domingo, 20 de abril de 2008

Soneto da fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento,
Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto,
Que mesmo em face se maior encanto
Dele se encante meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pisar ou seu contentamento:
E assim, quando mais tarde me procure,
Quem sabe a morte, angústia de quem vive,
Quem sabe a solidão, fim de quem ama,
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Vinícius de Morais)

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