Cracatoa Simplesmente Sumiu
Pais e avós
Posted: 08 Dec 2008 07:29 AM CST
Você já notou que quando falamos do casal pai e mãe dizemos “pais”? E que quando nos referimos ao casal avô e avó, dizemos “avós” passando então do patriarca para a matriarca para designar o conjunto?
Não sei se, entre avôs e avós, é apenas uma questão de pronúncia aberta ou fechada.
Pais e avós
Um café com leite e um pão com manteiga, pode ser?
Posted: 08 Dec 2008 04:21 AM CST
- Um café com leite, por favor. E um pão com manteiga.
O garçom deixa o cardápio sem ouvir e segue para atender outra mesa. Nem abro o menu. Afinal, já sei o que quero. É algo simples. Um café com leite e um pão com manteiga.
Depois de alguns minutos, dilatados pela fome matutina, volta o garçom. Aquele ar de leve ansiedade que um garçom tem quando segura o bloquinho para anotar o pedido.
- Um café com leite por favor. E um pão com manteiga.
Ele olha por cima do caderno de anotações. Aquele ar de leve espanto que um garçom tem quando alguém pede algo absurdo.
- Senhor, creio não termos esses produtos.
Por um instante penso ter me enganado. Posso ter entrado em uma barbearia por engano.
Mas olho ao meu redor. E há máquinas de café, xícaras, pessoas tomando líquidos que parecem ser café. Há cheiro de café. E a plaqueta da fachada que, do lugar que eu ocupo, fica meio de fianco para meu ponto de vista, tem a palavra: café. Em letras cor de café.
Sim. Portanto, estou certamente em um lugar que serve café.
Procuro manter a calma para o caso de ter acessado alguma dimensão bizarra sem ter percebido. E repito:
- Desculpe, o frio faz a minha dicção ficar péssima. Eu estava justamente pedindo um café com leite e um pão com manteiga.
- Sim, senhor. Mas não temos esses produtos.
- Mas o que vocês servem aqui?
- Café. O senhor olhou nosso cardápio?
Agora está claro. Eu acessei alguma dimensão bizarra. Fiz bem em manter a calma.
Passo a usar aquele tom de quem está mantendo a calma. É uma voz melodiosa e modulada:
- Certo. Vou dar uma olhada no cardápio, nesse caso.
O garçom observa-me mais um pouco enquanto eu tomo da mesa o cardápio e o abro. Aquele ar de leve presunção que um garçom tem quando consegue mostrar que o cliente está errado e ele certo.
Mas, diferentemente do que ele deve pensar nesse instante, eu não estou convencido.
Inicio minhas investigações naquelas misteriosas páginas.
Que mostram ser mais misteriosas do que eu imaginava.
Na seção de cafés, que tem mais ou menos umas cinco folhas, leio diversos nomes, todos em italiano com uma descrição rápida dos ingredientes das bebidas, do tempo de contato do pó com a água e a temperatura em que isso acontece, entre outros detalhes importantíssimos para quem quer beber um mero café com leite às nove horas da manhã de um dia qualquer. Por algum motivo lúdico, decido contar quantas são as opções diferentes por ali, mas resolvo parar na número 43.
Chamo o garçom.
Ele se desloca até mim enquanto tira o bloquinho e a caneta do bolso. Aquele ar de leve ansiedade, já não tão leve, que tem um garçom quando está prestes a , pela segunda vez, tentar anotar um pedido.
Eu mostro para ele as cinco folhas de opções e pergunto:
- Qual destes aqui é mais parecido com um café com leite?
Ele faz uma expressão estranha. Não sei se está com o leve ar de ofendido que um garçom tem quando um cliente joga salada em seu uniforme ou com o leve ar confuso de quando pedem um prato que naquele dia não está muito bom.
- Creio que este aqui, senhor.
Ele me aponta um daqueles nomes em italiano. Tem uns cinco ingredientes e umas cinco temperaturas de preparo diferentes, sem falar nas pressões de extração da água e que, a julgar pelo detalhismo e pela precisão científica de toda a descrição, deve ser o que eles tomam nos escritórios da Nasa.
O preço, pelo menos, é de foguete.
- Você não pode simplesmente pegar o café daquela máquina e despejar um pouco de leite daquele bule? Não precisa nem adoçar. Eu tomo amargo.
Perguntar não ofende, afinal.
- Senhor, nossa barista não permitiria.
Mais tarde, em casa, procuro em um dicionário e descubro que barista é o sujeito especializado em preparar café.
- Entendo.
O silêncio de quem não entende.
- Nesse caso, me traz uma caneca grande desse.
- Não servimos esse café em canecas, senhor. Usamos xícaras para esse aí.
- Me traz uma grande então.
Minutos depois, vem a xícara grande, do tipo usada como banheira pelo Pequeno Polegar.
O garçom a deixa à minha frente sem notar minha decepção. Ele, com o leve ar de satisfação de um trabalho bem feito que os garçons têm nessa hora.
- Ei - eu digo.
Ele se vira. E eu peço:
- E o pão com manteiga? Pode ser?
Um café com leite e um pão com manteiga, pode ser?
Seja um cracatoano de carteirinha
Posted: 08 Dec 2008 04:15 AM CST
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