Por Simone Costa
Renato Manfredini Júnior nasceu em 27 de março de 1960 no Rio de Janeiro. Dos sete aos 10 anos morou em Nova Iorque e aos 13 foi para Brasília. Entre os 15 e 17 anos sofreu de uma doença óssea rara, tendo ficado por um longo tempo quase sem movimentos.
Em 1978, influenciado pelos Sex Pistols, formou a banda “Aborto Elétrico”, que abandonou em 1982 – um ano antes do lendário Show da Legião Urbana no Circo Voador/Rio de Janeiro.
“Geração Coca-cola”, “Será” e “Ainda é cedo” foram os hists politicamente corretos que integraram o primeiro disco da banda, em 1985.
Os dois anos seguintes foram de muitos shows e agitos tendo as músicas “Quase sem querer” , “Eduardo e Mônica” e “Que País é este” como pontos altos.
Um lapso sem gravações e sem fazer shows – quase dois anos – e em 1989 o disco “As quatro estações” trás a revelação: Renato recitada e cantada em alto e bom tom sua bissexualidade em “Meninos e Meninas”.
Desde de 1990 Renato Russo já sabia ser portador do HIV, mas nunca assumiu publicamente a doença.
Em 1991 o quinto disco da Legião Urbana – V, tem sua turnê interrompida devido ao frágil estado de saúde de Renato – seu líder e vocalista.
Em sua poesia politicamente correta – e nem por isso menos romântica – Renato, como ele mesmo já havia declarado, falava de si próprio para o mundo.
O que Renato respondia quando o interrogavam sobre o seu som ser ou não rock ? “Legião Urbana é um conjunto musical brasileiro que canta letras em português a partir de uma batida 4/4 e a partir de uma experiência urbana do que é ser um jovem brasileiro, vivendo a partir dos anos 70″ e ainda acrescenta que tal batida poderia até não ser samba, mas remetia à modinha, ao xote, ao xaxado…mas – honestamente – termina dizendo que não pensaram exatamente nisso e, sim, começaram imitando bandas inglesas.
A banda sempre fez aquilo que acreditava e, por isso mesmo, tudo o que fez foi bom. O que torna sua discografia uma obra de arte, sem exceção.
Renato escreveu quase todas as músicas da Legião Urbana, num tom intimista, mas ao mesmo tempo para o mundo ouvir e sentir. Ele se privou de explicações sobre suas letras, deixando sua poesia a cargo da interpretação e do sentimento de cada um.
“Renato Manfredini Júnior assumiu a rebeldia, a raiva, as drogas, o homessexualismo. Empunhou – apaixonadamente – todas as bandeiras da sua geração, mas tremeu na hora de enfrentar a tempestade. Renato Russo nunca disse publicamente que estava com o vírus (HIV)…Em silêncio se recolheu.” (Pedro Bial)
“Eu entreguei ele à Deus… Ele não se suicidou, mas ele simplismente não lutou. Ele quis chegar ao fim…” (D. Carmem Manfredini – mãe de Renato)
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