segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sonho vago

Um sonho alado que nasceu um instante
Erguido ao alto em horas de demência...
Gotas de água que tombam em cadência
Na minha alma tristíssima, distante...
Onde está ele, o desejado? O infame?
O que há de vir e amar-me em doida ardência?
O das horas de mágoa e penitência?
O príncipe encantado? O eleito? O amante?
E neste sonho eu já nem sei quem, sou...
O brando marulhar dum longo beijo
Que não chegou a dar-se e que passou...
Um fogo fátuo rútilo, talvez...
E eu ando a procurar-te e já te vejo!
E tu já me encontraste e não me vês!

(Florbela Espanca)

Um comentário:

O Profeta disse...

Pintas as palavras...de mil cores...


Doce beijo