As tentativas de relacionar o partido da candidata Dilma Rousseff e do presidente Lula às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) já renderam várias punições jurídicas a quem ajudou a inventar ou espalhou este boato.
Quem espalha ou inventa que a candidata Dilma Rousseff, o presidente Lula e o PT mantêm relações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pode ser punido pela Justiça.
O PSDB, partido de José Serra, tentou em diversas ocasiões fazer essa acusação sem fundamento, mas acabou tendo de arcar com pesadas multas. Caminho diferente seguiu a ex-candidata do PV à presidência Marina Silva, que chamou as acusações de “gratuitas”.
A primeira punição que o PSDB recebeu foi ainda nas eleições de 2002. No segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, Serra vinculou o PT às Farc em sua propaganda eleitoral. Foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Agora, nestas eleições de 2010, Índio da Costa, candidato a vice de Serra, fez o mesmo: relacionou indevidamente o PT à organização colombiana e ao narcotráfico em uma entrevista concedida para a revista Veja. A publicação pagou o pato e foi obrigada pela Justiça a se retratar.
Mas a punição não os inibiu. Neste mês de outubro, a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul aceitou denúncia contra José Serra por suspeita de calúnia e difamação. Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora, ele mentiu de novo afirmando que o PT teria ligação com as Farc.
Aos fatos:
A verdade é que, ainda na década de 1990, as Farc fizeram uma tentativa de abandonar as armas e de participar do processo eleitoral na Colômbia. Nessa época, procuraram se aproximar de partidos políticos e de governos na América Latina. Isso incluiu o governo brasileiro, na época comandado pelo PSDB, e legendas de oposição, entre elas o PT.
Integrantes das Farc chegaram a se reunir com Arthur Virgílio, que era líder do PSDB no governo. Afinal, mesmo nos conflitos militares, há momentos em que o diálogo é necessário para a construção da paz. Porém, as negociações na Colômbia não avançaram e as Farc decidiram fortalecer a guerrilha. A partir de então, todos esses contatos foram rompidos.
Um exemplo disso é que, em julho de 2005, a guerrilha foi impedida pelo PT de participar formalmente de uma reunião do Foro em São Paulo, entidade que reúne organizações de esquerda de toda a América Latina e na qual as Farc participava quando tentava abandonar as armas.
As relações diplomáticas do Brasil com outras nações são internacionalmente reconhecidas pelo respeito às suas políticas internas e pelo protagonismo na resolução de conflitos. O atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, elogiou o governo Lula quanto a este tema.
Espalhe a verdade!
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