Redação, com Reuters - de São Paulo As Mães de Chico Xavier, que chega aos cinemas de todo o Brasil, marca o encerramento do ano de centenário do nascimento do médium. Esse longa, de certa maneira, faz uma síntese dos três filmes relacionados com Chico Xavier lançados nos últimos meses: Chico Xavier, a biografia assinada por Daniel Filho; Nosso Lar, adaptação do livro homônimo; e As Cartas Psicografadas de Chico Xavier, documentário sobre comunicação entre vivos e mortos.
Ao centro de As Mães de Chico Xavier estão três mulheres com dilemas que envolvem a vida e o além.
Ruth (Via Negromonte, de Chico Xavier) é casada com Mário (Herson Capri), produtor de televisão, cujo filho, Raul (Daniel Dias) está envolvido com drogas. O casamento de Elisa (Vanessa Gerbelli, de Sem Controle) está em crise, e ela deposita toda sua esperança no filho pequeno (Gabriel Pontes). E Lara (Tainá Muller, de Cão sem dono) descobre-se grávida de seu namorado (Gustavo Falcão), que ganhou uma bolsa de estudos na Espanha. Ela cogita fazer um aborto.
Como na estrutura dos filmes do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, as três histórias correm em paralelo até convergirem na figura do médium que, novamente, é interpretado por Nelson Xavier.
O roteiro, assinado por Emmanuel Nogueira e Glauber Filho, que também dirige o longa com Halder Gomes, é baseado no livro Por trás do véu de Ísis, do jornalista Marcel Souto Maior.
Caio Blat interpreta Karl, um repórter de televisão que é uma espécie de alterego de Souto Maior. Trabalhando com Mário, o rapaz é incumbido de entrevistar Chico Xavier, e comprovar a veracidade das cartas.
A entrevista virá em boa hora para juntar as três histórias. Há poucas dúvidas no personagem de Blat, que aceita as mensagens como verídicas e se impressiona com o médium.
O elo entre as três tramas, mais do que o médium e a comunicação pós-morte, é a temática da maternidade.
Ruth acha que falhou ao criar seu filho. Artista plástica, tenta superar suas frustrações pintando quadros. Elisa se transforma em mãe em tempo integral. Negligenciada pelo marido (Joelson Medeiros), ela encontra no filho a única razão para passar os seus dias. Já Lara tem dúvidas se nasceu para ser mãe. Esse questionamento, aliás, rende a única boa cena do filme, envolvendo as duas personagens, já perto do final.
As Mães de Chico Xavier é um filme de mensagens, uma espécie de propaganda nada sutil de doutrinas e julgamentos morais, como demonstra um letreiro final, que avisa: “Esse filme é dedicado às vítimas do aborto provocado”.
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