quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O que fica oculto

Atualmente, todos clamam contra a impunidade. Os meios de comunicação desvendam, sem cessar, variados tipos de ilícito e causa indignação constatar como o processo de punição é moroso e falho. Muitos corruptos encontram brechas no sistema legal e escapam ilesos. Grandes criminosos persistem livres, enquanto lançam mão de incontáveis recursos judiciais. O dinheiro público some sem que ninguém seja responsabilizado. Obras são superfaturadas e os encarregados afirmam total ignorância do ocorrido. Enquanto isso, a sociedade brada indignada e pede providências. Entretanto, a justiça humana reprime apenas as condutas mais escandalosas. O legislador terreno elege alguns dos comportamentos mais deletérios ao convívio social e os proíbe mediante punições. Ainda assim, os responsáveis, não raro, logram burlar as conseqüências legais. Ocorre que, acima e além dos regramentos humanos, pairam soberanos os Códigos Divinos. Eles estabelecem a fraternidade, a pureza, o trabalho e a honestidade como deveres incontornáveis. Para estar em harmonia com o estatuto divino não basta parecer levar uma vida reta. De pouco adianta cumprir ritos ou ofertar ao mundo uma aparência de recato e sobriedade. Inúmeros pequenos gestos implicam violação à lei de harmonia que rege a vida. Os pais que não educam seus filhos violam uma missão sagrada que lhes foi confiada. Ao não dedicar tempo ao burilamento moral de seus rebentos, desdenham a Lei de Trabalho. Conseqüentemente, respondem pelos desvios causados por sua inércia. Cônjuges que se infelicitam, por palavras e gestos, desconsideram o mandamento da fraternidade. Comentários cruéis a respeito do próximo igualmente vibram negativamente perante a Consciência Cósmica. A vivência de tumultuosas paixões, atos que maculam a inocência alheia, o desamparo material ou moral de parentes necessitados ou enfermos... Muitos são os exemplos de condutas não reprimidas pela legislação humana, mas incompatíveis com a Lei Divina e Natural. Convém refletir sobre isso, sempre que surgir forte o desejo de bradar contra a impunidade do próximo. Ninguém advoga que atos desonestos persistam isentos de conseqüências. A sociedade necessita de regras para que o convívio de seus membros siga harmônico. O desrespeito a essas regras precisa ser reprimido, sob pena de se instaurar a anarquia. Mas, se o equívoco deve ser combatido, isso não pode implicar odiar os equivocados. É preciso medir a própria fraqueza antes de lapidar os outros. As Leis Divinas jamais são enganadas. Embora certas baixezas permaneçam ocultas, ainda assim elas têm conseqüências impostas pelas Leis Divinas. Por ora, a maioria dos habitantes da Terra ainda foge de algum modo de seu dever. Assim, importa lançar um olhar generoso ao próximo, enquanto se cuida de corrigir o próprio comportamento. Urge gradualmente passar a não apenas afetar pureza, mas a vivê-la em plenitude. Se você é a favor da responsabilização pelos atos praticados, veja como age em todos os setores de sua vida. Cuide para que o que fica oculto não o condene perante sua consciência. Você jamais poderá enganá-la. Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.Em 01.09.2008.

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