Por WLADIMIR D'ANDRADE E DAIENE CARDOSO, estadao.com.br
A filha de Juscelino Kubitschek, Maria Estela Kubitschek Lopes, negou hoje que tenha autorizado o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab a utilizar o nome de seu pai (JK) como marca de fundação veiculada à sua nova legenda, o Partido Social Democrático (PSD). Em nota oficial, Maria Estela diz: 'O prefeito jamais tratou desse assunto comigo. Se o tivesse feito, eu teria tido a oportunidade de manifestar a minha discordância com o uso do nome e da memória do presidente Juscelino para fins partidários e pessoais'.
Ontem, Kassab informou que havia recebido da filha do ex-presidente a autorização necessária para registrar na internet o domínio www.JK.org.br. 'Falei com a filha do Juscelino. Caso tudo dê certo, disse que iríamos consultá-la para ver se a família liberaria a marca. É apenas uma reserva de domínio para uma fundação. A ideia é homenagear o Juscelino dando o nome dele à fundação', disse o prefeito, após almoço da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil.
De acordo com Maria Estela, a memória de JK 'é patrimônio dos brasileiros, está associada às grandes causas nacionais e não pode ser usada para fins menores da política'. 'Espero que o prefeito volte atrás na sua iniciativa, o que pouparia a família do presidente Juscelino de iniciar uma ação judicial com objetivo de preservar a sua memória impedindo a utilização do seu nome por partidos e pessoas cujas trajetórias políticas não guardam qualquer afinidade com a vida e os ideais de JK', afirmou.
O prefeito de São Paulo está de saída do DEM para recriar o Partido Social Democrático (PSD). O nome da sigla, segundo ele, é uma homenagem ao ex-presidente por sua administração desenvolvimentista na década de 1950. A legenda que o prefeito pretende recriar surgiu em 1945 e abrigou os ex-presidentes JK e Eurico Gaspar Dutra. Foi extinto durante a ditadura e recriado na década de 1980. Em 2003, foi incorporado ao PTB, que agora ameaça questionar o uso da sigla.
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