quinta-feira, 31 de julho de 2008

Vida Marvada

Corre um boato aqui donde eu moro
Que as mágoas que eu choro
São mal ponteadas
Que no capim mascado do meu boi
A baba sempre foi
Santa e purificada
Diz que eu rumino desde menininho
Fraco e mirradinho
A ração da estrada
Vou mastigando o mundo e ruminando
E assim vou tocando
Essa vida marvada
E que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remedio pro meu desenganos
E toda magoa é um misterio fora desses planos
Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega la em casa pro uma visitinha
Que num verso ou num reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me num caterete
Tem um ditado dito como certo
Que cavalo esperto
Não espanta boiada
E quem refuga o mundo resmungando
Passará berrando
Essa vida marvada
Cumpade meu que envelheceu cantando
Diz que ruminando
Da pra feliz
Por isso eu vagueio ponteando
e assim procurando
Minha flor de liz
E que a viola fala alto no meu peito humano
E toda moda é um remedio pro meu desenganos
E toda magoa é um misterio fora desses planos
Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver
Chega la em casa pro uma visitinha
Que num verso ou num reverso da vida inteirinha
Há de encontrar-me num caterete

(Rolando Boldrin)

2 comentários:

Ricardo Jung disse...

é uma bela letra, de quem defende a arte e a posição de artista

Elcio Tuiribepi disse...

Foi fundo nessa hein!
"É que a viola fala lto no meu peito humano" bonito isso e me fez voltar no tempo, meu pai adorava os programas com o Rolando Boldrin, de onde também aprendi a apreciar as modas de viola, essas com raiz e berço...valeu a visita...bom final de semana...bjo na alma e no coraçõ...