Postado por LEN às 2:25
Nov
15
2010
Passadas as eleições e contabilizados fracassos e fracassados, é possível constatar que as teses de reestruturação da oposição e reavaliação do papel dos grandes veículos de comunicação no cenário político não passaram de devaneios de uma tarde de primavera.
Depois da afirmação de Aécio, logo em seguida à confirmação de vitória de Dilma Rousseff, de que a oposição faria uma oposição generosa ao país, parecia que ele ali assumia definitivamente o papel de líder da oposição e um compromisso de fazer oposição com a cabeça e não com o intestino, como era a tendência do seu partido nos últimos anos. De fato, parte da imprensa chegou a profetizar essa nova liderança. Acredito que subestimamos a força dos conservadores, renovada depois desse processo eleitoral acirrado.
Pouco a pouco aparecem em veículos de comunicação que sempre deram respaldo aos tucanos paulistas, defesas cada vez mais intransigentes da permanência da liderança política da oposição na mão do grupo de José Serra, pois é a única forma de manter o clima de acirramento entre governo e oposição, o que dificultaria a próxima presidente Dilma Rousseff a aprofundar as mudanças iniciadas pelo Presidente Lula e que precisam ter continuidade, principalmente no que se refere ao novo marco regulatório das comunicações, de que tanto eles temem.
Não quer dizer que isso garanta Serra como candidato da oposição a presidente em 2014, até porque talvez a idade seja um empecilho, mas mantê-lo com suas mágoas remoídas em evidência é combustível para a guerra que a velha mídia pretende travar contra o governo para não perder o poder acumulado, apostando, sobretudo, na premissa de que Dilma não possui o mesmo carisma de Lula, portanto, em sua opinião, a sua aprovação será mais sensível ao noticiário.
As freqüentes derrotas nas urnas não parecem ter estimulado qualquer tipo de revisão de erros cometidos durante o processo por parte dos perdedores. As tais eficiência e qualidade tão faladas pela velha mídia e oposição não passam de propaganda enganosa, afinal não há qualquer tipo de evidência de reformulação na atitude ou mudança de postura por parte desses atores. A insistência em seguir métodos que não produzem resultados ou produzem resultados negativos são o oposto dos fundamentos de eficiência e qualidade.
Podemos esperar então os próximos quatro anos turbulentos no que se refere ao relacionamento do governo com a velha mídia e oposição, e para que Dilma continue enfrentando essas forças que representam o velho poder oligárquico é preciso ter a humildade para reconhecer que Dilma não é Lula no que se refere ao carisma pessoal e a aprovação do seu governo precisa ser construída. A batalha dessa vez vai ser mais difícil ainda, vão partir com tudo pra cima de Dilma desde o primeiro dia do seu governo, portanto é melhor a gente ir afiando as pontas das lanças.
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