quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passadoTantas retaliações, tanto perigoEis que ressurge noutro o velho amigoNunca perdido, sempre reencontrado.É bom sentá-lo novamente ao ladoCom os olhos que contêm o olhar antigoSempre comigo um pouco atribuladoE como sempre singular comigo.Um bicho igual à mim, simples e humanoSabendo se mover e comoverE a disfarçar com meu próprio engano.O amigo: um ser que a vida não explicaQue só se vai ao ver outro nascerE o espelho de minha alma multiplica...

(Vinícius de Moraes)

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