terça-feira, 22 de julho de 2008

O anel de vidro

Aquele pequenino anel que tu me deste,
-ai de mim – era vidro e logo se quebrou...
Assim também o eterno amor que prometeste,
-Eterno! Era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou –
Aquele pequenino anel que tu me deste,
-ai de mim – era de vidro e logo se quebrou...
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo na alma a saudade celeste,
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste...

(Manuel Bandeira)

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