceste ,não há País como este”. Vamos,pois,avante,de esperança,em esperança,na esperança sempre , conscientes de que a construção de um Brasil cada vez melhor é possível, dependendo dos Poderes da República e da urgente colaboração,participação ativa, de todos nós !

Dom Angélico Sândalo Bernardino

São Paulo, 23.outubro.2010.

Serra é denunciado por Conselho Regional de Economia da Paraíba

Do Cloaca News via Conversa Afiada


Candidato tucano à Presidência pode pegar até três meses de cadeia
Artigo do jornalista e membro do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, Sitônio Pinto, publicado no jornal A União, de João Pessoa, abrigado no site do governo paraibano, informa o seguinte:
“O Conselho Federal de Economia nunca se manifestou sobre o pedido de interpelação judicial e o conseqüente enquadramento do candidato José Serra no Art. 47 do Dec. Lei. 3.688/41, feito pelo Conselho Regional de Economia da Paraíba e endossado pelos Conselhos Regionais do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Maranhão, Rondônia e Tocantins, e por dois membros do Conselho Federal de Economia. O pedido teve por motivo o uso indevido da qualificação de economista pelo candidato Serra, que não tem bacharelado em economia nem é registrado em qualquer Conselho Regional de nenhum estado brasileiro. O procedimento do candidato caracteriza falsidade ideológica e charlatanismo, em prejuízo dos que exercem legalmente a profissão.
O Corecon-PB fez a sua parte, denunciando a irregularidade e pedindo providências à entidade competente, – no caso o Conselho Federal de Economia, parte legítima para uma iniciativa jurídica, pois congrega todos os Corecons do Brasil, onde, hipoteticamente, Serra deveria estar inscrito como economista.

sábado, 23 de outubro de 2010

Amém, amém!

Uma historinha por Stanley Burburinho

No dia 2 de Janeiro de 2011, um senhor idoso se aproxima do Palácio da Alvorada e fala com o Dragão da Independência que montava guarda:

-- "Por favor, eu gostaria de entrar e me entrevistar com o Presidente Serra.”

O soldado olhou para o homem e disse:

-- "Senhor, o Sr. Serra não é presidente e não mora aqui."

O homem disse:

-- "Está bem", e se foi.

No dia seguinte, o mesmo homem idoso se aproxima do Palácio da Alvorada e fala com o mesmo "Dragão":

-- "Por favor, eu gostaria de entrar e me entrevistar com o Presidente Serra.”

O soldado novamente disse:

-- "Senhor, como lhe falei ontem, o Sr. Serra não é presidente e nem mora aqui."

O homem agradeceu e novamente se foi.

Dia 4 de janeiro ele volta e fala com o mesmo guarda:

-- "Por favor, eu gostaria de entrar e me entrevistar com o Presidente Serra".

O soldado, compreensivelmente irritado, olhou para o homem e disse:

-- "Senhor, este é o terceiro dia seguido que o Senhor vem aqui e pede para falar com o Sr. Serra. Eu já lhe disse que ele não é presidente, nem mora aqui. O Senhor não entendeu?"

O homem olha para o soldado e diz:

-- "Sim, eu compreendi perfeitamente, mas eu ADORO ouvir isso!"

O soldado, em posição de sentido, presta vigorosa continência e diz:

- "Até amanhã, Senhor!!!"

10 coisas que devemos fazer para garantir a derrota do Serra (e a vitória da Dilma)

1. Contar a verdade: dizer o que foi o governo FHC e o que é o governo Lula

2. Contar a verdade: dizer o que foi o papel do Serra no governo FHC e sua passagem como trampolim pela prefeitura e pelo governo do Estado de São Paulo.

3. Contar a verdade: desfazer todas as calúnias e mentiras que a campanha do Serra espalha sobre a Dilma.

4. Contar a verdade sobre quem é a coligação que está com Serra e que gostaria de assaltar de novo o Estado brasileiro.

5. Contar a verdade: dizer o que foram as privatizações – maior escândalo da história brasileira, em que o BNDES saneava, com dinheiro público, empresas estatais e depois vendia, a preço de banana, com crédito subsidiado, a grandes empresas privadas.

6. Contar a verdade: como disse FHC, Serra foi o mais entusiasta adepto da privatização da Vale do Rio Doce, empresa líder do seu setor, vendida a preço barata, que hoje vale centenas de vezes mais.

7. Contar a verdade: o governo FHC-Serra mudou o nome da Petrobrás para tentar privatizá-la.

8. Contar a verdade: o governo FHC-Serra foi um governo dos ricos e contra os pobres, aumentou a desigualdade social no Brasil, deixou a maior parte dos trabalhadores sem contrato de trabalho, elevou o desemprego e baixou o poder aquisitivo dos salários.

9. Contar a verdade: Serra se aliou ao que de pior tem a sociedade brasileira, dos ruralistas aos evangélicos, passando pelo DEM e pelos banqueiros.

10. Contar a verdade: Serra queria acabar com a política externa soberana do Brasil e voltar a nos tornar subservientes aos EUA

POR ESSAS E POR OUTRAS MIL RAZÕES, VAMOS DERROTÁ-LO E ELEGER DILMA PRESIDENTA DO BRASIL NO DIA 31 DE OUTUBRO.


Fonte: Carta Maior

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

VÃO FRAUDAR ESSAS ELEIÇÕES

outubro 20th, 2010 | Autor: Daniel Bezerra editor geral
ATENÇÃO:
Tem muita coisa acontecendo no submundo dessas eleições. As Elites paulistas, o PSDB, o Capital Estrangeiro, FHC e o próprio José Serra não estão satisfeitos em perder essas eleições para Dilma Rousseff e o presidente Lula. O eleitorado das regiões do Norte e Nordeste do país nesses últimos dias serão bombardeados com todos os tipos de mensagens contra a Dilma Rousseff. Pânico e terror invadirão os lares dos mais pobres do Brasil. Uma força estranha já começou a agir quando foi anunciada a última pesquisa do Vox Populi. Essa “força estranha” já foi mencionada pelo Leonel Brizola e Jânio Quadros.
Uma grande SUSPEITA envolve o Programa de Computação das urnas eletrônicas, que já foi denunciada, e que pode favorecer José Serra. Tem Golpe no AR? É preciso que o Comando do PT chame a ONU e observadores internacionais para fiscalizarem o TSE e as eleições.
VÃO FRAUDAR ESSAS ELEIÇÕES.
Dilma, preste atenção neste texto do Presidente da fundação leonel Brizola e membro do PDT. ele fala sobre a grande possibiliadde de fraude nas eleições, graças à inseguranças das urnas eletrônicas etambém às pesquisas(aquelas do Datafolha e do IBOPE)que “preparam” a cabeça do eleitor para o resultado que els quiseram. Ele lembra tam,bém que é IMPRESCINDÍVEL que o PT coloque fiscais em todas as seções do Brasil, acompanhando para ver se os mesários assinam o Boletim de Urna, com oregistro dos votos, sem inserir nada nelas e antes do transporte desses votos, ocasião em que podem ser inseridos disquetes nas urnas, com o registros de votos inexistentes. Leia e mande o PT agirSOS Maranhão:
não confie em urna eletrônica
Publicado em 19/10/2010 Compartilhe | Imprima | Vote (+37)
Em nenhum lugar do mundo tem urna eletrônica sem o “papelzinho” !
O Conversa Afiada publica artigo do Maneschy, que trabalhou com o Brizola, o primeiro a denunciar: essa urna eletrônica do Nelson serrista Jobim é um convite à fraude !
Prezado Paulo Henrique:
Acabo de chegar de São Luis (MA) onde acompanhei como observador do PDT a auditoria nas urnas eletrônicas usadas no 1° turno das eleições do Maranhão feita pelo engenheiro especializado em segurança de informática, Amilcar Brunazo Filho, e a advogada especialista em Direito Eleitoral, Maria Aparecida Cortiz. Como sabe, além de brizolista, sou velho crítico dessas máquinas e neste 1° turno os resultados em três estados me chamaram a atenção: Paraná, São Paulo e Maranhão. Tiveram jeito de coisa encomendada.
No primeiro (PR), ganhou o candidato a governador que as pesquisas, antes de terem sua divulgação proibida a 15 dias da eleição, mostravam em queda; no segundo (SP), além da suspeita demora na divulgação dos números finais, sem mais nem menos, no último segundo, venceu um senador que ninguém esperava; e, no terceiro (MA), a velha oligarquia local teve uma vitória prá lá de boa – por 4 mil votos em um universo de mais de 4 milhões de eleitores.
No Paraná e em São Paulo ninguém contestou nada, os eleitos estão aí empenhados na candidatura Serra neste 2° turno das eleições presidenciais. Já no Maranhão, foi diferente.
O deputado federal Flávio Dino (PcdoB), juiz federal e ex-relator da recente reforma eleitoral aprovada pelo Congresso que obriga, a partir de 2014, as urnas eletrônicas imprimirem o voto (para permitir a recontagem) – achou o resultado suspeito e para compreender melhor o ocorrido, contratou o engenheiro Amilcar Brunazo Filho e a advogada Maria Aparecida Cortiz, ambos de São Paulo, para auditarem o resultado das eleições maranhenses.
Brunazo e Cida representam o PDT no TSE há pelo menos 10 anos e são dos poucos brasileiros que aprenderam a lidar, fora os técnicos da própria Justiça Eleitoral, com essa caixa-preta que são as urnas eletrônicas usadas no país desde 1996. Máquinas que Leonel Brizola, numa das muitas imagens rurais que incorporou à política nacional, dizia serem equivalentes à argola que se põe no focinho do touro para levá-lo aonde se quer. O touro era o Brasil.
O relatório técnico preparado por Brunazo e Aparecida levantou várias irregularidades nas eleições maranhenses e, por conta dele, Flávio Dino entrou com uma representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão contestando o resultado. No exíguo prazo que isto é possível, pela lei. O problema é que cabe ao próprio TRE-MA decidir se irregularidades foram, ou não, cometidas.
Isto porque no Brasil a Justiça Eleitoral acumula os três Poderes da República: ela normatiza as eleições, portanto legisla; ela faz as eleições acontecerem, ou seja, executa e; já que são juízes, ela também julga o que tiver que ser julgado. Tanto poder junto só no tempo da ditadura e as pessoas passam batidas, não se apercebem disso.
É importante lembrar que o Maranhão é o Estado onde a ditadura não acabou, como costuma dizer o Dr. Jackson Lago (PDT), 3° colocado na disputa para governador, porque Sarney jamais saiu do poder desde que chegou lá, na época dos militares.
O resultado da eleição foi tão conveniente para Roseana que realmente pareceu sob encomenda. Dino somou 859.402 votos, ou 29,45% do eleitorado; enquanto o ex-governador Jackson Lago (PDT), fez 569.412 votos – ou 19,54% do eleitorado. Outros dois candidatos disputaram a eleição. Um segundo turno no Maranhão, na opinião dos analistas locais, seria fatal para Roseana porque o que não aconteceu no 1° turno, a união de Lago e Dino, ambos anti-Sarney, com certeza aconteceria no 2° turno – e com a ajuda dos nanicos.
Também não custa lembrar, Paulo Henrique, que Roseana chegou ao poder estadual depois que o TSE afastou do Palácio dos Leões o íntegro Jackson Lago, um médico pobre, em processo prá lá de polêmico. Jackson foi acusado, processado e condenado pela Justiça Eleitoral por “abuso de poder econômico e compra de votos”. Crime que no Maranhão é quase marca registrada dos Sarney. Uma ironia.
Pois saltam aos olhos algumas conclusões da auditoria sobre o 1° turno no Maranhão. Há indícios gravíssimos de fraude que deveriam ser apurados antes do 2° turno, dia 31 que vem. Provas existem, estão lá. Mas a Justiça Eleitoral maranhense vai decidir ainda se apura, ou não, se ela é culpada – já que é a guardiã do processo eleitoral.
Como diz aquela máxima do Direito, “quem guarda o guardião?” Essa decisão, importantíssima para os cidadãos do Maranhão, sai agora ou fica para as calendas gregas?
Com fundamento no que autoriza a Resolução do TSE número 23.218/10, na primeira semana após os resultados do 1° turno, Amilcar Brunazo e Maria Aparecida Cortiz pediram ao TRE-MA uma série de documentos, impressos e digitais, para auditar o sistema: as Tabelas Básicas de Dados Alimentadores do Sistema; o Relatório de Pendências e Decisões; a Ata oficial da Cerimônia de Geração de Mídias; os Arquivos de Resultados por Seção Eleitoral; os Espelhos dos Boletins de Urna (BU); os Arquivos de LOG das urnas eletrônicas usadas no Maranhão, do Gerador de Mídia e da Totalização; e os Arquivos dos Registros Digitais dos Votos (RDV).
Além disso, pegaram no portal do TSE, na Internet, os Boletins de Urna publicados na Internet (BUweb), as Tabelas de Correspondências Esperadas e Efetivadas e, também, o programa visualizador de LOG das urnas, o LogView. Um senhor calhamaço que foi analisado em curtíssimo espaço de tempo porque a Justiça Eleitoral só dá 72 horas, após a proclamação do resultado oficial, para contestar o resultado.
Aliás, esse é um dos absurdos na eleição brasileira: no tempo do voto de papel, a apuração levava semanas, até meses, para acabar. Agora termina em poucas horas. Mas o prazo para contestar o resultado continua sendo o mesmo dos tempos da contagem do voto de papel: 72 horas depois de proclamado o vencedor. Algo absolutamente conveniente à Justiça Eleitoral em prejuízo da cidadania – já que a pura e simples recontagem de votos é impossível. Não há votos para recontar, há dados a serem analisados – e assim mesmo se a Justiça Eleitoral os fornecer, o que é sempre uma incógnita.
Com base nos logs (arquivos eletrônicos produzidos pela máquina) produzidos pelas 15 mil urnas eletrônicas usadas no Maranhão, Amilcar Brunazo descobriu, por exemplo, que 19 mil dos votos computados no resultado oficial só entraram nas máquinas após às 17h30m quando, oficialmente as portas das seções eleitorais já estavam fechadas desde às 17 horas. Na análise dos dados Brunazo usou como parâmetro as seguintes informações: urnas que receberam no mínimo cinco votos após às 17h30m e votos introduzidos na máquina com intervalo de tempo inferior a um minuto. Coisa de profissional, não de eleitor comum.
Esses 19 mil votos, suficientes para mudar o resultado oficial, provam que presidentes de seção e mesários, por falta de fiscalização, votam pelo eleitor antes da emissão do BU e a entrega dos disquetes com resultados, para a totalização. Fraude simples, que não tem nada a ver com alta tecnologia e só acontece por falta de fiscalização. Pessoas acham que urnas eletrônicas são 100% seguras, quando na verdade elas são 100% inseguras.
Por isso é fundamental neste 2° turno que haja fiscais em cada uma das 400 mil e poucas seções eleitorais que funcionarão no país. Se não tiver gente de olho, atenta, mesário pode votar pelo eleitor. Porque ele tem o número do título do eleitor, no caderno de assinaturas, exatamente a informação que habilita a máquina para receber o voto. Se ninguém estiver de olho e ele for desonesto, vota com certeza pelo eleitor – ainda mais se a abstenção for alta.
Também é fundamental que no final do dia o fiscal de partido recolha o boletim de urna (BU) em papel, com a assinatura dos mesários, na seção eleitoral. Esse documento é garantia de que a totalização será feita corretamente, somando-se votos de urnas oficiais. Porque no caminho até a Zona Eleitoral, onde o disquete é introduzido no sistema totalizador, o disquete pode ser trocado por outro, produzido por urna clonada.
De posse do BU impresso, o fiscal pode conferir o resultado, seção por seção, zona por zona eleitoral, a partir da disponibilização da informação oficial da apuração na página do TSE na Internet. Uma conquista do PDT junto ao TSE, ao longo do tempo.
Brunazo e Cida constataram que nas urnas biométricas do Maranhão, usadas nos municípios de Paço do Lumiar e Raposa, ocorreram liberações de máquina pelo mesário – absolutamente anormais. Explico melhor: a urna biométrica, aquela em que o eleitor vota usando sua digital, além dos documentos normais de identificação, em caso de falso negativo (o eleitor ser ele mesmo, mas a máquina não reconhecer sua digital) – o mesário libera a máquina por senha.
Ou seja, cada presidente de mesa com urna biométrica possui senha para fazer a máquina funcionar caso ela não reconheça a digital do eleitor cadastrado. Pois dos 51.652 votos colhidos em urnas biométricas no Maranhão, 2.991 votos (5,8% do total) foram coletados de pessoas que não tiveram a sua impressão digital reconhecida, ou seja, via senha. Média seis vezes superior a inicialmente estimada pelo TSE.
No mundo real, isto mostra que mesários de urnas biométricas também “emprenham” as máquinas, votando no lugar dos eleitores. Em uma delas, em Paço de Lumiar, 1/3 dos eleitores votaram por senha – um número totalmente absurdo. Com um detalhe: a urna biométrica “entrega” a fraude dos mesários porque mostra, no BU impresso, quantas vezes foi acionada por senha. O que não acontece na urna comum. Ela também registra a digital do “falso-negativo” – bastando uma simples investigação pela Justiça Eleitoral para pegar os fraudadores. Mas será que eles serão pegos?
O mais grave constatado na auditoria foi a descoberta de que foram geradas mais de 200 Flash de Carga de urnas no Maranhão, além das necessárias. Uma única Flash de Carga serve para preparar urnas de até 100 seções eleitorais diferentes. Nas Flash de Carga são gravados dados sigilosos como as chaves de segurança das máquinas, além dos dados pessoais de eleitores e, naturalmente, as cópias de todos os softwares usados.
Elas são as únicas mídias externas das urnas com capacidade operacionais de inicializá-las sob seu total controle e nelas inserir qualquer software. Por isso o manuseio das Flash é cercado de cuidados regulamentados pela Resolução TSE n° 23.212/2010. Há registro em ata detalhado e redundante de cada Flash de Carga gerada, além de arquivo de LOG dedicado, sendo ainda obrigatório o acondicionamento delas em envelopes especiais de segurança, lacrados; sujeitas ainda a procedimentos normatizados para encaminhamento e guarda, após o uso delas. As Flash de Carga são o busilis do processo eletrônico de votação.
Pois analisando as informações sobre a geração e uso das Flash de Carga do Maranhão, como a Ata da Cerimônia de Mídia; o Arquivo de LOG da Geração de Mídia; o arquivo de LOG dos computadores usados nesta tarefa e a análise das Tabelas de Correspondências – fornecidas pelo próprio TSE-MA – Brunazo constatou que foram geradas 694 Flash com destino determinado, o que é absolutamente normal e serve para cobrir todas as 14.243 seções eleitorais do Estado do Maranhão; mas,depois, foram geradas outras 237 sem destino previsto. O que não faz sentido. Já os arquivos de LOG das 30 máquinas usadas na Geração de Mídias registraram a geração de 969 Flash de Carga, sendo oito delas com numeração duplicada – algo inaceitável levando-se em consideração a segurança do sistema. Ou seja, informações díspares e desencontradas. Não deveria ser assim.
Segundo o relatório, os fatos são graves porque gerar Flash de Carga diferentes para seções eleitorais diferentes, mas com o mesmo número serial, quebra a segurança contra a duplicidade de cargas. Abrindo oportunidade para fraudes “ao sabor da criatividade de quem estiver interessado”, inclusive a clonagem de urnas para gerarem resultados falsos,mas perfeitamente aceitáveis pelo sistema totalizador. Uma festa!
Brunazo acha necessário fazer uma auditoria “muito mais profunda e completa” na eleição do Maranhão, coisa que ele não teve tempo para fazer. Os fatos ocorreram, ficaram registrados nos arquivos digitais, os documentos estão lá, mas é preciso apurar mais. Ele concluiu também que diante da multiplicação irregular das Flash de Carga, não há como garantir se os Boletins de Urna (BU) aceitos na totalização foram os gerados pelas urnas oficiais, ou não. É preciso o TRE-MA apurar o que realmente aconteceu, já que a guarda de todos os documentos é de sua responsabilidade.
Ou nada feito, já que o guardião é que guarda o guardião.
Infelizmente, com as inseguras máquinas de votar que usamos no Brasil, presidente e mesário votam. Além de fiscalização, é fundamental que depois da eleição sejam recolhidos nos TREs os dados do pleito para que, através deles, se confira o que aconteceu dentro das máquinas. No Maranhão, malandramente, esses dados já foram entregues fora do padrão oficial.
Também é fundamental a coleta, nas seções eleitorais de todo o país, dos boletins de urna em papel assinados pelos mesários. Eles evitam as fraudes provocadas pela troca de disquetes de resultados na hora de totalizar. Numa eleição onde os softwares dominam, tudo é possível. Por isso é fundamental a volta do voto impresso conferido pelo eleitor, que tanto desagrada ao TSE que, sempre que pode, o critica. O voto impresso é a maneira mais simples e objetiva de fazer valer a verdade eleitoral, restabelecendo o princípio da recontagem.
Por conta disto, tudo, prezado Paulo Henrique Amorim, nesta véspera de 2° turno onde “pesquisas” aparentemente começam a preparar a opinião pública para o resultado eleitoral que interessa a elite, mais do que nunca é preciso ficar com os olhos bem abertos. Esse filme eu já vi quando Brizola estava vivíssimo e disputando a presidência da República.
As bruxas existem. Ainda mais no dia delas.
Um abraço do amigo
Osvaldo Maneschy
Jornalista e presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, seção Rio de Janeiro.
Conheça http://www.votoseguro.org

Serra não criou seguro-desemprego

da Folha de S.Paulo, em Brasília
da Agência Folha, em Recife

Adversários do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, estão usando a mesma estratégia empregada pelo tucano para atacar Ciro Gomes (PPS): contestar informações e números usados em entrevistas e na campanha.

A Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT) contestou esta semana a declaração de Serra de que foi o criador do seguro-desemprego.

Serra disse que tornou possível o seguro-desemprego e foi criador da lei do benefício. Porém, o benefício foi criado pelo decreto 2.283 de 27 de fevereiro de 1986, pelo então presidente José Sarney, que criou o Plano Cruzado 1.

"Não sei de onde ele [Serra] tirou que criou o seguro-desemprego. O seguro foi criado no meu governo. Na época, ele era secretário [de Economia e Planejamento" do governador Franco Montoro", disse o senador José Sarney (PMDB-AP).

Segundo assessoria de Serra, as explicações sobre as declarações do candidato estão em seu site. Anteontem, foi posto no site texto que diz que o seguro-desemprego foi regulamentado no governo Sarney em 1986 e que posteriormente, na Constituinte, Serra apresentou emenda criando fonte de financiamento do benefício.

Serra
O presidenciável tucano, José Serra, fez campanha ontem caminhando por cerca de uma hora por ruas apertadas do centro de Recife tomadas por camelôs e lojas de artigos populares.

Acompanhado por duas bandas de frevo, o presidenciável permaneceu o tempo todo ao lado do governador de Pernambuco e candidato à reeleição, Jarbas Vasconcelos (PMDB). Mas nenhum material de campanha em conjunto foi distribuído durante a caminhada.

Veja também o especial Eleições 2002

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ex-aluna de Monica Serra não recua

Desmentida por José Serra, Sheila reafirma que mulher dele fez aborto

POR CHRISTINA NASCIMENTO
Santa Catarina - A coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro, 38 anos, ex-aluna de Monica Serra no curso de Dança na Unicamp, em Campinas (SP), ficou impressionada com a repercussão que seu relato no Facebook atingiu e reagiu contra nota oficial da campanha de José Serra a desmentindo ao afirmar que a esposa dele “nunca fez um aborto”. Sheila conversou com O DIA sobre sua declaração na rede social.

“Reafirmo cada palavra. Só fiz um relato de uma pessoa que percebeu uma incongruência e fez uma reflexão”, disse Sheila, que publicou o testemunho na Internet depois de ver Serra se esquivando do assunto aborto no debate da Band (no dia 10 de outubro).

"Se uma pessoa foi vítima da ditadura, e por aquela circunstância teve que fazer aborto, se ela acha que aborto é crime, ela está se incriminando".

Procurada ontem pela equipe de O DIA para comentar o testemunho de Sheila, a assessoria de Serra não retornou as ligações.

O DIA: Você imaginou que seu texto poderia virar um fenômeno na internet?

Sheila Canevacci: Eu coloquei numa rede social que qualquer um podia ler. Coloquei na minha página, no facebook, com a consciência de que é uma rede social pública. E a beleza da internet é que é uma coisa pública. Agora, não é uma carta. É o relato de uma pessoa que tem uma experiência com uma professora, uma experiência bonita, inclusive. A minha experiência com a Mônica Serra, enquanto professora, foi uma experiência muito bonita, porque acho que a beleza da universidade é que as pessoas podem falar das coisas, falar de tudo, falar deste empanado que estou comendo, do exílio, do aborto, de uma pessoa bonitinha, gatinha ou não, qualquer coisa.

Eu respeito fundamentalmente os professores. Eu acho que a profissão mais linda que possa existir no mundo é a profissão de professor. E, neste sentido, eu respeito muito a Mônica Serra. Ela foi uma professora ótima, normal, tranquila. E eu sempre gostei muito dela. Inclusive quando ela relatou essa experiência terrível para ela, era dentro desse contexto da ditadura militar.

Atenção, gente! Em nenhum momento estou nesta coisa de denúncia. Tem muita gente que fala: 'você está revelando os podres da Mônica Serra'. Só que eu não acho que uma pessoa que seja vítima da ditadura, e que tenha tido que sofrer, tenha um podre. Pelo contrário, tem que ser acolhida. A Mônica Serra e, qualquer outra mulher que tenha passado pela experiência dolorosa do aborto, devem ser acolhidas pelo Estado. Depois, se uma pessoa é religiosa e acha que o aborto é crime perante Deus, isso é outro discurso, outro assunto.

O DIA: Então, o testemunho dela na sala de aula te marcou muito?

SC:Esse assunto da Mônica Serra não me marcou nada. Marcou zero. Marcou na época, durante um mês. Porque a professora fala uma coisa e você tem aula na próxima semana, fica um climão e depois você esquece. O que me marcou é que eu não estava acompanhando o segundo turno da eleição, não estava acompanhando baixaria, ataque de ninguém. Primeiro, porque assisto poquíssima televisão. Estou fazendo doutorado (Semiótica e Comunicação - PUC/SP) e estudo pra caramba. Estou sempre lendo, estou sempre viajando. Então, não estava acompanhando polêmica de aborto, de nada. Eu não estava acompanhando segundo turno da eleição. E ai decidi assistir esse debate. Estou lá, de piajama, assistindo meu debate, feliz e contente, quando ouço a Dilma falar disso.

E a minha primeiríssima reação, e acho importantantíssimo falar, foi: "Ué! Como a Mônica Serra falaria isso?" Será que ela faria isso? Ela já fez um aborto". Voltei lá na minha memória do passado e falei assim: 'seria impossível. Estranho. A Mônica Serra nunca falaria isso, porque ela já teve que fazer um aborto'. Para mim, seria inconcebível, não batia, não dava liga, porque pensei assim: "Se uma pessoa foi vítima da ditadura, e por aquela circunstância teve que fazer aborto, se ela acha que aborto é crime, ela está se incriminando'.

Então, ela acha que tem que ser presa. Não faz sentindo. Entendeu? Por isso escrevi "Respeitamos a dor de Mônica Serra". Depois, fiquei mais empolgada com essa história de aborto e fui ler que a Benedita da Silva, no governdo de Fernando Henrique, era contra o aborto e a discriminalização do aborto e que, quando atacaram a Eva Blay, que era feminista, a Benedita da Silva, para proteger a Eva Blay, pegou o microfone e falou que fez um aborto.

Para mim, é assim: quando uma mulher que é militante contra a discriminalização do aborto, ela mesmo está fazendo um aborto, então, ela mesma está se incriminando. Isso também é falta de cidadania. Porque todo o discurso que fala assim: "existem milhares de mulheres pobres tomando veneno de rato, citotec, agulha de tricô....É verdade" É verdade essas mulheres estão morrendo e a Mônica Serra ou qualquer pessoa pública tem que ter uma responsabilidade ética em relação a isso. Porém, não são só as mulheres pobres que estão morrendo.

As mulheres que têm poder aquisitivo alto, decente, e as mulheres ricas que podem se permitir pagar uma clínica clandestina, elas também estão morrendo. Sabe por quê? Porque o corpo não é só o corpo físico, não é só o sangramento que te leva a morte.Você não poder se sentir uma cidadã completa ao ser acusada de crime, de deliquência, num momento díficil da sua vida. Isso também é morrer, morrer espirtitualmente, psicologicamente e morrer principalmente como cidadão. Porque no momento mais díficil da sua vida, quando você tem que ser acolhida pelo seu Estado, você é considerada criminosa.

O DIA: Você ficou chocada com a repercussão?

SC: Primeiro de tudo. Acho que não estou nem entendendo o que está acontecendo. Mas o que me choca mais como brasileira e canadense, é que eu me sinto dividida. Como candanense, acho normal o cidadão falar sobre as coisas e dialogar sobre as coisas. Também porque no Canadá o aborto é legalizado. Acho que o brasileiro deveria aprender com outros países os motivos, ao invés de ficar conversando é isso, aquilo, porque já conversaram tanto. Já dá para aprender com quem estudou.

Do lado do Brasil, o que me chocou mais é que o simples fato de eu me posicionar, perante um debate, me fez descobrir que o brasileiro não tem cidadania, em geral, porque é como se a gente vivesse ainda não ditadura militar, na repressão, porque o pessoal tem medo de falar, tem medo de revelar o nome. Então,assim, quem tem medo de falar, revelar o nome, tem medo de morrer, tem medo de desaparecer, tem medo de ser torturado. Acho que no imaginário do brasileiro a ditadura militar e a repressão ainda são muito fortes. Isso foi o que mais me chocou. O resto... que sou fake, que ganhei dinheiro, que sou de um partido ou de outro, acho mais ou menos normal, porque a informação está na Internet. E a Internet é tudo e o contrário de tudo. E ai cada um com seus recurzinhos vai fazendo o que dá para entender.

O DIA: E porque o rebuliço em torno da sua declaração?

SC: Chocou tanto aos brasileiros que as pessoas que são petistas ficavam me acusando, num primeiro momento, que eu era armação do PSDB. E as pessoas do PSDB ficaram falando que eu era da campanha suja de boatos do PT. Então, acho isso muito interessante porque as pessoas não botam fé, não acreditam, que uma simples cidadã possa se manifestar porque viu um debate.

Um debate que tinha duas coisas em jogo: as eleições e a questão do aborto, que veio dentro do próprio debate. Achei isso muito interessante, porque outras coisas as pessoas falavam para mim é que eu ganhei dinheiro para fazer isso. E ai, não sei nem se dá vontade de rir ou de chorar, mas eu comecei a brincar com meus amigos e falar que não ganhei, mas deveria ganhar. Sabe de quem? Do governo federal. Sabe por quê? Porque pela minha espontaneidade e com a maneira de fazer política cidadã no cotidiano, tranquilamente, fiz uma educação nacional do que é praticar a cidadania. Fiz um programa de educação da cidadania, rapidinho, em três dias.

O marido de Sheila, Massimo Canevacci, também falou com a reportagem sobre o caso

“Isso chocou tanto os brasileiros que os petistas me acusam de ser uma armação do PSDB e as pessoas do PSDB ficam falando que eu sou da campanha suja de boatos do PT. Acho isso muito interessante porque as pessoas não botam fé, não acreditam que uma simples cidadã possa se manifestar porque viu um debate”, afirmou. “Também achei interessante porque me procuraram para falar que ganhei dinheiro. Não sei se dá vontade de rir ou de chorar, mas comecei a brincar com meus amigos e falar que não ganhei, mas deveria ganhar. Sabe de quem? Do governo federal. Sabe por quê? Pela minha espontaneidade e com a maneira de fazer política cidadã no cotidiano tranquilamente. Fiz uma educação nacional do que é praticar a cidadania”, completou Sheila, que é filha de socióloga, foi aluna da mulher de Serra em 1992 e é casada com o respeitado antropólogo Mássimo Canevacci.

'É muito fácil declarar alguns valores que o mundo acha corretos'

Professor da Universidade La Sapienza, em Roma, e docente convidado da Federal de Santa Catarina, o antropólogo Massimo Canevacci, pensador reconhecido internacionalmente, conversou com O DIA sobre as repercussões da revelação feita por sua mulher. Leia abaixo a íntegra da entrevista:

O DIA: Professor, porque o susto das pessoas, ao ponto de falarem sobre mudança de rumo eleitoral, com as declarações da sua esposa?

Massimo Canevacci: Em primeiro lugar, acho que o tipo de política tradicional, que você pode dizer até conservadora, tem uma diferença fundamental entre os valores declarados e os valores praticados. Essa dicotomia, que é baseada sob uma forma política, que crer e reproduz um sistema de hipocrisia, porque é muito fácil declarar alguns valores que mais ou menos todo mundo (ou uma parte do mundo e do Brasil) acha correto, depois fazer exatamento o contrário.

Essa maneira que é um clássico do estudo da Antropologia (a diferença entre valores declarados e valores praticados), acho que é o elemento que criou a revolta da Sheila. A gente estava escutando muito tranquilamente a programação televisiva, que era uma pouco violenta, que não era muito interessante, ou era interessante porque tinha um pouco mais de agressividade, quando a Dilma fez pergunta a Serra que a mulher dele, a Mônica Serra, falou que ela era uma mulher que queria matar criancinha, a Sheila abriu o corpo inteiro: olho, orelha, boca. Sheila ficou em silêncio, não falou nada. No dia seguinte (segunda-feira), acordou, escreveu essas coisas no Facebook.

Eu, pessoalmente, me solidarizei totalmente com ela, porque acho que esse tipo de história dela (de uma mulher que foi aluna da Mônica Serra) e, num momento muito importante da universidade, seja para Sheila, mas também para Mônica, porque ela é uma ótima professora. Então, ela ficou muito triste e desmoralizada ouvindo que a sua professora falava uma coisa e, num momento fundamental para a política do Brasil, e também pela ética do Brasil, pelos valores que unificam este país, ela fez exatamente o contrário.

O DIA: Quando o relato veio à tona,na internet, a discussão não era se a Mônica Serra fez ou não o aborto, mas se a Sheila existia. Por que a preocuapação das pessoas era exatamente essa?

MC: Ótima pergunta e que tem diferente níveis de resposta. Vou fazer, primeiramente, um discurso mais sociológico. É que tem uma diferença fundamental de papel. O papel de Mônica Serra é um papel bem determinado, conhecido socialmente. O papel da Sheila é desconhecido socialmente. Então, esse tipo de verticalização cria uma posição de poder onde um lado é aceitado, certo, verdadeiro.

E outro é falso, inexiste, é um tipo de luta midiática. Então, essa é a primeira explicação sociológica, mas que não acho fundamental. O que está acontecendo agora, no Brasil, mas não somente no Brasil, mas no mundo inteiro, é que a comunicação digital, o networking, tem sempre mais um poder de criar um novo tipo de informação. A nova informação dessa networking, tipo Facebook, Twitter, blog e etc, é muito mais horizontal. Então, esse tipo de horizontalização da comunicação, isto é, a comunicação digital, está virando sempre mais determinante também para fazer política.

Eu acho que esse lado é um pouco atrasado do ponto de vista comunicacional, porque era muito fácil descobrir que a Sheila era verdadeira. Só que ao iniciar fazer esse tipo de questionamento, de problematização sobre a identidade, é um tipo de pessoa que não consegue entender que esse networking, que é a comunicação digital, pode ser sempre mais forte. Então, sendo mais forte, a maneira, vamos dizer um pouco conservadora, de responder é "ela não existe". Não somente não existe Sheila. Não existe a Network, não existe um tipo de comunicação digital que pode ser muito mais horizontal. Eu que decidi, para mim a decisão foi na hora, eu escrevi (num blog que fazia críticas): eu declaro que Sheila existe e que ela é minha esposa. Para mim, é uma coisa muito louca, mas funcionou. Funcionou porque muitos livros meus são traduzidos no Brasil e algumas pessoas me conhecem, então, ela não é somente Sheila Ribeiro. Ela é Sheila Canevacci Ribeiro.

O DIA: Então, essa discussão se ela é fake ou não, é o reflexo de que vivemos numa sociedade hipócrita, que gosta de jogar a sujeira debaixo do tapete?

MC: Em parte, este tipo de sociedade que é hipócrita, é hipócrita e atrasada. Porque não entende que o Network tem uma maneira, uma ética de comunicação que é muito facilmente verificável. Então, essa mistura de hipocrisia, atraso e dificuldade de entender o novo, não olhar a cultura digital, causou esse problema da identidade dela (Sheila), que é uma maneira muito banal de ofender Sheila. De dizer: "Você não existe. Você precisa mostrar que você existe. Preciso da sua carteira de identidade. Da sua fotografia. Mas a fotografia pode ser falsa!". Então, como se enfrenta essa situação? É uma coisa interessante da relação entre Ciências Sociais e a nova forma da política.

O DIA: Mas se a Sheila tivesse feito este mesmo relato e no lugar de Mônica Serra, tivesse falado que a Dilma fez um aborto, a imprensa ficaria tão preocupada com a confirmação da identidade dela?

MC: Você está brincando! Em alguns jornais, teria aparecido em primeira página, dizendo: "A Sheila, nossa cidadã, linda, maravilhosa, descobriu que a rainha é nua, que a verdade é que Dilma causou um aborto". Ela seria, na hora, reconhecida, na hora, na hora. Porque cada posicioanamento da impensa é causado de desnívis. O desnível principal era: Sheila desconhecida, Serra está do nosso lado. É a relação clássic a: amigo x inimigo, que é um clássico das ciências politicas. Então, a primeira página, tenho convencimento extremo, que viria com a fotografia da Sheila, dizendo: "Ela é a heróina da nossa democracia".

O DIA: Por que o brasileiro tem tanta dificuldade em ser autêntico quando o assunto é polêmico?

MC: Isso é um pouco complexo. Acho que a beleza do Brasil, porque para mim a beleza do Brasil é que o brasileiro tem uma identidade, uma cultura, uma subjetividade muito mais fluida, muito mais cruzada que outros países. Então, essa beleza do Brasil, que tem uma identidade mais flexível, mais multipla, mais fluída do que em outros países, cria no brasileiro um outro problema: é como se a beleza da liberdade que cria identidade a identidade múltipla, fluida, pode apavorar um pouco. Pode desejar uma única identidade clara, certa, única, homogênea.

E tudo isso pode criar um tipo de insegurança pela qual, se questiona: "Será que a identidade da Sheila é verdadeira?" Mas também será que minha identidade é verdadeira? Quem sou eu? Porque eu não a identidade, como, sei lá, na Europa, vamos dizer assim. Mas isso não é verdade. Isso é uma fantasia, porque o Brasil é muito mais na frente na Europa na questão da identidade.

A Globo e o Aborto do Serra

Reproduzo artigo publicado no Blog do Saraiva





É no mínimo sui generis a situação vivida pela famiglia Marinho e os veículos de comunicação da Globo. Assumidamente defensores de Serra e que adoram veicular uma linha editorial que criminaliza os movimentos sociais, que ridiculariza aqueles que defendem um projeto nacional, adversários ferrenhos da política externa brasileira implementada a partir de janeiro de 2003.

Em verdade, há uma postura radical da famiglia Marinho em ser contra tudo aquilo que o Governo Lula/PT defende enquanto política de governo.

E aqui é preciso mais uma vez fazer três registros e um resgate:

1. a famiglia Marinho é contra o Governo, apesar de ter se fartado de ganhar dinheiro deste governo;

2. a famiglia Marinho teve inúmeros benefícios em linhas de financiamento (de igual modo que O Estadão);

3. o governo não teve nenhuma preocupação ou cuidado em fazer valer o seu poder na questão das concessões de rádios e TVs de grupos ligados a TV Globo;

4. o resgate necessário: os petistas babam de desejo, algo que seguramente uma terapia poderia ajudar a resolver, de aparecer na TV Globo. Diria até que têm sonhos eróticos sendo entrevistados pela ex-vênus platinada, hoje reles e sabuja enlameada. Mas é patético observar o desejo de ser entrevistado0 pela Globo. Ridículo seria mais correto dizer.

Diante de um quadro assim tão favorável, a Globo quer Serra por uma questão de afinidade ideológica. De apego ao neoliberalismo - quem sabe na esperança de 'ganhar' alguma empresa a ser privatizada.

Mas a Globo também é - ou ainda é - uma empresa jornalística.

E agora está diante de um dilema: como tratar a questão do aborto que, segundo duas testemunhas, teria sido confessado por Mônica Serra em aulas? Continuar omitindo o assunto, como tem feito até agora - ainda que no horário eleitoral gratuito o assunto já tenha sido veiculado? Fingir que nada existe, mesmo o assunto sendo veiculado em jornais, rádios e TVs 'rivais'? Deixar a água passar por debaixo da ponte, olhando descuidadamente para o outro lado e assim nem reparar que até mesmo 'seus' blogueiros tratam do assunto?

O dilema (e/ou quem sabe medo) do jornalismo Global - que me parece ser administrado pelo departamento comercial da empresa - está numa sutileza: se ela der publicidade e veicular o desmentido do carcamano Serra e sua esposa acerca do aborto, estará levantando a bola para o principal assunto político deste 2º turno que para ela ainda não é jornalismo (similar ao imbróglio Paulo Preto, igualmente ignorado pela famiglia Marinho). Se não veicular, estará desrespeitando seu 'público', mas para a famiglia isso parece ser coisa de menos importância.

É por estas e outras que apenas alguns petistas ainda continuam tendo sonhos com a Globo, cada vez mais venal, cada vez mais enrascada nas suas própria contradições.
Relação de empresas estatais brasileiras, privatizadas (entregues) pelo governo neoliberal de FHC e José Serra, junto com governos estaduais da época, principalmente o do ex-governador Geraldo Alckmin:

– AES Sul (CEEE Distribuição) – vendida para a empresa americana AES;
– Bandeirante Energia – vendida para o grupo Português EDP;
– Celpe – vendida ao grupo espanhol Iberdrola;
– Cemar – vendida ao grupo americano Ulem Mannagement Company;
– Cesp Tietê – vendida para a empresa americana DUKE;
– Ceteep – vendida para a empresa estatal Colombiana ISA;
– Coelba – vendida ao grupo espanhol Iberdrola;
– Congás – vendida ao grupo britânico British Gas/Shell;
– Cosern – vendida ao grupo espanhol Iberdrola;
– CPFL – vendida para o grupo brasileiro VBC;
– Elektro – vendida para a empresa americana ENRON;
– Eletropaulo – vendida para a empresa americana AES;
– Escelsa – vendida ao grupo português GTD Participações, juntamente com o consorcio de Bancos Iven S.A.
– Gerasul – vendida para empresa Belga Tractebel;
– Light – vendida ao grupo francês e americano EDF/AES;
– RGE – vendida para o grupo brasileiro VBC;
– Bamerindus – vendido ao grupo britânico HSBC;
– Banco Banespa – vendido ao grupo espanhol Santander;
– Banco Meridional – vendido para o Banco Bozano;
– Banco Real – vendido ao grupo ABN-AMRO, hoje sob o controle do grupo Santander;
– Banco do Amazonas S.A. – vendido ao Bradesco;
– Banco de Goiás S.A. – vendido ao Banco Itaú;
– Caraiba – Mineração Caraíba Ltda.;
– Cia. Vale do Rio Doce;
– PQU (Petroquímica União S.A);
– Empresas de Telecomunicação do grupo Telebras: Embratel, Telesp, Telemig, Telerg, Telepar, Telegoiás, Telems, Telemat, Telest, Telebahia, Telergipe, Teleceará, Telepará, Telpa, Telpe, Telern, Telma, Teleron, Teleamapá, Telamazon, Telepisa, Teleacre, Telaima, Telebrasília, Telasa. A maioria dessas empresas foi vendida a grupos internacionais: espanhol, italiano, mexicano e, algumas a um grupo brasileiro.

O que foi exposto ilustra claramente qual é a política econômica a ser adotada, caso José Serra seja presidente. Uma política de venda do patrimônio público, sem nenhum pudor.
Se Serra for o próximo presidente poderá bater o martelo para vender o que restou de nossas empresas: Petrobras, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul, dentre outras. Ele só precisa de mais quatro anos de governo para concluir o serviço que começou com o governo FHC.

José Serra é o candidato da aliança partidária: PSDB, DEM e PPS. As privatizações comprovam que eles são os entreguistas do Brasil.

SERRA MENTIU, OMITIU, NÃO RESPONDEU, FUGIU DO DEBATE.

outubro 18th, 2010 | Autor: Jussara Seixas
Serra não respondeu a pergunta da jornalista Renata Lo Prete sobre Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e sobre a contratação da filha dele no governo de SP. Se esquivou mais que enguia ensaboada.
Serra não respondeu sobre o seu desejo de privatizar da Petrobras e o Pré-Sal.
Serra não respondeu, não explicou porque está contestando no CAD a venda Gas Brasiliano para a Petrobras, sendo que a Petrbras oferecu o melhor preço. Ele preferia vender para o Japoneses?
Serra mentiu sobre os índice de violência em SP
Violência aumenta no Estado de São Paulo
da Folha Online
A criminalidade aumentou nos três primeiros meses do ano em todo o Estado de São Paulo, informa reportagem de Rogério Pagnan e Luis Kawaguti, publicada na Folha desta sexta-feira (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Números divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública mostram o crescimento significativo dos casos de roubo, estupro e latrocínio (roubo seguido de morte). Os homicídios, que até outubro de 2008 seguiam uma tendência de queda, voltaram a aumentar. Entre o primeiro trimestre de 2008 e o primeiro trimestre de 2009, os roubos subiram 19%, os estupros 33,5%, os latrocínios 36% e os homicídios, 0,7%.
“Não estamos nos nossos melhores momentos”, disse o sociólogo Túlio Khan, porta-voz do governo José Serra (PSDB) para a divulgação dos dados. Ele atribuiu o aumento da violência a “uma série de circunstâncias”, mas só citou uma: a crise econômica.
02/08/2010 07h06 – Atualizado em 02/08/2010 14h42
Aumento da violência no interior preocupa paulistas
Segurança é tema da primeira reportagem da série “Desafios São Paulo”.
Reportagens mostrarão temas que estarão na pauta dos candidatos.
Do G1 SP
Questões relativas à segurança devem ser uma das prioridades do futuro governador de São Paulo. O Bom Dia São Paulo exibirá às segundas-feiras a série de reportagem “Desafios São Paulo”, mostrando temas que estarão na agenda dos candidatos ao governo do estado. Na primeira reportagem da série, o repórter Fernando Rocha mostrou que a violência passou a preocupar cidades do interior.
A cidade de Fernandópolis, por exemplo, passou a adotar o toque de recolher para crianças e adolescentes. No município, crianças e adolescentes não podem ficar na rua após as 22h desacompanhados

O Presidente da Juventude Nazista do Brasil

Postado por Ivan Bulhões em 14 outubro 2010 às 6:00
Exibir blog de Ivan Bulhões
Pessoal,

Conheçam abaixo um pouco sobre quem são certas bestas humanas que estão trabalhando pela candidatura de José Serra!

Ivan



Não é difícil rastrear os caminhos da boataria que atingiu Dilma
Rousseff, poucas semanas antes do primeiro turno. A campanha do PT
parece não ter levado a sério a ameaça. E a boataria e as calúnias
prosseguem.
O jornalista Tony Chastinet – colega com quem tive o prazer de dividir o prêmio Vladimir Herzog em 2007, e com quem produzi a série de reportagens sobre as centrais clandestinas de tortura durante a
ditadura – fez um levantamento minucioso sobre a origem de um desses e-mails caluniosos.
Não precisou de dinheiro, nem de ferramentas especiais. Usou
basicamente o “Google”. Gastou alguns minutos e usou a experiência de
quem já investigou dezenas e dezenas de picaretas em suas reportagens
investigativas.

Tony Chastinet descobriu que o email partiu de gente ligada à extrema-direita. Gente com nome, sobrenome e endereço. Confiram…

O CAMINHO DA CALÚNIA

por Tony Chastinet
Recebi ontem à noite um daqueles e-mails nojentos e anônimos, que estão circulando na internet, com calúnias contra a candidata Dilma Roussef. Decidi gastar alguns minutos para tentar identificar os
autores. Consegui, e repasso abaixo as informações sobre os autores da
baixaria – incluindo as fontes da pesquisa.
Há um e-mail circulando na internet com o seguinte título: “Candidatos de esquerda”. Na mensagem há uma série de calúnias contra Dilma, e o pedido para se votar no Serra. Também recomenda a
leitura do site www.tribunanacional.com.br.
Entrei na página e de cara me deparei com aquela foto montada da Dilma ao lado de um fuzil. Uma verdadeira central de calúnias ligada à extrema direita. Vejam uma amostra neste link http://www.tribunanacional.com.br/v2/editorial/a-terrorista/.
O e-mail foi enviado para minha caixa postal na noite de domingo. O remetente é um tal de Ingo Schimidt (ingo@tribunanacional.com.br). O site está registrado na Fapesp em nome do “Círculo Memorial Octaviano Pinto Soares”.

Essa associação tem CNPJ (026.990.366/0001-49), está localizada na SCRN, 706-707, Bloco B, Sala 125, na Asa Norte, em Brasília. O responsável pelo site chama-se Nei Mohn. Em uma pesquisa superficial na
internet, descobre-se que ele foi presidente da “Juventude Nazista” em
1968. Era informante do Cenimar e suspeito de atos de terrorismo na
década de 80 (bombas em bancas de jornais e outros atentados feitos pela
tigrada da comunidade de informações). Também foi investigado por
falsificar o jornal da Igreja Católica, atacando religiosos que
denunciavam torturas, assassinatos e desaparecimentos (vejam abaixo nas
fontes).
Nunca foi investigado e sequer punido pelas barbaridades que aprontou. Para isso, contou com a proteção dos militares e da comunidade de informações para abafar os escândalos e
investigações.
Prossegui na pesquisa e descobri que o filho de Nei, o advogado Bruno Degrazia Möhn trabalha para um grande escritório de advocacia de Brasília contratado por Daniel Dantas para representar o deputado
federal Alberto Fraga (DEM) em ação no TCU movida pelo deputado para
tentar impedir a compra de ações da BRT/OI pelos fundos de pensão.
Interessante essa ligação entre a extrema direita, nazistas e Daniel Dantas. Mas tem mais.
No registro do site ainda há outros dois nomes apontados como responsáveis pela página: Antonio Afonso Xavier de Serpa Pinto e Zoltan Nassif Korontai.
Serpa Pinto trabalha na Secretaria da Fazenda de Mato Grosso. Korontai é responsável pelo site http://www.projetovendabrasil.com.br. É um negócio estranho como pode ser visto na página da internet. Ele atua na área de tecnologia e fez concurso para analista de sistemas no
TRE do Paraná.
O cadastro do site dele está em nome da CliqueHost Internet Hosting e Eletro Eletrônicos (CNPJ 008.144.575/0001-90 – Avenida Doutor Chucri Zaidan, 246, SL 18, São Paulo). O responsável chama-se Frederich Resende
Soares Marinho.
Marinho é consultor de informática e trabalha em Piraúba (MG). Há uma série de reclamações de que ele vendeu hospedagens de site e não entregou o serviço. Ele é membro da Assembleia de Deus em Sorocaba.
Outro dado interessante: Ingo coloca um link no e-mail para quem não quiser mais receber as mensagens. Esse link aponta para o seguinte endereço: ingo.newssender.com.br.
Newssender é um serviço de marketing eletrônico (leia-se spam)
registrado e vendido pela Locaweb Serviços de Internet S/A. O curioso é
que é o mesmo provedor que hospeda o site do candidato tucano.
===
Fontes:
– Tribuna Nacional – Dados do Registro.br
domínio: tribunanacional.com.br
entidade: Círculo Memorial Octaviano Pinto Soares
documento: 026.990.366/0001-49
responsável: Nei Möhn
2 – Nei Mohn
Matéria Veja de 1980 – http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R06814.pdf
Matéria da Isto É de 1982 – http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R03648.pdf
3 – Filho de Nei
Bruno Degrazia Möhn (OAB/DF 18.161)
Trabalha no escritório Menezes e Vieira Advogados Associados – http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=11457 – artigo defesa ppp

Escritório contratado por Dantas no caso BRT – http://www.anapar.com.br/noticias.php?id=6602
4 – Antonio Afonso Xavier de Serpa Pinto
Funcionário da secretaria estadual da fazenda de mato grosso
http://app1.sefaz.mt.gov.br/Sistema/Legislacao/legislacaopessoa.nsf...

5 – Zoltan Nassif Korontai
Site dele – http://www.projetovendabrasil.com.br/?pg=calculadora-de-ivestimento...

Dados do registro.br
domínio: projetovendabrasil.com.br
entidade: CliqueHost Internet Hosting e Eletro Eletrônicos L

Durval Muniz: Um convite à reflexão Dois Projetos Radicalmente Diferentes

Durval Muniz de Albuquerque Júnior

Estamos num momento decisivo da vida brasileira, onde qualquer omissão pode ser imperdoável. Eu, que faço parte da parcela ainda privilegiada de brasileiros que conseguiu concluir um curso superior e fazer uma formação pós-graduada, não ficaria com a consciência tranqüila se não viesse a público, neste momento, com o uso daquilo que sei fazer: refletir, pensar, para tentar contribuir no sentido de dar um mínimo de racionalidade a um processo eleitoral que, muito pela influência de determinados setores da mídia, mas infelizmente também com a participação decisiva de candidaturas como a de José Serra e Marina Silva, descamba para se tornar uma discussão obscurantista, rasteira, mistificadora e preconceituosa, sobre temas e aspectos nomeados genericamente de “valores”, que interessam de perto aos setores mais conservadores e retrógrados da sociedade brasileira, fazendo ressuscitar dos porões das almas, das mentes e do interior da sociedade forças e subjetividades microfacistas.

Dirijo este texto àqueles que fazem parte como eu desta parcela letrada da sociedade, notadamente, daqueles alojados no interior da Universidade, e que, para minha surpresa e decepção, vêm manifestando a intenção de votar em José Serra no segundo turno das eleições. Como estou escrevendo para pessoas que julgo estar sob o império da racionalidade, nem me vou ocupar de rebater os motivos e argumentos apresentados para não se votar em Dilma Rousseff, em uma das campanhas mais sórdidas, mais caluniosas, injuriosas e preconceituosas já levadas a efeito no país, com a participação decisiva do candidato Serra e da mídia golpista que o apóia, a mídia que medrou e engordou durante a ditadura militar, campanha só comparável àquela de 1989, que levou ao poder o queridinho das elites brancas da época: o caçador de Marajás, Fernando Collor, (e todos sabem no que resultou aquela aventura amparada em retórica e práticas tão farisaicas, despolitizadoras e moralistas como as que embasam a atual candidatura tucana).

Embora pareça que para estes meus colegas, de estômagos fortes, não causa repugnância e náusea uma candidatura que explora e incentiva o tradicional desapreço e desprezo das elites brasileiras pelos nossos vizinhos da América Latina, pelos africanos e pelos asiáticos (o que fica demonstrado pelos ataques do candidato ao Mercosul, à Unasul, a chefes de Estados de países vizinhos democraticamente eleitos, alguns deles pertencentes a grupos historicamente excluídos naqueles países.

Na crítica à política externa do governo Lula mal se disfarçam a xenofobia e o racismo de nossas elites que sempre se julgaram brancas e sempre tiveram os olhos voltados para os Estados Unidos e para a Europa, onde na verdade sempre sonharam em viver; a política externa de FHC, onde o presidente falava inglês e o chanceler como um lacaio tirava os sapatos para passar nas alfândegas dos países desenvolvidos mostra bem isso); uma candidatura que explora o preconceito contra as mulheres, candidatura sexista, machista e misógina, que claramente tenta desqualificar o lugar da mulher na política e que utiliza a velha tática de pôr em suspeita a sexualidade de toda mulher que ousa desafiar os lugares reservados aos homens (com a conivência de inúmeras mulheres ditas independentes e feministas entronizadas como comentaristas na mídia, como Maitê Proença que chegou a convocar os “machos selvagens” para nos livrarem de Dilma; ressalte-se ainda o silêncio cúmplice de grandes lideranças intelectuais e políticas feministas ligadas ao PSDB, que deixo de nomear por respeito às suas trajetórias, que não deveriam necessariamente votar em Dilma, mas se posicionarem veementemente contra o tipo de campanha que faz o seu partido.

Este silêncio poderá custar caro à muitas conquistas feitas pelas mulheres. Me pergunto como pode ser que intelectuais deste quilate possam estar silenciosas diante do uso aético e mistificador da questão do aborto pelo candidato tucano, será que uma vitória eleitoral compensa a perda de uma reputação construída durante anos na luta das mulheres?

Ainda está em tempo de romperem o silêncio!); uma candidatura que explora e acirra o preconceito contra os homossexuais ao espalhar em emails apócrifos e criminosos na internet a suspeita de que Dilma seria lésbica (e qual o problema se fosse, sabemos com que órgãos de seu corpo ela exercerá a presidência); uma candidatura que açula o preconceito contra o pobre e o nordestino, que como sempre são tomados pelas nossas elites de classe média como aqueles ignorantes, que não sabem votar, que votam com a barriga e não com o cérebro, mesmo que estejam votando por defenderem a continuidade do governo que de longe foi o que mais beneficiou estas duas populações (porque votar em defesa do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, é menos racional que votar em defesa dos lucros exorbitantes conseguidos pelos beneficiários do processo de privatização, inclusive os grandes grupos de mídia e do banqueiro que aposta sempre no Meu Banco, Minha Vida?); uma candidatura que faz das mentiras mais descaradas e das promessas mais fajutas a sua apresentação (toma para si feitos dos outros, copia programas das outras candidaturas, promete fazer o que sempre fez diferente quando esteve no poder).

Claro que não vou perder meu tempo discutindo com vocês, que até agora não vomitaram e ainda continuam convictos do voto em Serra, argumentos de enorme racionalidade para não se votar em Dilma como: ela é um poste, ela matará criancinhas (repaginação sofisticada por Mônica Serra, como costuma ser toda repaginação de quem veste Daslu, a honesta Daslu, de conhecido enunciado anticomunista), ela roubou um banco, ela é assassina, ela vai fechar as igrejas, ela acabará com a liberdade de imprensa e outros argumentos ainda mais sofisticados como: “eu não fui com a cara dela”.

Por respeito a vocês todos que acho não seriam capazes de acreditar nestas baboseiras, passo a tratar de uma única justificativa que me pareceu racional, apresentada para o voto em Serra: o sucesso do governo Lula, que todos admitem, até mesmo o candidato Serra que subiu na sua garupa em plena propaganda eleitoral gratuita, teria se dado por este continuar o modelo de gestão perfeito e vitorioso do príncipe dos sociólogos Fernando Henrique Cardoso (há longo email na internet defendendo este ponto de vista racional e respeitável), embora este tenha sido escondido sistematicamente das campanhas do PSDB desde que deixou a presidência seguido de um sentimento de alívio nacional e já vai tarde na maioria de corações e mentes, até nos de muitos dos que hoje esquecidos ou arrependidos tentam salvar o seu legado e resolvem votar em seu candidato.

Como sou historiador, e este profissional tem como ofício ir ao passado para justamente olhar o presente de outra perspectiva, vou lançar mão de alguns traços da história do pensamento econômico no Brasil para tentar convencê-los de que no dia 31 de outubro estarão em confronto dois projetos radicalmente diferentes de país, duas maneiras distintas de interpretar e entender a sociedade brasileira, sua história, sua dinâmica econômica e social, formas radicalmente distintas de pensar a inserção do Brasil no capitalismo globalizado, nas relações internacionais, formas distintas de pensar a dinâmica do desenvolvimento e o papel que o Estado e as distintas classes e grupos sociais desempenharão neste processo.

E quando digo ser radical é justamente porque, como sabemos, radical é algo que se dá desde as raízes, desde suas matrizes teóricas e políticas. Pretendo mostrar que Serra e Dilma representam projetos bastante distintos para o país, porque PSDB e PT representam formulações teóricas distintas da realidade brasileira. Como estamos diante de dois candidatos que não despertam muitas paixões, talvez possamos ter discussões mais racionais, desde que se esteja disposto a se explicitar o projeto que cada um representa (além de representar sua enorme ambição pessoal, seu projeto de ser Presidente da República, de fazer parte da galeria de nossos Presidentes, sonho que ele já realizou, pelo menos na propaganda eleitoral e espero que só lá; Serra representa um projeto de governo que não pode explicitar, que não pode revelar sob pena de não ser eleito, por isso ele protocolou como programa de governo no TSE um discurso, mesmo assim tendo a candidatura deferida: por lá também os amores serristas parecem ter se intensificado, até com trocas de telefonemas amáveis).

Para entendermos o jeito PSDB de governar temos que entender as matrizes teóricas que sustentam suas ações. É inegável que o intelectual orgânico, para usar um conceito caro a Gramsci, deste partido é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, intelectual respeitado mundialmente.

Emir Sader já perguntou perplexo uma vez: o que pensa o Serra? Ninguém sabe, ninguém viu. O hoje elevado a condição de elite das elites, o guia das “massas cheirosas”, segundo a Catanhede, que se saiba nunca teria concluído os cursos de graduação que diz ter e sua Tese de Doutorado, da qual voltarei a falar, anda desaparecida da única biblioteca em que está depositada (por que será que o vaidoso Serra nunca traduziu e trouxe a lume sua obra máxima?).

Ele passou oito anos no governo FHC, exercendo diferentes cargos, sempre aparecendo na mídia como estando à esquerda no partido, como crítico de Malan, como alguém que criticara o Plano Real, mas jamais escreveu algo sobre isto e no governo permaneceu.

Como gestor de mandatos nunca concluídos, não foi capaz de imaginar uma política pública, um programa de governo que possa se dizer original e criativo, se notabilizando mais por desmontar e destruir o que vinha sendo feito antes, até mesmo pelo seu companheiro de partido Geraldo Alckmin (pensem nisso amigos queridos, se duvidarem de mim, pesquisem sobre o desmonte dos programas sociais e educacionais deixados pela Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo). Não é preciso dizer dos inúmeros prêmios internacionais recebidos por diferentes gestões do Partido dos Trabalhadores em municípios, Estados e agora nos dois governos Lula por imaginar e criar inovadoras políticas públicas (se duvidarem, pesquisem: só o Presidente Lula já ganhou até agora mais de duzentos prêmios internacionais, há um site não nacional que se dá o trabalho de arrolá-los todos).

Mas como dizia é no pensamento de FHC que devemos buscar as raízes das propostas pessedebistas para o país. É na Teoria da Dependência, da qual Fernando Henrique foi um de seus formuladores, notadamente na corrente chamada de weberiana, que rivalizava com a chamada corrente marxista encabeçada por Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini, que devemos buscar o entendimento de como o PSDB vê o país e seu povo, inclusive sua classe empresarial, já que, como sabemos, Cardoso se dedicou a fazer uma sociologia do empresariado brasileiro, de seu comportamento e pensamento.

A Teoria da Dependência surge no início dos anos sessenta, diante da crise crescente apresentado pelo modelo nacional-desenvolvimentista de matriz cepalina que esteve na base da política econômica de governos tão díspares e que a realizaram com ênfases distintas como os governos Vargas, Juscelino Kubsticheck e João Goulart.

Quando uma vez na Presidência da República, Fernando Henrique se propôs a enterrar a era Vargas, ele estava realizando o projeto da Teoria da Dependência que criticava algumas formulações básicas do pensamento cepalino e neoclássico, que na versão henriquiana se afastava também das leituras marxistas tanto vindas do pensamento da CEPAL, quanto no interior da própria Teoria da Dependência, propondo assim o desmonte do Estado nacional-desenvolvimentista e populista, fantasmas que são brandidos hoje pelos economistas e “experts” de plantão convocados pela mídia, que estariam sendo reabilitados pelo governo Lula. Em entrevista com Dilma, Miriam Leitão chegou a comparar o que seria o nacional-desenvolvimentismo de Lula com a política econômica da ditadura militar. Como disse sutilmente Dilma: a Leitão sempre ouve o galo cantar mas não sabe aonde.

É inegável que as formulações econômicas, mas também sociais e políticas do governo Lula têm a sua matriz no pensamento nacional-desenvolvimentista cepalino, mais precisamente no pensamento do maior economista brasileiro, o paraibano Celso Furtado, por quem Lula sempre teve uma admiração quase devocional. Como sabemos Celso Furtado se manteve ativo, produzindo e participando diretamente da vida política brasileira até pouco tempo antes de sua morte.

Seu pensamento passou por reformulações e ajustes, mas manteve uma espinha dorsal que, como tentaremos deixar claro, é a própria espinha dorsal do projeto que hoje a candidatura Dilma assume e que queremos ver continuar com ela. É preciso ainda chamar atenção para dois aspectos relevantes: o atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que foi mesmo dentro do PT identificado como um nacional-desenvolvimentista, dedicou seu trabalho de doutorado a estudar o pensamento de Celso Furtado e, é preciso lembrar ainda, que Dilma Rousseff começou a sua militância administrativa no Rio Grande do Sul, ligada a um governo do Partido Democrático Trabalhista, encabeçado por Leonel Brizola, muito próximo das formulações nacional-desenvolvimentistas.

A grita e o arreganho de dentes, sem pejos, da mídia neoliberal no Brasil se deve ao fato desta identificar em Dilma não uma mera continuidade, mas um aprofundamento da visão nacional-desenvolvimentista em seu governo em relação ao governo Lula. A acirrada querela em torno dos destinos da Petrobrás, empresa símbolo das conquistas que o nacional-desenvolvimentismo de inspiração cepalina trouxe para o Brasil, assim como em torno dos destinos dos financiamentos do BNDES, que não podemos esquecer teve como seu formulador e primeiro Presidente Celso Furtado, torna claro que o que está em jogo nestas eleições não é a religiosidade ou não da Dilma, sua sexualidade, sua experiência administrativa ou seus “valores”, são de “outros valores de que se trata” (como a Marina e seus seguidores verdes, pelo menos os sinceros, foram cair numa armadilha dessas, como podem manchar uma trajetória de vida e política de anos se colocando a serviço de forças e interesses que parecem desconhecer, tudo por causa de quinze minutos de fama na Rede Globo, que a teria triturado com os mesmos argumentos vis e baixos com que faz com Dilma se ela efetivamente tivesse viabilidade eleitoral).

Pecado mortal de Furtado e de Lula, ambos olharam para o Nordeste, ambos são filhos deste rincão enjeitado do país, onde medra uma das piores elites políticas desta terra, ambos não abriram os olhos no planalto paulista, onde luminares como Otavinho Frias e a família Mesquita distribuem a agenda para o país, em consonância com um partido que nunca lançou uma candidatura que não seja paulista, deixando claro a falta de visão de Brasil que os assaltam, como assaltava à Teoria da Dependência. Formulador da SUDENE e seu primeiro superintendente, Furtado sempre apostou no Estado como indutor de uma política de industrialização capaz produzir o desenvolvimento apesar da dependência externa.

Sabemos que desde que FHC aderiu às teses neoliberais, pois estas já estavam em germe em seu pensamento, como deixaremos claro a seguir, a crítica a esta centralidade do Estado, de seu papel como indutor de políticas cambiais, fiscais, de investimento, de distribuição de renda, de combate às desigualdades regionais e sociais, que alavancassem um desenvolvimento endógeno do capitalismo brasileiro, será a pedra de toque do discurso econômico do PSDB, por isso mesmo se aliando a um partido de extrema direita, o antigo PFL, agora DEM, com vagas formulações liberais, um baluarte na luta pelos interesses dos grandes grupos privados nacionais e internacionais em detrimento dos interesses nacionais.

Desmontar o Estado, desmontar as empresas duramente criadas e conquistadas à duras penas com a acumulação de capital realizada pelas políticas nacional-desenvolvimentistas passou a ser a obsessão dos governos do PSDB, tendo em Serra um dos maiores entusiastas, a abrir seu sorriso cheio de gengiva sempre que batia um martelo e entregava o produto de anos de suor dos trabalhadores brasileiros para os capitais nacionais e internacionais, muitos de duvidosas origens, outros sendo agraciados com ajudas vultosas do BNDES para comprarem com dinheiro público e privatizarem o que era público.

Tanto a Teoria da Dependência, quanto a Teoria do Desenvolvimento, elaborada pelos cepalinos, revista e aperfeiçoada por Furtado, concordavam em superar a visão apenas sistêmica e baseada no equilíbrio de fatores da economia neoclássica. Ambos por vias distintas, vão aliar as reflexões econômicas com reflexões sobre as estruturas e relações sociais no país e o papel da política e do Estado na gestão da economia. Podemos dizer que ambas refletem o impacto que representou o pensamento keinesiano para o campo econômico, e sua capacidade de formular as políticas públicas que retiraram os EUA e o restante do mundo da crise sistêmica de 1929.

Só que ambas divergem num ponto fulcral, notadamente na versão weberiana encarnada pela obra de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto: ambas concordam que o subdesenvolvimento é produto do próprio desenvolvimento do capitalismo, que se dá desigualmente gerando um centro e uma periferia do sistema, que tende a reproduzir subordinadamente a dinâmica que é dada pelas economias centrais e seus modelos. Ambas concordam na possibilidade de haver desenvolvimento mesmo na periferia, de haver desenvolvimento apesar da dependência e da subordinação, mas divergem frontalmente de como isto seria possível.

Nesta divergência estão as raízes das divergências entre as políticas não só econômicas, mas sociais, de relações internacionais, de alianças políticas, de formulação de políticas públicas que estão representadas nas candidaturas Serra e Dilma. Na Tese de Doutorado que defendeu nos EUA, Serra teria criticado a política econômica do governo Allende do qual participara, com Allende já morto e deposto pelo golpe de Estado apoiado pelo governo americano (Serra parece adorar criticar os governos de que participa, pois quem conhece a peça sabe de sua megalomania e de sua vaidade infinita, além de que, aqui, amigos, merece uma parada para reflexão: como é que alguém que serviu ao governo Allende vai parar nos EUA e é recebido pelo governo que patrocinou o golpe no Chile, terá sido para Serra escrever o que escreveu?).

A crítica se centra não apenas no combate ao pensamento cepalino, esposado ainda por setores presentes no governo chileno, como no combate a Teoria da Dependência em sua versão marxista, que não acreditava ser possível haver desenvolvimento nos países periféricos sem a derrubada revolucionária do capitalismo. Talvez a mistura explosiva do reformismo cepalino com o revolucionarismo daqueles que pensavam diferente de FHC, que sempre descartou a necessidade de uma revolução socialista para que o desenvolvimento se fizesse na periferia do sistema, tenha levado ao desastre da política econômica de Allende atacada na Tese do aspirante a Presidente da República pelo PSDB. Talvez assim possamos entender porque Lula e sua política econômica já foi chamada por grandes luminares da imprensa e da vida parlamentar de bolchevista e até de albanesa (seriam ilários, se não fossem tão primários).

A diferença matricial entre as duas posturas gira em torno da possibilidade de um desenvolvimento capitalista, porque é disso que se trata, não de revolução ou bolchevismo, feito na periferia, colocando como centro do processo a aliança estratégica entre empresariado nacional, Estado e classes trabalhadoras por um lado e os setores externos por outro, aquilo que FHC andou chamando de mexicanização, venezualização, retorno do peronismo (como usa bem e precisamente as categorias nosso sociólogo).

Para as formulações cepalinas lá dos anos cinqüenta, com seu nacionalismo típico da época, as forças externas eram encaradas como obstáculo ao desenvolvimento do país, assim como as forças internas a eles aliadas como os setores agrário-exportadores. Mesmo reformulando mais tarde estas ideias, Furtado mantém a opinião que o processo de desenvolvimento, em países como o Brasil, deve ter como motor as forças econômicas, sociais e políticas nacionais, que saibam inserir o país na economia global, mas tendo seus interesses estratégicos sempre à frente e bem definidos.

Para ele, o Brasil tinha um enorme potencial de crescimento endogenamente gerado por seus amplos recursos naturais, por já ter internalizado e desenvolvido o processo de industrialização, devendo ampliar bases técnicas, tecnológicas e educacionais próprias, o país já possuía a enorme potencialidade de um grande mercado consumidor de massas, bastando para isto que fossem prioritárias em qualquer política econômica a ênfase em mecanismos distributivos de renda e de redução das desigualdades regionais.

O governo Lula e o sucesso reconhecido mundialmente, até pelos órgãos de imprensa econômica mais conservadores, de sua política econômica, aliada a políticas sociais de distribuição de renda, como o Bolsa Família e a política de valorização do salário mínimo, provou que as teses de Furtado estavam certas. Foi por ter criado um mercado de consumo de massas no Brasil, com a ascensão de parcela significativa da população para as classes médias e a retirada de outras tantas da linha da pobreza absoluta que o Brasil pode enfrentar e vencer rapidamente, com suas próprias forças, a grave crise que vivem os países centrais do capitalismo.

A Teoria da Dependência de FHC nunca acreditou na possibilidade de se fazer o desenvolvimento sem que a direção do processo se desse nos próprios países centrais do sistema. Avaliando como sociólogo a mentalidade empresarial brasileira, FHC sempre foi pessimista em relação a esperar das forças nacionais o nosso necessário desenvolvimento.

Daí por ser um crítico de primeira hora das ideias cepalinas que vêem o elemento externo como obstáculo ao desenvolvimento nacional, que dá imediatamente enorme audiência ao seu discurso no mundo e, por incrível que pareça, entre nossa elite empresarial que parece ter aceitado com gosto e alegria o lugar menor e subalterno que o pensamento da dependência lhes reservava, talvez porque sempre no fundo se sintam não pertencentes ao país, mas estrangeiros em sua própria terra.

Estas formulações da Teoria da Dependência mal disfarçam que requentam teses já bastante gastas entre nossas elites letradas da incapacidade de nosso povo para a civilização, para o progresso, para o trabalho livre, para o desenvolvimento. Nas formulações pessedebistas há clara desconfiança em relação ao nosso povo.

Esta é uma diferença crucial entre Dilma e Serra; Dilma acredita que nosso povo, se estimulado, se receber crédito, se receber salário, se lhe forem dadas condições educacionais e de renda, tem condições de construir um país soberano, capaz de traçar suas próprias estratégias, sem que para isso tenha que se fechar ao mundo, mas tendo uma visão alargada do próprio mundo, não vendo nele apenas o Norte, mas enfatizando a diversificação dos mercados e das relações políticas, diplomáticas e culturais, enfatizando as relações Sul-Sul, tornando o Brasil um país capaz de ajudar a impulsionar o desenvolvimento dos seus vizinhos e países assemelhados ou em níveis piores de pobreza e desenvolvimento humano. Mas se muitos luminares do PSDB não querem que se seja solidário nem no interior da nação, como mostram as políticas predatórias, a guerra fiscal movida covardemente pelo Estado mais rico da nação contra os menores Estados, e a implicância histórica serrista com a Zona Franca de Manaus.

Foi a Teoria da Dependência que inspirou já o primeiro programa econômico apresentado por um candidato tucano a concorrer à Presidência da República. O “choque de capitalismo”, prometido por Mário Covas em 1989, foi finalmente realizado por Fernando Collor e continuado nas duas gestões de FHC e se mostrou efetivamente chocante para a sociedade brasileira. A ideia de que seria expondo os setores da economia brasileira à concorrência externa, abrindo a economia para os fluxos de capital internacionais, privatizando os setores estratégicos dominados pelo Estado e os entregando a moderna gestão empresarial internacional, que se faria o país desenvolver-se, se modernizar, palavra mágica para a Teoria da Dependência henriquiana, se torna o centro das políticas econômicas do PSDB. A concorrência externa também afetaria as relações de trabalho e emprego, as modernizaria, levando a ruína à estrutura burocrático-estatal montada pelo nacional-desenvolvimentismo.

Acompanhada de políticas austeras de gastos públicos, com a redução do Estado, com a modernização e desburocratização da máquina pública, aliada ao combate à inflação, teríamos garantido o desenvolvimento sustentável, aquele que, como vimos, só dava para sustentar os privilegiados de sempre e aos novos que chegaram como um enxame de vespas no lastro do processo de privatização. Ao final, o brilhante resultado desta política, que dizem que Lula apenas continuou, pinçando aspectos menores da política econômica anterior (política de metas de inflação, de superávit primário, de contingenciamento de recursos do orçamento, política de câmbio flutuante, que se esquecem os serristas que só foi adotada depois do desastre provocado pela política de câmbio fixo e Real supervalorizado do pucboy Gustavo Franco, política que empobreceu grande parte do país, mas gerou superlucros nos setores exportadores, principalmente agroexportadores que são eternas viúvas de FHC, como mostra mais uma vez as vitórias serristas em Estados como MT, MS, PR, SC e SP, que se dane a maioria, se a minoria de sempre lucra e muito, está ótimo) que foram mantidos mas subordinados a uma lógica macroeconômica diversa: o país quebrou três vezes, a cada crise econômica em um país lá fora, pois sua economia foi atrelada e completamente exposta às vagas do capital financeiro internacional, fazendo o país acumular uma criminosa dívida em moeda estrangeira, dívida que o governo Lula tratou de reconvertê-la em moeda nacional, garantindo maior soberania sobre as contas internacionais; a quebradeira de setores inteiros da indústria nacional, com o desemprego e a falta de esperança sendo tônica de todo o período, (se reconhecemos que outros setores se dinamizaram como o de telefonia com a privatização, o de energia resultou no apagão histórico de FHC, pois o Estado deixou de investir), o arrocho salarial entre o funcionalismo público, a terceirização e precarização dos serviços se ampliaram, piorando a vida dos mais necessitados do Estado; para os das classes médias que não precisam dos serviços públicos ficou o deslumbramento das novas marcas estrangeiras nas vitrines e dos novos modelos de carros importados e celulares, agora todos se sentiam globais, viviam em Miami, a festa para poucos era geral.

As estradas viraram só buracos, com a exceção daquelas privatizadas, como as do Estado de São Paulo, entregues a grupos privados em troca do melhor preço no ato da concessão e não do menor pedágio, tal como feito no governo Lula, estratégia pensada por Dilma – basta comparar os preços dos pedágios do PSDB e do PT e se notará o jeito diferente de governar, pois se governa para outros grupos sociais, não é para as classes médias apenas, mas principalmente para incluir os mais pobres.

As estradas de ferro sucateadas, a indústria naval e a indústria bélica desmontada, a aeroespacial privatizada. Os brasileiros mais pobres começam a se submeter a migrarem até para o Japão em busca dos empregos que a Petrobrás gerava lá ou na Austrália. Amparada em ampla campanha midiática, que buscava desmoralizar a grande empresa estatal brasileira, o esvaziamento econômico e técnico da Petrobrás preparando para privatizá-la, levou ao trágico acidente do afundamento da Plataforma P-36 (o mesmo governo que não fora capaz de fazer a avançada tecnologia de uma caravela navegar, coisa que os portugueses, tidos em tão baixa conta, já o havia feito desde o século XIV, afundavam uma plataforma e com ela pretendiam afundar a Petrobrás) tal como ocorre agora com os Correios, que sofre inegável campanha de desmoralização, na esperança de que seja a primeira jóia da coroa que Serra, uma vez eleito, leiloará para que assim como na privatização da telefonia se candidatem a OESP, a Globopar, a Folha da Manhã, o Grupo Abril, que tantos esforços fazem em eleger seu candidato do coração e do bolso.

Para concluir, pois já me estendi além da conta, para que vocês meditem bem sobre o passo que darão ao entregar o país a um homem como José Serra, que a mídia que ele financia com dinheiro da educação, enquanto trata os professores de São Paulo a cacetetes e bombas de gás lacrimogêneo, diz ser o mais competente e preparado, convido vocês a ir ao Youtube e assistir um vídeo de uma entrevista dada por Serra ano passado, quando do auge da crise econômica, ao jornalista serrista e de conhecida história de adesão à extrema direita Boris Casoy, onde Serra aparece indisfarçadamente eufórico, com a possibilidade que a crise viesse acabar com a popularidade do governo Lula e facilitar as coisas para ele este ano. Para que sua vontade pessoal de ser Presidente se efetive, como bem diz Ciro Gomes, Serra pisa até no pescoço da mãe, e é capaz de torcer contra o país, que a população venha sofrer este não é um problema para ele, postura que parece ser de muitos de vocês companheiros que resolveram votar em Serra, desde que suas razões particulares justifiquem um voto que pode significar o retorno à miséria de amplos setores da sociedade brasileira, mas vocês têm este direito, votem e depois durmam o sono dos justos.

Mas esta entrevista explicita o desastre que teria sido se ao invés de Lula, de Mantega, das formulações furtadianas que eles representam, fosse o ninho tucano e sua teoria da dependência (dependência ao Norte, diria o pândego e arguto Paulo Henrique Amorim) que estivessem no poder. Serra, do alto de sua sabida arrogância e prepotência, tratou logo de desqualificar todas as medidas tomadas pelo governo Lula, com o riso cúmplice e hiênico do Casoy que arrematou que Lula estava fazendo diferente do que todo mundo estava fazendo nos países centrais do capitalismo (que petulância, como pode discordar do centro), ridicularizaram a fala do Presidente de que aqui a crise seria uma marolinha, e seria sim pois os fundamentos da economia brasileira eram outros bem diferentes da era FHC: tínhamos acumulado grande quantidade de reservas internacionais, ao contrário de perdê-las como com FHC, havíamos nos livrado do monitoramento e das restrições impostas pelos acordos com os organismos internacionais, havíamos pago a dívida com o FMI e Clube de Paris e Lula e Mantega não precisavam mais chamar a Brasília a senhora da mala do FMI a cada vez que se precisava tomar uma decisão em matéria de política econômica, industrial, cambial, financeira, salarial, etc, ou seja, Teoria da Dependência gera o que a nomeia, não duvidem.

Serra pomposo dizia: como reduzir impostos agora que todos os Estados querem preservar seu poder de investimento, como aumentar salários agora que eles tenderão a cair, como ampliar investimento no momento em que a arrecadação vai declinar. O sábio, o preparado Serra fez em São Paulo, o que faria no Brasil, aumentou impostos em plena crise, arrochou como sempre os salários (pergunte a um delegado de polícia de São Paulo o que ele acha do salário dele e porque o PCC só cresce), suspendeu investimentos, privatizou a Nossa Caixa, única empresa estatal que restava, rapidamente adquirida pelo governo federal através do Banco do Brasil, que saiu assim fortalecido da crise.

Quando viu o sucesso da política de Lula que, acima de tudo, conta com aquilo que Serra não tem e nunca vai ter: carisma e popularidade, indo a televisão convocar todos a continuar consumindo, explicando como só ele sabe fazer para a população porque era preciso manter o ciclo virtuoso da economia e não se deixar contaminar pelas nuvens negras profetizadas pelos urubólogos e urubólogas serristas de plantão na mídia e pelos próprios partidos da oposição, correu para copiar algumas medidas tomadas pela equipe econômica que ele havia chamada de inepta, que não tinha a brilhante trajetória de gestor econômico que ele tem.

Façam isso, por favor, assistam a este vídeo, e se ainda assim quiserem entregar o Brasil a Serra, que o façam, mas minha consciência estará tranqüila, tentei fazer um esforço em alertá-los. Eu e o Brasil esperam que mudem de opinião e ele não vença, se mesmo assim ele vencer vou torcer para que eu não venha a me divertir tanto quando encontrá-los, quanto me diverti meses após a posse de Collor, vendo os meus colegas coloridos que haviam votado no caçador de marajás e não no sapo barbudo com medo de perderem suas poupanças, reduzidos a CR$ 50,00 em suas contas. Assim como Collor, Serra sempre faz o que diz que não vai fazer, tenham cuidado. Abraço carinhoso a todos e um feliz e refletido voto para vocês e para o Brasil.