segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Quando o maior jornal do país passa da "simples" oposição golpista e inconsequente para a defesa aberta do separatismo paulista, defendendo idéias francamente fascistas e flertando com o neonazismo, devemos começar a nos preocupar.
Quando, por causa do racismo de uma garota inconsequente, mas retrato fiel de uma importante parcela da elite paulista(na), um programa de TV de audiência considerável convida para uma entrevista integrantes de grupos separatistas e fascistas que defendem a expulsão de nordestinos de São Paulo e pregam ideais supremacistas, separando o Brasil entre "raça paulista" e "raça nordestina", a última visivelmente inferior, devemos não mais apenas nos preocupar, mas agir.
A Folha de São Paulo virou o bastião do atraso e de idéias ultrapassadas. Na tentativa de atacar o presidente Lula e defender Serra - tentar ao menos dar-lhe sobrevida - partem para um ataque violento e preconceituoso.
Na quinta, a Folha de São Paulo publicou um texto que flerta abertamente com o neonazismo, prega o descarado preconceito contra pobres, culpando-os por sua situação, e claramente criminalizando qualquer tentativa do Estado de ajudar aos mais necessitados. A elite não quer perder sua empregada doméstica nem seu porteiro, enfim, seus privilégios de classe.
Na sexta, a Folha, novamente, atacou. Um artigo simplesmente grotesco e assustador de uma professora de direito penal da USP que, honestamente, merecia ser devidamente enquadrada por seus alunos.
No artigo, a "professora" faz questão de atacar da forma mais vil ao presidente Lula e transforma as vítimas em algozes. Para ela, os Paulistas sofrem preconceito! Sim, acreditem!
Mas vamos por partes.
Sou neta de nordestinos, que vieram para São Paulo e trabalharam muito para que, hoje, eu e outros familiares da mesma geração sejamos profissionais felizes com sua vida neste grande Estado brasileiro.
De início, o velho artifício de dizer "Sou filha, neta, bisneta ou o inferno de Nordestinos, logo, como posso ser contra nordestinos?". Argumento, infelizmente, inválido. Vários Judeus apoiaram Hitler, alguns Palestinos apoiam Israel. Traidores, pessoas que renegam sua origem e seu passado são algo tão comum que sequer vale comentar. Aliás, numa roda de amigos sempre tem o cara que conta piadas racistas mas lembra meu tatatatataravô era negro, não sou racista".
Em apenas 3 linhas, aliás, encontro outro absurdo, o de separar os "nordestinos que trabalham" dos demais.
É o pensamento de muitos do Movimento São Paulo para os Paulistas. Talvez possam deixar alguns nordestinos em São Paulo, mas aqueles que trabalham, afinal, não viveriam sem seu porteiro.
É muito triste ler a frase da estudante de direito Mayara Petruso, supostamente convocando paulistas a afogar nordestinos.
Também é bastante triste constatar a reação de alguns nordestinos, que generalizam a frase de Mayara a todos os paulistas.
Igualmente triste a rejeição sofrida pelo candidato da oposição à Presidência da República, muito em função de ele ser paulista. Todos ouvimos manifestações no sentido de que, tivesse sido Aécio Neves o candidato, Dilma teria tido mais trabalho para se eleger.
Independentemente da tristeza que as manifestações ofensivas suscitam, e mais do que tentar verificar se a frase da jovem se "enquadraria" em qualquer crime, parece ser urgente denunciar que Mayara é um resultado da política separatista há anos incentivada pelo governo federal.
Não, "professora", não é "triste" ler a frase da Mayara. É vergonhoso. Atitude criminosa vergonhosa e lamentável. E não há nada "suposto". Está escrito para quem quiser ler, é fato.
E bela tentativa de, agora, culpar os nordestinos por dizer que todo paulista é preconceituoso. Aliás, nunca vi tal coisa. Nunca vi um nordestino dizer que todo paulista é preconceituoso, "professora", eles sabem perfeitamente diferenciar aqueles podres dos decentes. E, quando digo "eles", posso me incluir, pois mesmo não tendo nascido no nordeste, me criei lá e tenho muito orgulho disso.
Dizer que o "candidato da oposição" - e cai a máscara - sofreu preconceito é risível. É vergonhoso.
Se Aécio tivesse sido candidato, fato, Dilma teria mais dificuldade, mas não por ele ser mineiro e Serra paulista, mas por Serra ser um incompetente que nunca terminou um mandato na vida e como esporte pratica o espancamento de professores e o tiro ao alvo entre PM e Civil. Nas horas vagas Serra invade a USP e desrespeita a democracia uspiana escolhendo candidato odiado, coisa só antes feita na Ditadura.
Serra perdeu não por ser paulista, mas por ser um incompetente e ter flertado fortemente com elementos de extremíssima direita, nocivos a qualquer democracia.
Querer desculpara derrota e o neofascismo de Serra, dizendo que os nordestinos são preconceituosos é inverter completamente a história e, honestamente, para uma advogada e professora, seus argumentos são banais.
É o nosso presidente quem faz questão de separar o Brasil em Norte e Sul. É ele quem faz questão de cindir o povo brasileiro em pobres e ricos. Infelizmente, é o líder máximo da nação que continua utilizando o factoide elite, devendo-se destacar que faz parte da estigmatizada elite apenas quem está contra o governo.
Ultrapassado o processo eleitoral, que, infelizmente, aceitou todo tipo de promessas, muitas das quais, pelo que já se anuncia, não serão cumpridas, é hora de chamar o Brasil para uma reflexão.
Talvez o caso Mayara seja o catalisador para tanto.
Foi o nosso presidente, "professora", quem conseguiu fazer o pobre comer, ir à universidade. A elite tem ódio disso. APESAR da elite paulista, o pobre hoje tem mais dignidade. Foi pouco? Sim, muito pouco, mas melhor que FHC, ops, que nada.
A elite não é um factóide, mas é a classe que nos atrasa, que entrega o país em troca de férias em Miami, que se vende por quem pagar qualquer trocado. Nossa elite, em geral, "professora", é podre, desprezível.
Mayara Petruso é o reflexo do preconceito desta elite, que tem horror ao cheiro de pobre, que tem horror a nordestino, que representa o pensamento do PSDB e de Serra, da elite paulistana que não é estigmatizada, mas por vezes age como se fosse o estigma do país.
Engraçado o vosso raciocínio (sic), especialmente considerando que Dilma teve grande votação mesmo em São Paulo. Será que foram só os terríveis nordestinos ou o paulista que a apoiou e não compra este discurso de uma elite ferida e desesperada que quer se fazer de vítima e levar todo o estado e São Paulo consigo?
O Brasil sempre foi exemplo de união. Apesar das dimensões continentais, falamos a mesma língua.
Por mais popular que seja um líder político, não é possível permitir que essa união, que a União, seja maculada sob o pretexto de se criarem falsos inimigos, falsas elites, pretensos descontentes com as benesses conferidas aos pobres e aos necessitados.
São Paulo, é fato, é fonte de grande parte dos benefícios distribuídos no restante do país. São Paulo, é fato, revela-se o Estado mais nordestino da Federação.
Nós, brasileiros, não podemos permitir que a desunião impere. Tal desunião finda por fomentar o populismo, tão deletério às instituições no país.
Realmente, pobre não merece "benesses", tem que ser tratado na porrada. Opa, realmente, a nobre "professora" realmente votou no Serra. Nisto ele é mestre.
Quanto aos "pretensos descontentes", que tal verificar a posição do DEM sobre o ProUni? A senhora não é professora (sic) de direito? ADIN contra o ProUni significa o que? Pensar nos pobres ou querer proibir aos pobres o acesso à universidade?
Desunião, na linguagem das elites - sejam elas paulistas, cariocas ou acreanas - é a quebra do modelo de exploração e superexploração da pobreza. Desunião é a empregada doméstica ser gente, é o preto ser cidadão, é o índio ter terra pra viver.
Não há que se falar em governo para pobres ou para ricos. Pouco após a eleição, a futura presidente já anunciou o antes negado retorno da CPMF e adiou o prometido aumento no salário mínimo. Não é exagero lembrar que Getulio Vargas era conhecido como pai dos pobres e mãe dos ricos.
Não precisamos de pais ou mães. Não precisamos de mais vitimização. Precisamos apenas de governantes com responsabilidade.
Se, para garantir a permanência no poder, foi necessário fomentar a cisão, é preciso ter a decência de governar pela e para a União.
Quanto a Mayara, entendo que errou, mas não parece justo que seja demonizada como paulista racista, quando o mote dado na campanha eleitoral foi justamente o da oposição entre as regiões.
Não precisamos de pais ou mães, mas temos filhos da puta querendo tomar o poder, seja por eleições - perderam - ou na marra, no golpismo, criando tensão, separatismo e ódio.
Ou fazemos alguma coisa ou esta câncer se espalhará pelo país. Logo logo a Globo fará reportagens mostrando como os terríveis nordestinos desprezam os paulistas e estaremos perdidos.
Postado por Raphael Tsavkko Garcia
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